Cuidando de Você

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ANASTÁSIA STEELE

Olho para os lados e suspiro profundamente.

A professora de álgebra faltou hoje, então a Sra. Ramos nos deixou com uma aula livre antes do intervalo, e nós viemos para o pátio da escola. Eu estou sentada na grama. Há uma brisa leve e o sol está forte batendo no meu rosto.

Estou com um livro em mãos, mas mesmo assim não consegui me concentrar. Mesmo tendo uma quantidade baixa de alunos aqui fora, eles falam como uma multidão. Jack está próximo de onde eu estou. Ele está com uns quatro garotos, que só faltam babar de tanto me olhar.

Christian está mais distante, e não está me olhando. Ele está com meus primos, a Kavanagh, seu irmão e o tal de José. Levo alguns minutos para perceber que estou observando Christian atentamente, e cada movimento que ele faz, e só consigo desviar minha atenção, quando o sinal do intervalo toca, e logo mais alunos, e algumas crianças começam a se misturar.

—Aninha! —Sorrio e me viro olhando pela multidão de alunos, e logo avisto Lana correndo de braços abertos em minha direção. Antes dela se jogar em meus braços tenho apenas o vislumbre de um sorriso gigante. —Ana. Ana. Ana.

—Meu Deus. Que felicidade é essa? —Pergunto colocando-a sentada em minha frente.

—A escola é tão legal. —Lana diz empurrando meu livro e se aconchega no meio das minhas pernas.

—É mesmo?

—Sim. Muito legal! Eu fiz novos amigos.

—E onde eles estão?

—Por ai.

—Então vá brincar com eles.

—Não. Eu quero ficar com você. —Ela diz sorrindo e se aconchega mais. —Nós podemos ir à lanchonete do outro lado? Eu quero pizza.

—Pizza? Há essa hora? Que tal um lanche natural?

—Ana. Por favor. —Lana se levanta e senta sobre os calcanhares juntando as mãozinhas. —Vai.

—Não vale. —Digo revirando olhos. —Vamos logo pirralha.

—Oba! —Ela sorri e se joga em meus braços. —Eu te amo Aninha.

Seguro Lana pelos ombros e a empurro. Olho em seus olhos e seu sorriso se desfaz, e ela fica com uma carinha de quem fez algo errado.

—Eu também te amo. —Confesso com o coração partido.

Eu não quero que ela se apegue a mim, isso é tão injusto. Ela não pode sofrer. Não ela.

Lana sorri e me abraça novamente. Sorrio e me levanto pegando meu livro, ela se levanta e segura minha mão, e começa a saltitar enquanto andamos para a lanchonete.

—Ana, nós podemos falar com o Chris?

—Lana, ele é chato. —Digo frustrada. —Vamos só comer, ok?

—Ana, eu quer falar com ele. —Diz fazendo manha e para de andar.

—Eu vou te deixar aqui se continuar com manha. —Falo soltando sua mão.

—Você é tão chata! —Lana diz bufando e cruza os braços. —Então... Vamos apostar corrida.

—O que? —Digo confusa e quando percebo Lana já saiu correndo.

Sorrio e me viro, mas meu sorriso se desfaz quando a vejo correndo para a rua e um carro vindo em alta velocidade. Meu corpo age mais rápido do que a minha mente, e quando percebo estou correndo atrás dela. Alguns alunos começam a olhar, e eu vejo apenas as expressões preocupadas ao ver o carro vindo em direção a ela.

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