O Nosso Milagre é a Vida

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ANASTÁSIA STEELE

Ouço um estrondoso barulho e me sento, atordoada, com dor de cabeça e olhos inchados. Olho para os lados e percebo que estou no quarto dos meus pais, na minha antiga casa. Balanço a cabeça confusa e lembro como cheguei aqui.

—Anastásia?

Ouço alguém chamar e logo reconheço a voz de Tate. Deito-me novamente e abraço o travesseiro de mamãe. Eu sei que ele veio me buscar, e vai me levar de volta para Seattle, e as lembranças vão sumir... O cheirinho. As lágrimas voltam aos meus olhos quando vejo Tate adentrar o quarto. Ele me olha aliviado e se aproxima sentando na pontinha da cama.

—Oi meu bem. —Tate sussurra acariciando meu rosto e eu fecho os olhos com seu carinho. —Por que você fugiu?

—Me desculpe. —Peço baixinho e cheiro o travesseiro de mamãe. —Eu sinto muita falta deles, papai. Eu queria senti-los perto de mim, foi à única forma que eu encontrei.

—Não se desculpe, querida. Você pode vir aqui sempre que quiser, essa casa é sua, mas me avise, eu me preocupo.

—Eu sinto tanto. —Murmuro chorosa. Solto o travesseiro de mamãe e me arrasto pela cama, aconchegando-me nos braços de Tate. —Eu não quero me esquecer deles.

—Você os ama?

—Sim.

—Então você nunca esquecerá. —Tate sussurra balançando-me de forma cuidadosa. —Quer ir para casa? Sua filha está com saudade.

—Eu estou com medo. —Confesso e ele me olha confuso. —Eu não quero morrer, papai. Eu amo você. Amo a minha vida. Não quero que vocês chorem por mim... Quando eu for.

—Eu amo você Anastásia. E mesmo que você... —Sua voz embarga e ele fecha os olhos, sua expressão de dor, a respiração baixa e descompassada. —Eu não quero que você vá, mas nenhum de nós quer que você se afaste, por estar doente. O que você não entende, é que nós vamos estar ao seu lado, não importa quais sejam as circunstancias. Eu amo você, filha.

—Eu amo você papai. —Murmuro baixo e fecho os olhos adormecendo em seus braços.

~♥~

—Princesinha, nós estamos em casa.

Abro meus olhos lentamente e olho em volta. Estou no carro de Tate, ele está pegando-me em seus braços e quando me tira do carro vejo Trevor estacionando meu carro logo atrás. Fecho meus olhos e escondo meu rosto na curva do pescoço de Tate. Ele me aconchega e começa a andar.

—Sr. Steele. —Ouço Trevor dizer e depois a porta ser aberta.

—Obrigado Trevor. —Tate diz enquanto caminha.

Tudo se clareia e eu aperto meus olhos, imaginando que devemos estar dentro da casa. Tate continua caminhando e eu ouço um longo suspiro.

—Ah, Tate. Onde ela estava? —É Grace.

—No Texas, na casa da Carla. —Tate explica e eu solto um gemido baixinho. —Ela está bem, só não quer conversar. Onde estão as crianças?

—As meninas estão lá em cima com a Lana, assistindo filmes para tentar distraí-la, ela estava bem preocupada. Os meninos estão com Christian, tentando acalmar a Rosa. Ela está uma fera...

—Minha filha. —Murmuro abrindo os olhos e Tate me coloca no chão. Olho para Grace e vejo seus olhos vermelhos, e inchados, e agora percebo que Carrick está aqui, ao lado da minha tia.

—Ah, querida. —Grace solta um soluço e começa a chorar. Suspiro sentindo-me culpa e vou ao encontro de seus braços, que me recebem de forma apertada. —Não faça mais isso, por favor.

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