Surpresas

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O dia começa diferente hoje. As gargalhadas da Catarina enchem a casa. Acabo de me aprontar e vou preparar o pequeno almoço. Quando entro na cozinha vejo o balcão com diversas coisas para o pequeno almoço. Sou recebida com um abraço delicioso e um beijo estalado da minha afilhada. A Inês preparou o pequeno almoço e diz para eu comer. Comemos, deixamos a loiça na máquina e seguimos para o Café Lisboa. A Inês vai comentando o clima daqui.

- Amiga, ainda bem que avisaste. Realmente aqui é bem mais fresco que a nossa Lisboa. E pensar que ontem entrei no avião cheia de calor. E este sol a noite toda, Deus. Só escureceu da da meia noite as 2 da manhã.

- Sim, em compensação no inverno vai ser o contrário, o sol mal aparece. E para Norte nem sequer escurece. Como vocês dormiram?

- Bem. Mas estou ansiosa, tanto por mim como pela Catarina. 

Bebemos o nosso expresso e seguimos para a empresa. Levei-as á creche e deixamos a Catarina já a brincar com a educadora. Mostrei as instalações e conduzi a Inês ao 4º piso onde fica toda a secção de formação. Ainda hoje tenho de providenciar um notebook para a Inês. Ela em Lisboa tem apenas o computador de torre e precisa de andar sempre com o Notebook atrás. Chego á minha sala, vejo com a Laura o que tenho para hoje e como está tudo calmo peço-lhe a ela que me providencie o notebook para a Inês. Começo por ver os emails que recebi, respondo a alguns e estudo algumas propostas de novos escritores que foram enviadas de Lisboa. Quando percebo a manhã já passou. Vou ao refeitório almoçar e quando entro vejo Inês já sentada com o notebook á sua frente. Apanho o meu almoço e chego perto dela.

- Posso me sentar?- pergunto. Ela dá um salto na cadeira e olha para mim.

- Claro Dra Ana, sente-se por favor. 

- Tanto formalismo Dra Inês. 

- Aqui é diferente Dra, aqui é minha superior, tem de ser tratada como tal. Depois de sairmos somos amigas. Já agora, obrigado pelo notebook, nem sei como pagar tudo o que está a fazer por mim.- diz ela envergonhada

- Já estas a pagar Inês. Outra pessoa no teu lugar tinha-se comportado de maneira diferente é minha chegada á mesa. Isso só mostra que fizemos a escolha certa. Agora diz-me, como está a correr a formação.

- É muito boa. Claro que ainda agora começou mas todos aqui são super profissionais.

Assim seguimos o almoço. Quando terminámos voltei para a minha sala. Vejo que recebi uma mensagem.

Marhus: Espero que esteja tudo a correr bem. Por aqui também está, terminamos ainda hoje. Chego a Helsinquia ás 18:00. Posso te ver hoje? Beijo

Ana: Está tudo a correr bem. Fico feliz por chegares mais cedo. Queres jantar lá em casa? Beijo  

Agora fiquei feliz. A Inês tem razão, tenho de me dar uma oportunidade para ser feliz.

Markus: Se não incomodar aceito. Não haverá problema com a tua amiga? Apanhas-me no aeroporto? Beijo

Ana: Claro que não incomodas. Irei apanhar-te. Chegas a que horas? Beijo

Markus: Chego as 18:00. sendo assim vou dispensar o Iary. Tenho tantas saudades tuas... Não vejo a hora de te ver. Beijo 

Apetece-me pular de tão feliz que estou. Assim que sair tenho de correr para o aeroporto. Já sei, vou encomendar comida, assim não me atraso, e peço á Inês para apanhar já que o restaurante fica a menos de 100 metros de casa.

Assim que deu as 17:00 fechei a minha sala e diriji-me á creche. A Inês já tinha apanhado a Catarina e seguimos para casa. Contei-lhe que decidi seguir o seu conselho e que vou buscar o Markus ao aeroporto. Contei-lhe ainda que ele iria jantar lá em casa e que encomendaria a comida no restaurante, se ela não se importava de apanhar ás 19:00. Afinal, o desembarque demora sempre um pouco. Encomendei e segui para a garagem para apanhar o meu carro. Fiz-me á estrada e cheguei ao aeroporto 5 minutos antes da aterragem. Sentei-me no starbucks  e aproveitei para degustar um maravilhoso machiato caramelo. Como eu adoro isto, e aqui posso pedir e eles fazem-no frio o que fica ainda melhor. Passado 20 minutos já estou no desembarque e já o vejo a sair. Um homem tão alto e bonito é impossivel não se ver bem ao longe. Tal como eu vi, mais algumas mulheres viram e começaram a babar nele. Assim que ele me viu abriu um sorriso lindo e acelerou os seus passos. Chegando á minha frente parou, largou o seu trolley e abraçou-me pela cintura levantado-me do chão. As minhas mãos subiram ao seu pescoço. Os seus lábios procuraram os meus com saudade. Meu Deus, que saudades eu tinha. Quando finalmente afastámos as nossas bocas ele encostou a testa á minha e suspirou bem fundo.

- Deus, que saudades que eu tinha tuas.Parece que tive 3 meses fora e não 3 dias.- Diz ele me pondo no chão. Segurou a minha mão, entrelaçou os seus dedos nos meus e seguimos para a rua.- Onde deixaste o carro?

-Está no parque 3, mesmo aqui em frente.

Quando chegamos junto do carro pergunto-lhe se ele quer levar o carro, pelo que é ele que nos conduz. Assim que saimos do parque ele busca a minha mão dando-me um beijo nas costas da mão.

- E então, como estás?- pergunta-me ele

- Estou bem. Hoje já foi um dia mais calmo, sem tanto stress. Não esperava é que viesses mais cedo. A Inês começou hoje a formação e a Catarina ficou na creche da empresa. E tu, como correram as coisas lá?

- O costume, aborrecidas. A sorte é que houve quase uma unanimidade em relação ao galardoado do próximo ano e rapidamente encerramos as sessões. Não ia suportar mais um dia longe de ti.- diz beijando-me os dedos.

- Encomendei o jantar num restaurante perto de casa. A Inês irá buscar.

- A que horas está o jantar pronto para entrega?

- Eu combinei ás 19:00. Está bom para ti?

- Excelente.- e quando acaba de dizer isto entra num parque de estacionamento. Tira o casaco e a gravata e sai do carro, abrindo de seguida a minha porta.

Estamos junto a um parque e ele puxa-me pelos portões de ferro para dentro. Chegando perto de um banco senta-se e puxa-me sentando-me no seu colo. Segura na minha cara e puxa-me para ele encostando as nossas testas. Consigo sentir o cheiro do seu perfume e o calor do seu hálito junto á minha boca. Passo as mãos pelo seu pescoço alisando o seu cabelo junto á sua nuca. Sinto os seus lábios nos meus, a sua lingua invade a minha boca e uma das suas mãos desce para a minha perna alisando-a. Entrego-me ás sensações que o seu beijo e o seu carinho me despertam e aperto-me mais contra ele. Ao fim de uns minutos paramos para respirar

- Céus, tinha tantas saudades tuas enkelini. Nunca senti tanta necessidade de ver e tocar alguém como sinto contigo. - diz ele junto ao meu ouvido.

Depois de mais uns minutos  e muitos beijos levantamo-nos e voltamos para o carro iniciando a viagem para minha casa, mas sem nunca soltar a minha mão.


Paixão em HelsinquiaOnde histórias criam vida. Descubra agora