Descobrindo Fraquezas

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Os alunos começam a entrar e noto que as turmas do primeiro ao terceiro são misturadas, já que as salas não são fixas para os alunos. Vejo o garoto de olhos cinza, entrar na sala, juntamente com um menino loiro de olhos azuis, uma morena de olhos azuis acinzentados e uma loira com olhos verdes esmeralda. Ele me olha com raiva e eu sorrio debochadamente.

—Ok pessoal, nada de empatar a passagem, ande, para seus lugares. —A professora fala com uma voz muito suave e ela ganha toda a minha atenção.

Ela é linda. Cabelos loiros até a cintura. Corpo bem desenhado. Olhos verdes água, lábios grossos e rosados. E provavelmente ela não usa maquiagem, mas tem um estilo bonito e agradável.

—Srta. Steele. —Diz a professora e eu olho para ela automaticamente. —Que tal vir aqui para se apresentar?

—Não... —Sussurro sorrindo e tento disfarçar o medo. —Eles já me conhecem, tanto que estão cochichando sobre mim ainda, e eu já sei que você é a Srta. Salvatore, professora de Literatura. Fim.

Ouço um barulho forte e toda a sala se vira para olhar, mas apenas pelo canto do olho vejo que foi o garoto de olhos cinza, que socou a mesa. Sorrio amplamente. Acho que encontrei alguém para me divertir. Ele realmente não foi com a minha cara. Talvez a minha educação o incomode um pouco, e sinceramente? Eu nunca pensei que ser má educada pudesse ser tão legal. Se eu tenho pouco tempo de vida, eu vou aproveitar da forma como eu achar correta.

—Tudo bem Christian. —Ela murmura encarando o menino que suaviza o olhar. Depois me olha sem graça e vai para o meio da sala começando a aula.

Hm... Christian? Então é com ele que eu vou me divertir? Amei.

A aula finalmente começa e eu fico um pouco dispersa ao que a professora está explicando, não só pelo fato de estar adiantada no conteúdo, já que fazia um curso avançado em casa, mas por ficar pensando nos meus pais. Hoje está sendo feriado no Texas, provavelmente nós estaríamos fazendo alguma coisa juntos. Suspiro pesadamente e encaro meu caderno ainda em branco. Eu nunca deveria ter aceitado vir para Seattle, isso tudo é minha culpa. Se eu não tivesse feito birra, hoje provavelmente seria um dia bom, estaríamos nós três, juntos.

—Srta. Steele? —Srta. Salvatore chama e eu a encaro. —Você está bem? Eu te chamei três vezes?

—É mesmo? —Digo dando de ombros. —Você deve ter falado muito baixo.

—Não, a sala inteira ouviu.

—Ah, ok. Fala logo o que você quer. —Digo sem paciência.

—Você precisa assinar a isso. —Ela fala sem graça enquanto me estende uma folha. —É só para confirmarem que você esteve presente na sala.

—Por quê? —Pergunto afastando o papel. —Eu estou aqui, não estou? Já respondi a chamada. Você está me vendendo, assim como todos os presentes, não faz sentindo assinar isso ai.

—Eu sei, mas a Sra. Ramos insiste.

O ódio me sobe e logo imagino que isso não seja coisa da diretoria, ela não teria porque, mas agora... O meu tio sim... Eu não acredito que ele está fazendo isso.

—Não. Não é ela. —Digo com raiva. Levanto-me e puxo a folha de sua mão amassando-a com mais raiva do que eu poderia sentir. —Foi o Sr. Steele, ele quer ter certeza de cada passo que eu dou. Não é?

A cara que a professora faz só me confirma isso. Os alunos olham confusos e começam a cochichar.

—Ah, isso é tão hipócrita! —Grito jogando o papel amassado nela. —Eu não assino merda nenhuma! Eu não sou obrigada!

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