Levanto- me cedo, vou até á varando do meu quarto e vejo o lindo sol de Helsinquia. Arrumo-me para trabalhar e mais do que nunca, o meu sistema nervoso está em altas. Hoje vou começar a entrar na área da admnistração. Ainda agora começou e já tenho saudades de quando era apenas uma tradutora. Saio para a rua e sigo para o meu ponto de eleição, o Café Lisboa. Bebo o meu expresso e hoje presenteio-me com um nata quentinho. Peço um expresso duplo para levar e quando chego á empresa noto que sou uma das primeiras a chegar. Normal, tendo em conta que quase não dormi esta noite. Sento-me atrás da minha secretária e abro novamente a pasta com a documentação da posse e condições. Quando vi atentamente o valor dos 40% da empresa, Jesus, ia caindo da cadeira. Depois de falar ontem com o sr. Fonseca não fiquei mais sossegada, pelo contrário. O que será que os meus colegas dirão quando souberem? Se já me olharam de lado na festa de despedida por ser eu a vir, nem imagino saberem que eu sou co-proprietária da LisEdict. Bebo o resto do expresso que trouxe e passo as mãos pela cabeça, para aliviar a dor que já está a formar-se. Ouço o telefone da secretária a tocar e logo toca o meu
- D. Ana, tenho o Sr. Lehto em linha. - diz ela
-Pode passar, Obrigado. Bom dia Senhor Lehto, em que posso ajudar?
- Bom dia Ana, como está hoje? Mais calma?- Arrepio-me ao ouvir a sua voz grossa.
- Sim obrigado senhor. Apesar de ainda ser um choque para mim toda esta situação.
- Gostaria de me reunir consigo e com os nossos advogados para terminarmos os trâmites do processo, bem como para decidir-mos da reformulação do quadro de pessoal. Poderia vir á sala de reuniões 2 por favor?
- Sim Senhor, vou já de seguida.
Ao chegar ao andar da presidência, a secretária informou-me que o Sr Lehto e os advogados já se encontravam na sala. Perguntou-me se queria 1 café e 1 água, o que eu agradeci. Na sala encontravam-se o Sr Lehto e mais 3 homens, que soube serem 2 advogados da Lehto, os Dr. Virtanen e o Dr. Niemi, e o outro da LisEdict, o Dr. Antunes.
Começámos de imediato a tratar de toda a papelada relativa á transferência de propriedade, papéis e mais papéis, muitas assinaturas... Após todas estas formalidades tratámos da contratação de um supervisor autónomo, 3 tradutores, 2 editores... Contratámos uma nova empresa de segurança para o edificio e iniciámos contactos com empresas de construção para renovação do espaço. Irei tratar de tudo remotamente a partir daqui juntamente com o sr Lehto. Iremos a Lisboa apenas quando necessário. Junto com o supervisor estará um elemento da Lehto publishing para que tudo corra bem. Com tanta coisa, já passou a hora de almoço, pelo que o sr. Lehto me convidou para irmos almoçar fora da empresa, uma vez que o refeitório ja estava encerrado.
Dirigimo-nos a um pequeno restaurante perto da empresa, muito aconchegante. Como eu ainda não estava familiarizada com as comidas finlandesas pedi ao sr Lehto para ser ele a pedir o nosso almoço. Para entrada ele pediu "leipäjuusto" que pelo que eu percebi é uma espécie de pão de queijo, para beber eu pedi apenas um sumo natural e ele bebeu vinho tinto. De seguida veio "Kalakukko" que é tarte de peixe, muito saborosa e por fim"Kermakku", um bolo tradicional muito leve com especiarias. Após o almoço ficamos a saborear o café e a falar amenidades.
- Então Ana diga-me, o que está a achar da Finlândia?-perguntou
- Para já gosto, apesar de ser estranho adormecer e acordar com sol alto.
- E em relação à empresa, o que lhe parece?
- Parece muito bem estruturada, se bem que ainda não deu para perceber bem uma vez que após a bomba de ontem ainda estou muito perdida em relação ao que o futuro me reserva. Eu sabia que ao aceitar a proposta para vir para aqui, não seria para vir apenas traduzir livros como la, mas também não esperava tudo o que me esperava quando aqui cheguei. Tudo isto parece demais para mim, mais do que eu posso aguentar.-respondo suspirando.
- Não desista já. Vai ver que com o tempo tudo se irá encaixar. Eu tenho de admitir que para mim esta situação com a LisEdict também é nova. Quando o sr. Fonseca me apresentou a proposta, achei-a um pouco estranha, afinal alguém vender um legado familiar e deixar uma parte a um funcionário sem qualquer laço sanguineo é muito raro de acontecer. E ainda o pedido de sigilo até a sua chegada, ainda tornou mais intrigante. Falou com o Sr. Fonseca?
- Sim falei, ele pouco mais me disse do que o que estava na carta, que se me dissesse em Lisboa eu não aceitaria e que apenas queria a continuidade do legado.
- E se ele lhe tivesse dito os termos em Lisboa, teria aceitado?
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Paixão em Helsinquia
RomanceAVISO: Devido ás novas normas da app, apenas os meus seguidores terão acesso a todos os capitulos. Para ler a história na integra deve seguir o meu perfil Capa por @SuzanaFrey7... Obrigado pela sua disponibilidade e interesse... Beijinhos A sua emp...