24 DE MAIO DE 2015
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ANASTÁSIA STEELE
Sinto outra dor aguda e um grito escapa de meus lábios. Aperto firme a mão de papai e cerro os dentes.
—Vamos lá Anastásia! Força. —Dra. Greene fala firmemente e eu tenho vontade de chorar.
Novamente Christian vem a minha cabeça, eu sinto uma necessidade imensa que ele esteja aqui, segurando minha mão, mas isso nunca vai acontecer. Outra dor pressiona o pé da minha barriga e eu cerro os dentes, apertando-os um contra o outro.
—Querida, vamos, força. —Mamãe pede.
—Eu não consigo! —Grito sentindo o cansaço aumentar.
Já faz cinco horas que estou aqui, sentindo as contrações cada vez piores. Respiro fundo e mordo os lábios com força, e novamente o olhar cinza de Christian volta a minha cabeça, seu sorriso doce, sua voz, enquanto ele cantava para mim antes que eu dormisse.
Foi uma única noite, e ele mudou a minha vida completamente.
—Anastásia força! Ela está coroando. —Grita a Dra. Greene.
—Eu não posso. Não posso, por favor. —Imploro chorando pelo extremo cansaço.
—Vamos querida, só mais um pouco. —Papai pede apertando minha mão.
—Por favor, não a deixe morrer. —Imploro.
—Anastásia, se você quer sua filha viva, eu vou contar de um até três, e você vai usar toda a sua força para empurrar. Ouviu? —Diz a doutora.
—Por favor...
—Um... Dois... Três! —Ela diz e eu pego o máximo de fôlego possível, então empurro.
A sensação de vazio me preenche, e meu corpo amolece, relaxando por completo. Jogo minha cabeça para trás e paro de apertar a mão dos meus pais, mas uma sensação ruim me apodera, e diferente do que eu pensava meu pontinho não está chorando.
—O que está havendo? —Pergunto preocupada.
—Ela não está respirando. —Diz a Dra. Greene e começa a dar algumas palmadas na criaturinha rosada. —Vamos lá Rosa, respire, respire.
—Por favor... —Sussurro apavorada.
—Vamos Rosa! Vamos. —Diz a doutora lhe dando palmadas, mas ela não reage.
—Rosa, por favor. —Imploro com pavor.
—Fale com ela Anastásia. —Ordena a doutora se aproximando, ignorando qualquer tentativa das enfermeiras de pegar minha menina. —Ela conhece sua voz, fale com ela.
—Rosa, por favor. —Sussurro com as lágrimas escorrendo. —Respira filhinha, respira, por favor, vai! Respira.
Sinto meu peito sendo dilacerado ao ver minha filha inerte. Eu não posso perdê-la, não posso.
Aperto meus olhos e, Christian está lá, embalando-me na noite que nos conhecemos, cantando suavemente em meu ouvido, após termos nos amado.
Começo a cantar baixinho, a melodia de sua voz ecoa na minha cabeça conforme vou cantando, e como um milagre, o chorinho fino e alto invade todo o quarto. Um sorriso absurdo repleto por lágrimas brota em meu rosto. Dra. Greene se aproxima e coloca minha filha com o rosto colado ao meu, seu rostinho pequeno, bem juntinho de mim.
Suspiro aliviadamente e sorrio.
Minha bebê.
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Live Your Dreams
Fanfiction~♥~ Com 15 anos apenas, ela já teria enfrentado muitas coisas, mas mal sabia que sua jornada e sua maior missão se iniciariam após a morte dos pais. Dez anos carregando o peso da Leucemia, Anastásia Steele decida dar uma basta no tratamento e viver...