Eu Fui Feita Para Você

Capítulo 27

Arizona

Ver Lauren sofrer pela morte da esposa me atingiu de uma maneira que eu não consigo entender. Ou talvez até entendo, mas não quero aceitar. Por um instante, me coloquei no lugar dela e imaginei o que aconteceria se Amélia não conseguisse fazer a ressecção do tumor de Callie. Imaginei como eu me sentiria se fosse eu recebendo aquela notícia. Se, no final de tudo, só restasse eu, Sofia e aquele bebê que estávamos planejando com tanto amor... E, por um breve momento, pude sentir a dor que estava sentindo.

E pude senti-la novamente quando Callie apareceu cuidando de mim com todo o seu amor mesmo sem entender o que acontecia dentro de mim e, novamente, eu imaginei o que seria de mim se não pudesse mais desfrutar daquele cuidado, daquele carinho que ela me dedicava.

E, quando April me contou todo o esforço que ela havia feito para salvar Lauren, mesmo tendo todos os motivos para não se importar, senti mais uma pontada de dor, porque eu sabia que havia encontrado a mulher perfeita, mas estava correndo um sério risco de perdê-la para um maldito tumor. Eu estava com medo. Arriscava dizer que nunca havia sentido tanto medo em toda a minha vida. Mas precisava permanecer forte para apoiá-la. Por isso, não me permiti desmoronar.

Callie, com certeza, percebeu que algo estava acontecendo dentro de mim, mas não me pressionou. Ela apenas estava ali por mim. O que a tornava ainda mais perfeita.

Naquela noite, quando chegamos em casa, ela cuidou de tudo, do jantar, de Sofia, fez questão de me dar banho e me pôr na cama. Não conversamos muito sobre nada, ela apenas deitou ao meu lado e me puxou para junto de si num abraço protetor.

Conhecendo Callie como eu conheço, eu sabia perfeitamente que ela estava muito preocupada e querendo entender o que estava se passando comigo. Mas demonstrou uma paciência incrível ao simplesmente respeitar o meu silêncio.

Depois de algum tempo, me afastei um pouco, apenas o suficiente para encará-la. Ela estava séria, encarava o teto, pensativa, mas quando sentiu que eu me  mexia, voltou-se para mim como se esperasse que eu dissesse algo. Mas não consegui. Apenas a beijei.

Um beijo suave, carregado de emoção que, aos poucos, foi se transformando em desejo. Ela aprofunda o beijo ao me soltar daquele abraço e deitar o seu corpo por cima do meu. Minhas mãos viajam pelo seu corpo e puxo a sua camisola, retirando-a e deixando-a apenas de calcinha. Volto a acariciar a sua pele nua e cravo minhas unhas em suas costas quando sinto sua boca alcançar o lóbulo da minha orelha. Ela geme bem próximo ao meu ouvido e meu corpo reage instantaneamente. Com movimentos rápidos, porém muito gentis, Callie tira toda a minha roupa e espalha beijos molhados por todo o meu corpo. Seu movimentos são lentos e precisos e me fazem deseja-la cada vez mais. Contenho um gemido alto quando sua boca alcança os meus seios e sua mão esquerda abraça a minha​ cintura enquanto a direita vai até o meu centro, tocando-o com delicadeza. Callie suga o meu mamilo duro e, em seguida, faz movimentos circulares em volta dele com a língua e seus dedos fazem o mesmo em movimentos sincronizados, o que me faz quase delirar. Não sou capaz de conter um grito quando, finalmente, sinto seus dedos me penetrarem. Callie sorri e eu rezo internamente para que Sofia não tenha acordado. Movo o quadril no ritmo das suas estocadas. Sem retirar a sua mão, ela vai até o meu centro e suga o meu clitóris com calma e precisão, me deixando a beira do abismo. Com mais algumas estocadas e lambidas, Callie me levou ao ápice enquanto eu gemia o seu nome quando a explosão de prazer me atingiu.

Ela se deita novamente ao meu lado e eu deito a minha cabeça em seu ombro deixando o meu corpo parcialmente por cima do seu. Pela primeira vez naquele dia, eu senti que tudo ficaria bem. Callie havia acabado de fazer amor comigo da maneira mais linda que se pode imaginar. Ela havia sido extremamente delicada, carinhosa e gentil e, de alguma forma ela sabia que aquilo era tudo que eu precisava naquele momento.