26 - Demitida

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>>  S A L U A <<

Logo que voltamos ao trabalho, incapaz de me conter, sai espalhando aos quatro ventos que eu e David iríamos nos casar. Todos funcionários ficaram empolgadíssimos com a grande notícia, menos, é claro, a bruxa Kéka, ops! Digo, a Ângela. Ela, nem tentou disfarçar seu desgosto ao saber sobre o inesperado acontecimento, e logo que teve a oportunidade, disparou o seu veneno.

— Nossa! Ele nem teve o trabalho de te comprar uma aliança? — Ângela disse, segurando minha mão esquerda, e sem seu rosto, havia uma nítida expressão de deboche.

Puxei minha mãe com rispidez, sentindo a raiva surgir dentro de mim.

— E com esse arame em seus dedos, ainda acredita que ele realmente irá casar com você? — A cobra ironizou novamente. Aquilo não ia acabar bem.

— Acredito! Porque, ao contrário de você, eu sou o tipo de pessoa que não se apega a bens materiais. Se o David me pedisse em casamento de mãos vazias, eu ainda acacetaria, já tenho o seu coração e isso vale mais do que qualquer pedaço de metal que existe no mundo! — rebati furiosa.

Ângela, no entanto, começou a rir histericamente.

— Ah, Salua, você é muito boba mesmo. Aposto que ele só quer te comer e depois que conseguir o que deseja, sua palavra de casamento valerá menos que esse arame em seu dedo. — Apontou, desdenhosamente, para o anel em minha mão.

Fúria. Sem que eu pudesse evitar, comecei a sentir o sangue correr freneticamente em meu corpo e meu coração disparou acelerado em meu peito. Estremecendo de tanta raiva, eu disparei em alto e bom som, mal se importando que alguém pudesse me ouvir além das paredes daquele escritório.

— Acho que você precisa se atualizar, meu bem, pois na verdade, ele já me comeu! — berrei, furiosa, e Ângela ao menos teve a decência de exibir uma cara de espanto.

— Quem te comeu, pequena? Espero que esteja falando de mim, porque se não for... Sou eu quem ficará furioso. — disse, David, com muita seriedade ao entrar no escritório e encarar nós duas.

— David, querido! Isso é assunto de mulheres, é feio ficar se intrometendo! — Ângela falou cinicamente.

Me segura... Porque eu vou descer a porrada nessa mulher!

David apenas levantou a sobrancelha e me olhou claramente desconfiado.

— Na verdade, meu amor, ela estava dizendo que você não vai se casar comigo e que só falou isso, porque quer me comer. — Cruzei os braços, balançando o pescoço, mantendo na face um risinho provocador.

Segura essa vaca!

Ângela me lançou um olhar fuzilante e com certeza se imaginou me matando. Eu, no lugar dela teria feito o mesmo.

— Salua, saia! — David ordenou, em tom austero, com a atenção centrada em Ângela.

Aí não! Ele vai demiti-la! Comecei a ficar com pena dela.

Estava prestes a iniciar um argumento a favor da bruxa Keka, porém ela começou a caçoar:

— Ah, David. Pode parar com esse teatro! Eu não acredito em qualquer palavra sua em relação a essa história de casamento. Você nem sequer teve o trabalho de comprar uma aliança e a deu esse pedaço de arame horroroso! Não tem como acreditar em você! — Esboçou um sorriso debochado.

E ali, naquele instante, toda a pena que senti, desfez-se em questão de segundos. Meu limite foi definitivamente atingido. Cega de raiva, disparei agressivamente para cima da Ângela, derrubando-a no chão e comecei a espalmar, sem parar, aquela cara de bruxa Kéka asquerosa. A mulher, que era grande, mas não era duas, apenas se debateu e gritou ela se em baixo de mim, completamente indefesa.

Meu Querido Sr. Viking [REPOSTANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora