Eu sou a Inês Franco, tenho 28 anos acabados de fazer. Sou tradutora, curso que consegui acabar á 2 anos.
Não tive uma vida fácil. Nasci numa pequena aldeia do interior com menos de 100 habitantes. Sou filha unica de pais já com certa idade, segundo eles um milagre pois a minha mãe só conseguiu engravidar aos 42 anos, ambos agricultores. Sempre adorei ler e quando fui para a escola interessei-me por linguas. Como tive sempre boas notas acabei o secundário e foi-me oferecida uma bolsa de estudos para uma faculdade em Lisboa. Foi muito dificil convencer os meus pais a deixar-me vir para a capital, mas no fim deixaram. Fiquei num quarto pequeno mas era o que os meus pais podiam pagar. Para arranjar algum dinheiro dava explicações e já dava para a comida e o expresso para ir ver os meus pais todos os meses. Só tinha uma amiga na faculdade, a Ana, uma rapariga que veio do Norte onde vivia numa instituição. Tal como eu, era bolsista e estava ali apenas para estudar. Durante o curso faziamos os trabalhos juntas. No inicio do quinto semestre um rapaz a que eu dava explicações ensinuou-se e eu apaixonei-me. Tive a minha 1ªvez e 2 dias depois ouvi ele a contar como tinha sido tirar a virgindade a uma das 2 otárias nerds. Outro dos rapazes que estava com ele entregou-lhe dinheiro e disse-lhe as palavras que me partiram toda por dentro: Aposta ganha é aposta paga. Nesse dia chorei muito agarrada á Ana. 2 meses depois descobri que estava grávida. Encontrei-o e contei-lhe. O otário disse que eu estava a tentar dar-lhe o golpe, chamou-me desde puta até oportunista, arrasou-me frente a toda a gente. Assim que acabou o semestre fui passar as férias com os meus pais e assim que me viram perceberam que eu estava grávida. Meteram-me dentro do expresso e mandaram-me embora de casa. Que não podiam passar pela vergonha da filha já não ser virgem e ainda por cima estar grávida. Senti-me pior do que uma cadela, escorraçada de casa. Pelo menos aprendi uma lição. Não confiar em ninguém. Voltei a Lisboa, congelei a faculdade e arranjei trabalho na baixa, numa papelaria/livraria, das 09:00 as 19:00, 7 dias por semana e eu só parava quando ia ás consultas . Nunca mais vi a Ana. Certo dia quando punha os jornais em ordem li a noticia de um acidente de mota na Avenida 24 de Julho onde morreu um motociclista. Quando olhei para a foto reconheci o André, o pai da minha bebé. Trabalhei até ao dia que a Catarina nasceu. Pus-lhe o nome de Catarina pois era o 2º nome da Ana e tinha esperança de a reencontrar e convidá-la para madrinha da pequena, afinal foi a unica pessoa que esteve comigo e não me esnobou quando fiquei grávida. 3 dias depois da Catarina nascer recebi a carta de despedimento, entrei em depressão. A minha sorte foi uma enfermeira do hospital que me recomendou uma instituição que acolhia mães no mesmo estado que eu. Estive ne instituição 2 meses e voltei a trabalhar na mesma loja da baixa. Uma das assistentes sociais incentivou-me a acabar o curso e assim fiz. A Catarina ficava com as outras mães e voluntárias enquanto eu estudava e trabalhava. Assim que acabei o curso comecei a trabalhar numa empresa que fazia traduções e consegui arranjar algum dinheiro, aluguei um T0 e pus a Catarina numa creche. Ao fim de 2 anos o dono da empresa pediu-me para fazer uma hora para terminar um trabalho e tentou levar-me para a cama. Como eu rejeitei despediu-me, mas entregou-me os papeis para o fundo de desemprego a troco de eu não o acusar de assédio. Estava a 2 meses desempregada quando fui chamada para a entrevista da LisEdict. Enquanto esperava com mais 5 candidatos o consultor da empresa fazia-se a todas as mulheres. Até a mim disse que se eu saisse com ele arranjava maneira de eu ficar, pensei em sair mas precisava mesmo do trabalho e rezei para que o dono da empresa fosse diferente.
Quando entrei naquela sala do Hotel Altis qual não foi o meu espanto quando vi que o dono era a Ana. Pediu-me para trancar a porta e baixar o volume e perguntou-me acerca daquele homem nojento. Quando acabou disse que me ligaria mais tarde. Apanhei a Catarina na creche e fui para casa. Dei-lhe de comer e ela foi dormir a sesta e foi ai que recebi a chamada da Ana.
Contou-me por alto o que aconteceu desde que eu sai da faculdade e como acabou sócia da LisEdict. Ainda me disse que falou com o sócio e que me queria propor ficar como assessora em Lisboa da empresa e que caso aceitasse teria de ir a Helsinquia o mais rápido possivel. Quando eu lhe disse que ia ela falou com alguém e perguntou-me se podia estar no dia seguinte as 06:30 da manhã no aeroporto. Só se eu fosse louca é que não estaria, apesar de estar cheia de medo se serei capaz de cumprir com o que eles querem de mim. Mas bolas, estou farta de ter medo. Fui rejeitada grávida pelos meus pais, o que pode ser pior que isso? Estou sozinha com a minha pimpolha e tenho de lutar por ela. Se é para arriscar eu arrisco, quem sabe esta não é a oportunidade para eu mudar a minha vida. Acordei a Catarina e fomos ao parque. Voltamos para casa, jantamos e vou deitar a Catarina. Falei com ela que amanhã vamos andar de avião para ver a madrinha dela. Ela está super feliz, afinal vai ver finalmente a madrinha. Após ela dormir, faço as nossas malas e vou dormir também, afinal, amanhã começa a minha nova vida.
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Paixão em Helsinquia
RomanceAVISO: Devido ás novas normas da app, apenas os meus seguidores terão acesso a todos os capitulos. Para ler a história na integra deve seguir o meu perfil Capa por @SuzanaFrey7... Obrigado pela sua disponibilidade e interesse... Beijinhos A sua emp...