Mil Mortes P. III

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CHRISTIAN GREY

Aperto meus olhos e cerro meus punhos. Outro grito é ouvido. Ninguém conseguiu dormir a noite inteira, já que a pessoa que está com Anastásia, resolveu torturá-la ao vivo. Seus gritos estão ecoando em minha cabeça, torturando-me ainda mais.

Ela já foi chicoteada. Queimada. Cortada. E nós estamos aqui. Impotentes porque nem imaginamos onde possa ser esse maldito cativeiro. Já faz cinco dias. Durante cinco dias ela ficou na mesma posição, sem comer ou beber nada, ela nem parecia ter dormido, agora esse maldito resolveu nos presentear com algumas horas de tortura.

—Chega! —Duda grita socando o teclado do macbook, o que faz algumas teclas voarem. —Eu quero a minha irmã aqui!

—E você quer que eu faça o que? —Tate grita, mas ela não recua. Tate está horrível. Com olheiras. Barba por fazer. Olhos vermelhos, mas acho que todos estão assim, temos sobrevivido à base de café e muita oração. —Eu virei Seattle inteira. Você entende? Ela sumiu!

—É a sua filha! —Duda grita batendo no peito de Tate e isso assusta a todos. —Se ela ainda está desaparecida é porque você é um péssimo pai, e um policial de merda!

Tate dá um passo para trás com a dor evidente em seus olhos. Está difícil para ele. O sequestrador - por mais que suspeitamos quem seja - sempre está bem vestido, escondendo até mesmo as mãos. O local onde Ana está não tem nada especifico, e isso dificulta ainda mais. Tate está se matando, dia após dias. Todos estamos cooperando, mas para ele é ainda mais difícil.

—Eu estou fazendo o impossível... —Ele murmura e Duda começa a chorar, abraçando-o rapidamente.

—Eu só quero minha irmã de volta, ok? —Duda murmura chorosa.

—Eu preciso de um café. —Papai diz e sai da sala, mamãe logo se levanta e vai atrás dele.

—Eu preciso ir até a delegacia, por favor, não saiam. —Tate murmura soltando Duda e sai da sala. Olho para ela e depois para os outros presentes.

—Christian nós podemos falar? —Duda pergunta e eu balanço a cabeça.

—Claro. —Murmuro e saio da sala sendo seguido por ela. Nós vamos para o jardim e quando estamos passando vemos Tate saindo junto com Trevor e mais alguns seguranças. Sento-me em um banco e Duda senta ao meu lado.

—Nós temos dez minutos. —Ela murmura me entregando uma arma.

—O que? —Pergunto confuso.

—Nós temos dez minutos para chegar ao portão, há um taxi nos esperando. Se você quiser ficar, fica, mas eu não vou deixar minha irmã morrer na mão de um desgraçado. —Duda diz com ódio evidente.

—Quanto tempo temos para chegar aos portões? —Pergunto vendo quantas balas tenho.

—Nove minutos e alguns segundos. O papai está parado checando a segurança. —Duda diz olhando na tela do celular. Nós nos levantamos e começamos a correr por entre as arvores que cercam os muros. Paramos quando avistamos Tate conversando com alguns dos seguranças, e fazendo a checagem diária. —Nós temos que passar ao lado do carro, vai ser difícil, porque o papai sempre checa isso, então nós vamos primeiro atrás, na curva ao lado. Entendeu?

—Entendi. —Murmuro admirado. Ela realmente é boa. Tate entre no carro novamente e começa a descer em direção aos portões. Corremos até lá e quando os seguranças abrem, aproveitamos para ficar atrás do carro, longe das câmeras.

Eu realmente posso sentir a adrenalina no meu corpo. Percorrendo cada fibra. Eu realmente não aguento mais ver Anastásia sofrendo. E se para salvá-la eu vou ter que burlar toda a segurança de Tate, infelizmente eu farei isso. A partir do momento que sairmos por esse portão, toda a segurança ficará para trás, então seremos nós e Deus, e que Ele nos proteja.

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