FLASHBACK P. III - Lista de Sonhos

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CHRISTIAN GREY

Abro meus olhos lentamente sentindo um latejar horrível na minha cabeça. Como se cavalos galopassem em meus ouvidos. Sento-me atordoado e noto que estou sem roupas, automaticamente olho para o lado vazio e bagunçado da cama, então lembranças vêm, flashs da noite passada. Uma pele branca e macia, cabelos castanhos sedosos, olhos grandes e azuis e belos lábios grossos e vermelhos, torturados por mordidas.

Levanto-me rapidamente e visto apenas minha cueca, corro até o banheiro, mas ele está limpo, assim como o resto da casa. Ela se foi... Passo a mão pelos cabelos tentando lembrar seu nome, mas tudo que consigo é uma baita dor de cabeça. Ela não me disse seu nome... Ou eu não me lembro.

Entro na cozinha e pego a jarra de água na geladeira, despejo um pouco no copo e engulo com duas aspirinas. O liquido desce suavemente pela minha garganta trazendo uma sensação de alívio. Eu realmente estava com cede. Encaro o quadro de Grace na parede e novamente aquela garota me vem à mente. Seus olhos... Seu sorriso. Por Deus! Ela é incrível. Eu nunca me senti assim em relação a ninguém. Por mais que estivesse bêbado eu cosigo lembrar-me de sua voz, suavemente rouca e melodiosa. Aquele sorriso absurdo e infantil, que fez meu coração palpitar a noite inteira. Ah, e seu corpo!

Meu corpo todo se ascende ao lembrar-me da doce garota, cujo nome eu nem sei, mas que me tocou, me tocou como ninguém nunca fez, e como a Cinderela, foi embora, deixando-me sozinho. Isso não pode ter sido apenas um caso de uma noite. Ela era incrível. Eu ainda posso sentir seu cheiro de baunilha e shampoo de rosas em meu corpo. Ela me tocou... Como ninguém nunca fez. Ela se entregou para mim, sem medo. Eu contei tudo a ela, como me sentia, e ela não fugiu. Ainda posso ouvir sua voz, seus conselhos.

Ah, maldita garota! O que você fez comigo?

Jogo-me atordoado no sofá e vejo algo balançar no criado-mudo, sento-me e vejo que é um papel... Talvez uma carta. Em cima há um colar de prata com um pingente de 'A' enfeitado com uma única pedra de cristal. Lembro-me então de ver isso no pescoço dela ontem à noite, enquanto eu a amava... Sim. Eu a amei... Como nunca fiz com ninguém. Eu reverei seu corpo, e memorizei cada detalhe, como nunca feito.

Balanço a cabeça tentando afastá-la e percorro meus olhos pelo papel. Caligrafia perfeita e... É realmente uma carta, para mim. Começo a ler e fico pasmo. Impressionado, mas isso não impede o sorriso estúpido brotar em meus lábios. Ela escreveu isso? Para mim.

Leio, e releio, e leio de novo. Saboreando o sabor de cada uma das suas palavras. Ela parecia tão nova, não deveria ter menos que quatorze anos, mas tão sábia... Tão linda e... Incrível.

Sorrio novamente ao ver sua pequena lista... Sim garota, você me mudou. Você me deu esperanças. Ninguém nunca fez isso... Então acho que eu te devo isso. Só espero te encontrar novamente, porque eu me achei em você, doce garota, e não posso perder-me... Ou te perder para sempre.

Suspiro pesadamente com a ideia... Eu preciso encontrar essa menina, de uma forma ou de outra. Eu estou marcado, por ela... Ah, garota, eu ainda vou te encontrar.

~♥~

SETEMBRO 2014

Papai me olha e sorri de orelha a orelha, como se eu tivesse pedido algo extremamente absurdo.

—Você está falando sério? —Mamãe pergunta com o mesmo sorriso.

—Sim. —Digo revirando os olhos e sorrio. —Eu quero que o papai me ensine a falar francês. É um belo idioma, e ele sabe muito bem, pelo tempo que morou na frança.

—Ah, Christian. Você não sabe como me fez feliz. —Ele diz sorrindo e me puxa para um abraço desajeitado. Sinto-me estranho no começo... Eu nunca o abracei, mas então, a lembrança da garota vem novamente, e todo o medo se vai. Retribuo o abraço de papai e nós nos sentamos novamente, entrando em uma conversa superanimada sobre a França e nossas pequenas aulas que começaram logo pelo tamanho entusiasmo dele.

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