Contrato milionário

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Assim que sentamos a Dra Rowling beberica o seu café e eu ofereço os natas. Ela delicia-se e diz

- O calor da hospitalidade Portuguesa na fria Helsinquia.- Todos nós nos servimos apesar de eu só beber o café. Neste momento mais nada desce. Ela continua a falar comigo- Gosto do seu estilo casual, deixa-me mais á vontade do que o estilo executiva séria e fria.

- Obrigado Dra. Eu e o Dr Lehto chegámos esta madrugada de Lisboa e não deu tempo para mais do que vir para a editora. Para além de motivos pessoais, aproveitámos para ver as remodelações na editora e a evolução da Ibérica. 

Continuámos a falar de banalidades enquanto saboreávamos o café. Assim que terminámos ela dirigiu-se a nós.

- Bem, não vamos empatar mais. Depois de avaliarmos os prós e contras decidimos...- ela faz uma pausa e eu sinto o meu coração falhar uma batida.- Vamos assinar a exclusividade convosco, com a Lehtos, o que inclui a LisEdict e a Ibérica.

Eu dou um salto na minha cadeira  e abraço o Markus, depois a Inês e quando vou para estender a mão ela chega perto de mim e abre os braços.

- Também quero um abraço Português.- abraço-a apertado

- Muito obrigado pela confiança, prometo não a desiludir. Irei encarregar-me pessoalmente de que tudo corra bem.- digo emocionada.

Markus chama o advogado da empresa para que seja redigido o contrato com o agente dela e nós falamos de trivialidades. 

- Poderiamos unir o lançamento em Portugal com a inauguração da LisEdict Ibérica no dia 15 de Agosto, o que dizem? Seria um lançamento em grande, o nascimento de uma editora e de uma obra deste nivel, o que acham?- digo- Eu sei que faltam apenas 7 semanas mas acho que seria viável. O que dizes Inês? Achas que dá tempo?

- Acho que sim. Podemos começar a trabalhar já nisso e dará tempo, o que acha dra?

- Acho que neste momento podemos deixar os doutores descansarem e podem tratar-me por Joanne, o que dizem?- e começamos a rir as 3 enquanto o Markus, o advogado e o agente redigem o contrato. - E o que acham de quando sairmos daqui irmos jantar para comemorar? Estou cheia de fome...

Todos concordamos e convidamos o advogado para nos acompanhar mas ele declina o convite. Após 1 hora de burocracia saimos da empresa para o restaurante que o Markus tinha reservado. Ele liga para casa para a Inês falar com a Catarina e chegamos ao restaurante. Depois de nos sentarmos Joanne puxa o assunto da editora.

- Então Ana, e como passa de tradutora para sócia da editora?- Contei-lhe como aconteceu.- Bem, isso é que foi uma surpresa. E conte-me, já conheceu algum Nórdico que queira que a Ana lhe aqueça o coração?- Markus olha para mim e sorri.- Ai, não acredito. Aqueceu o coração do Markus... Como não notei antes? Vocês disfarçam bem.

- No meio empresarial tem de ser mesmo assim Joanne.- respondo eu.- Não podemos misturar as coisas pois está muita coisa envolvida. Dentro da empresa somos apenas sócios, e fora da empresa, não existe empresa.

- Cada vez tenho mais a certeza que fiz o correto ao assinar convosco.- Diz Joanne a rir. - Poucas pessoas conseguem manter esse profissionalismo. 

O agente retirou-se cedo do restaurante pois precisava descansar e nós continuámos entre conversas e risadas. Joanne contou-nos algumas situações caricatas principalmente devido aos livros do Harry Potter, coisas que ninguém imaginava. Devo dizer  que não me lembro de alguma vez ter rido tanto, até já me doia as bochechas e os maxilares. Perguntei á Joanne se ela iria passar o fim de semana em Helsinquia ou iria voltar a casa  e ela disse-me que tinha de voltar amanhã para casa, mas combinámos que ela estaria na inauguração da Ibérica em Agosto. Convidei-a então para ficar lá em minha casa e ela aceitou o convite. Após as despedidas fomos os 3 para casa do Markus. Pelo caminho Markus convidou a  Inês para dormir lá esta noite pois ja era tarde. Como a minha mala ainda lá estava acabamos por partilhar a minha roupa e ficar.

Na manhã seguinte quando acordei não vi o Markus, apenas estavam a Minna e a Catarina na cozinha a falar um "portinglês" que me fez rir. Assim que a minha afilhada me viu saltou para o meu colo.

- Bom dia Minna- cumprimentei dando-lhe um beijo na cara- desertaram todos?

- Não Ana, o Markus pediu á Inês para ir com ele á cidade e eu fiquei com a pequena aqui. Precisas de alguma coisa? Posso tirar o pequeno almoço?

- Claro, mas só se eu ajudar. Ja comeu? faça-me companhia.

Sentámo-nos as 2 e a porta abriu entrando o Iary. A Catarina saiu a correr e mandou-se para o colo do Iary. Esta menina é mais esperta que a mãe... Passei a manhã com a Minna na cozinha e fiz o meu arroz doce para a sobremesa... Esta Minna é um prato. E gosta muito do Markus. Sou apanhada a olhar para ela.

- O que foi menina? 

- Estava a pensar na sorte que o Markus tem em tê la  com ele.

- Gosta mesmo dele não é menina...

- Sim. Ele é o meu primeiro namorado... No inicio não sabia bem o que sentia pois nunca tinha sentido nada assim, mas com tanto livro e descrição do sentimento acabei por perceber o que era.

- Todos os dias agradeço por ter aparecido na vida dele. Este menino merece alguém assim na vida dele, ele já sofreu demais. - ouvimos as gargalhadas da Catarina e do Iary e rimos. - E o Iary também. Só espero que esta distância seja só física pois ele já se apaixonou pelas outras 2 portuguesinhas. Quem diria que viriam estas meninas ensinar os meus meninos a serem felizes... 

A porta abre de repente e entram o Markus e a Inês em casa. Olham para mim e desviam o olhar... Ajudo a Minna a colocar tudo na mesa e sentamos... Hoje a Minna e o Iary sentam se connosco. Quando estamos quase a terminar a refeição Markus levanta se e chama a atenção de todos. Então começa a falar.




Paixão em HelsinquiaOnde histórias criam vida. Descubra agora