Capítulo 23

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Arizona

Durante todo o percurso para casa eu me perguntava o que Callie havia ido fazer no hospital, afinal ela só voltaria ao trabalho no dia seguinte.

Eu a procurei exaustivamente depois que ela entrou naquele elevador, mas não a encontrei. Encaixei a chave na fechadura e girei, fiz uma prece para que ela estivesse em casa e abri a porta. Agradeci aos céus ao encontra-la já deitada em nossa cama. Ela não me olhou, mas sua expressão era intimidadora.

Pensei em tentar conversar, mas pensei melhor e decidi ir tomar um banho primeiro. Isso nos daria algum tempo para nos acalmar.

Sento no meu lado da cama.

- Oi. - disse timidamente. Ela não respondeu. - E Sofia? - perguntei, tentando puxar assunto.

- Está dormindo. Ela tentou te esperar, mas você se atrasou... - seu tom era ríspido.

- Calliope...

- Nem vem com essa história de "Calliope"... - ela me interrompe - O que aquela mulher está fazendo no hospital? E porque ela estava te abraçando? E você estava deixando... - ela não disfarça a sua raiva e a cada palavra seu tom era cada vez alto.

- Se você parar de gritar talvez eu consiga te contar! - falei da forma mais firme que consegui. - Sofia está no quarto em frente ao nosso e vai ficar assustada se acordar com nossos gritos!

Ela me encara com raiva no olhar, mas não fala nada.

- A Bailey trouxe ela até mim hoje pela manhã. A esposa dela está grávida e o coração do bebê está sendo pressionado por um tumor que está crescendo muito rápido. Ela estava me agradecendo por que aceitei fazer a cirurgia. - tentei resumir tudo em uma única frase.

- O quê? Você aceitou fazer uma cirurgia na esposa da mulher com quem você me traiu? E você espera que eu aceite isso numa boa? É isso mesmo? - seu sarcasmo me incomodava, mas ignorei isso.

Eu estava preocupada porque ela estava ficando muito pálida. Eu precisava manter a calma, um discussão não faria bem a ela.

- Callie, - falei num tom suave. - eu sou uma cirurgiã fetal. A única em Seattle desde a Dra. Herman. Aquele bebê vai morrer, e a mãe dele também corre perigo e eu posso evitar isso. Que tipo de médica eu seria se me negasse a fazer isso por algo que aconteceu há anos atrás? - tento chamá-la à razão.

Ela suspira e encara as próprias mãos visivelmente refletindo sobre o que eu disse e tentando se acalmar. Levo minha mão até seu rosto e faço um carinho.

- Eu amo você. - digo em um sussurro.

- Eu estou com tanta raiva de você! - ela diz voltando a me encarar com uma expressão que eu não consigo decifrar.

Me surpreendo quando ela se joga em cima de mim e me beija. Não é um beijo suave ou amoroso. Não há gentileza ou carinho.

Pelo contrário, ela me beija com força, com raiva. Suas mãos rapidamente arrancam as suas roupas e as minhas. Não há sensualidade em seus movimentos mas, estranhamente, fico excitada com a maneira que ela escolheu para me punir. Sua boca ávida procura pela minha, suas mãos apertam os meus seios com força. Sinto um arrepio percorrer o meu corpo quando sua língua alcança o lóbulo da minha orelha, cravo minhas unhas suas costas e isso parece incentivá-la. Ela desce pelo meu pescoço e colo, deixando um trilha de beijos e mordidas. Era dolorido, mas também muito excitante. Quase grito quando ela, sem nenhum aviso prévio, invade a minha intimidade com três dedos. Sinto um misto de dor e prazer. Quando a sua boca encontra os meus mamilos duros, enquanto seus dedos se movimentam dentro de mim, sinto o prazer se intensificar. Agarro seus cabelos negros e puxo-a para um beijo, enquanto tento levar minha mão até a sua intimidade, quero que ela sinta o que estou sentindo. Mas ela me impede.

Eu Fui Feita Para VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora