Capítulo 11

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Arizona

06:00am.
O som irritante do despertador me arranca da melhor parte do meu sono. Desejei, por um momento, não ter que ir trabalhar hoje, mas no minuto seguinte lembrei da cirurgia que tinha com Addison Montgomery naquela manhã e pulei da cama, ignorando o pedidos do meu corpo de voltar para debaixo do meu edredom quentinho.

Tomo um banho quente e quando já estou pronta corro para a cozinha para preparar um café bem quente. Aquela estava sendo uma manhã muito fria em Seattle. Enquanto espero meu café ficar pronto, pego o meu celular para verificar mais uma vez se Eliza tinha havia respondido minhas mensagens. Ela havia pedido que eu não a procurasse, mas eu não queria que as coisas entre nós terminassem assim, de qualquer jeito, sem termos, pelo menos uma conversa amigável. Mas, aparentemente, ela não estava disposta a isso.

Vejo que tenho mensagens de Addison, que queria confirmar o horário da cirurgia a qual eu respondi passando as informações que ela precisava, e de Callie, avisando que Sofia não iria para a escola e que Lucy ficaria com ela em seu apartamento. Resolvo não responder.

Coloco o café no copo térmico e saio em direção ao meu carro.

Já no hospital, entro no elevador e agradeço aos céus por ele estar vazio. Não estava muito amigável naquela manhã.

Estou olhando para o celular em minha mão, conferindo os meus e-mails, quando percebo que alguém impede que as portas se fechem.
Em um gesto automático levanto a cabeça para ver de quem se trata e sinto um arrepio percorrer o meu corpo quando o meu olhar se cruza com o dela. Callie estava linda. Havia um brilho diferente em seus olhos. Algo que eu não conseguia decifrar. Ela entra no elevador e aciona o botão para as portas se fecharem.

- Bom dia! - ela diz, com um sorriso nos lábios.

- Bom dia! - respondo tentando acalmar as reações que aquele olhar haviam me causado. O que é totalmente em vão já que ela se pôs bem perto de mim e não para de me encarar. - Devia ser proibido acordar cedo na segunda feira. - solto uma risada nervosa, me esforçando para não retribuir aquele olhar. Ela não responde. Apenas se aproxima cada vez mais de mim. Quando vejo já estou presa entre ela a e parede do elevador. - Calliope, o que está fazendo? - pergunto numa voz fraca.

Preciso de muita força interior para controlar todas as sensações que a proximidade do corpo daquele mulher me causavam.

Ela toca o meu rosto me fazendo encará-la, e antes que eu pudesse protestar, sinto seus lábios tocando os meus em um beijo calmo e cheio de saudade. Todas as minhas tentativas de bloquear qualquer sentimento com relação a Callie se desfazem como que em um passe de mágica. Me abro para aquele beijo. Puxo delicadamente o corpo de Callie para junto do meu. Sinto suas mãos em minha nuca, sua língua toca meus lábios pedindo passagem e eu concedo imediatamente.

É incrível como, mesmo depois de todo este tempo, Callie ainda tem o poder de me fazer desmanchar com apenas um toque. Eu não tinha noção do quanto eu sentia falta do seu beijo, até esse momento.

O elevador solta o costumeiro "pim" de quando as portas vão se abrir quebrando a magia daquele momento.

Callie se afasta com um sorriso vitorioso nos lábios e sai do elevador sem dizer uma única palavra. Quando as portas se fecham novamente, tento entender o que acabou de acontecer, mas meu cérebro parece ter derretido, e só consigo pensar em como eu gostei daquele beijo e que eu não queria que tivesse acabado.

* * *

A cirurgia de Molly Drew tinha sido um sucesso.

Addison havia amado cada segundo ali, principalmente porque deixei que ela fizesse uma parte do procedimento. Ao final, ela me agradeceu muitas vezes e me fez prometer que a manteria atualizada sobre a recuperação da paciente. Depois foi procurar Callie para se despedir pois seu vôo de volta para Los Angeles estava marcado para o início daquela tarde.

Eu Fui Feita Para VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora