ANASTÁSIA STEELE
24 DE AGOSTO, 2014
—Querida, que tal comer algo? —Papai pergunta sentando na cama, ele acaricia meu rosto, mas eu empurro sua mão.
—Eu não quero comer. —Murmuro enrolando uma mexa de cabelo no dedo. Apavoro-me quando a mexa se solta e cai sobre o colchão da cama. Levanto-me chorando e sigo para a penteadeira. —Está vendo?
—Princesa, por favor, é só uma queda de cabelo. —Diz papai se pondo atrás de mim.
—Não, não é! —Grito e explodo em lágrimas. Pego a escova e começo a passá-la em meu cabelo trazendo vários fios de cabelo, viro-me e jogo a escova em papai. —Está vendo! Eu estou perdendo todo meu cabelo. Eu odeio isso. Odeio essa doença. Eu odeio essa vida. Tudo que eu queria era morrer, e acabar de uma vez por todas com isso!
Caminho até o banheiro e bato a porta com força! Recosto-me sobre ela e escorrego até o chão, enterrando meu rosto entre as minhas mãos, enquanto choro desconsoladamente. Desde os cinco anos eu tenho câncer... Há quase dez anos, e isso sempre destruiu minha vida. Eu nunca pude ir à escola. Meus pais tinha medo que as pessoas implicassem comigo. Eu nunca posso sair, porque tomo cinco tipos de remédio a cada, uma hora. O gosto amargo nunca sai da minha boca. Eu tenho enjoos matinais. Desconforto porque na maioria das vezes tenho que usar uma sonda, e tudo isso era ruim, mas agora parece que ficou pior. Somente hoje, nove anos depois da descoberta da doença, meu cabelo começou a cair... E não foi um estágio pequeno. Ele não está caindo fios, e sim mexas. Isso é tão ruim. Tão destruidor. Principalmente por não estar na minha casa.
Mamãe teve uma reunião aqui em Seattle, e nós tivemos que fazer uma viagem de ultima hora.
—Querida, abra a porta... —Papai pede do outro lado.
—Vá embora Ray! —Grito e sei que o magoei.
Ele não gosta que eu o chame pelo nome, mas eu sempre faço isso, não por magoar, eu simplesmente não sei agir de outra forma. Raymond, ou Ray, não é realmente meu pai. Desde muito nova ele deixou isso claro para mim. Meu pai biológico se chama Tate... Tate Steele. Ele e Ray são irmãos, mas não se falam, porque Tate acha que meu pai o traiu com a minha mãe, e por isso eu nasci.
Balanço a cabeça afastando o pensamento de Tate. Eu não posso pensar em coisas ruins. Não posso. Ele não quis ficar comigo, e nada vai mudar.
Ouço a porta se fechar e me levanto, abro a porta do banheiro e vejo que o quarto do hotel está vazio. Saio correndo do banheiro e pego a carteira de mamãe, pego um de seus cartões e saio do quarto de hotel. Olho o longo corredor e vejo que está vazio.
Suspiro com pesar e sigo para as escadas. Eu realmente preciso esfriar a cabeça.
Desço as escadas e chego ao hall, caminho até o bar do hotel e vejo papai bebendo. Ele realmente deve estar estressado. Já que nunca bebe. Saio de lá antes que ele veja e pego um taxi. Sinto-me mais aliviada ao ver que é apenas uma mulher. Ela me dá um sorriso sincero e pergunta para onde deve me levar. Lembro que Kate também está aqui em Seattle, ela veio visitar amigos da mãe dela, algo assim. Ligo para Kate e ela me passa um endereço, e é para lá que a taxista me leva.
Pago a mulher dando-lhe uma gorjeta generosa, ela me agradece e eu desço do carro já vendo Kate.
—Ei, que surpresa te ver aqui. —Kate fala me abraçando. —O que houve?
—Minha mãe teve uma reunião, e nós tivemos que vir de última hora. —Murmuro.
—Entendo... Então, o que houve?
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Live Your Dreams
Fanfiction~♥~ Com 15 anos apenas, ela já teria enfrentado muitas coisas, mas mal sabia que sua jornada e sua maior missão se iniciariam após a morte dos pais. Dez anos carregando o peso da Leucemia, Anastásia Steele decida dar uma basta no tratamento e viver...