Savannah estava furiosa, nunca pensou que encontraria uma pessoa tão sem educação na sua vida!
Depois do vexame da sua tentativa de casamento fracassada, ela já não suportava ficar na própria cidade com todos seus amigos e familiares querendo saber como ela estava e ouvindo as mesmas frases de sempre como "Oh pobrezinha da Savannah...", "Coitadinha, deve ser horrível ser abandonada pelo noivo.", "O que será que ela fez pra que ele fugisse? ". Pra ela foi a gota que faltava para seu copo de paciência transbordar.
Depois de uma semana ela simplesmente juntou todos seus pertences, pegou o dinheiro das passagens da sua lua de mel para as Bahamas e também o dinheiro que havia guardado para a mesma, e foi embora. Simplesmente se foi, despedindo das únicas pessoas que realmente importavam pra ela, seu pai e Lisa.
Ela fechou os olhos, apontou o dedo no mapa e bam!
Savannah não queria mais pensar, não queria calcular todos seus passos novamente. Seus planejamentos não saíram como pensava e ela nunca mais queria passar por isso novamente! Homens estavam fora de sua lista por tempo indeterminado, ela sabia que nem todos eram como Phil, mas como ia garantir que não iria ser largada ao vento novamente? Afinal, ela pensava conhecer bem o ex-noivo e deu no que deu.
Ela havia alugado uma pequena casa na cidade de San Antonio, com um jardim na parte de trás, o qual ela planejava se bronzear lendo seus livros e tomando uma refrescante limonada. Sua casa era espaçosa e toda mobiliada. Era somente o que ela precisava pra viver, era somente dessa forma que ela queria viver. Havia chegado somente a três dias na cidade e já havia alugado também o local onde seria sua livraria B&C – Books and Coffe.
Savannah só não esperava trombar com um grosso durante sua saída do mercado. Ela dava passos firmes no chão, suas sacolas estavam pesadas e seus pulsos já doíam pelo esforço. Ela precisava comprar um carro urgentemente!
- Mas que merda! – disse indignada quando uma das suas sacolas rasgou e laranjas rolaram por toda calçada. – E o dia fica cada vez melhor... – murmurou e se abaixou pra tentar pegar sua mercadoria que agora já rolava em direção à rua.
Um par de botas pretas surradas apareceu em sua linha de visão juntamente com a sombra de um chapéu. Ela respirou fundo e seus olhos foram subindo devagar sobre as pernas torneadas envolvidas pelo jeans apertado. Ela engoliu seco quando seus olhos encontraram o "cowboy ogro", como assim o apelidou. O verde escuro-amendoado dos seus olhos era espetacular. A barba grande lhe dava um aspecto rústico, além de ter braços bronzeados. É de tirar o folego, pena que tem uma língua afiada, pensou Savannah. No mesmo instante, se repreendeu por tal pensamento.
Ele ofereceu a mão para ergue-la e a mesma ficou pendurada no ar.
- Eu não preciso da sua ajuda seu engraçadinho, se veio zombar da minha cara pode dar meia volta! – ela se levantou pegando as laranjas que sobraram, colocando-as nas sacolas em suas mãos.
Os primeiros pingos grossos de chuva começaram a cair, e Savannah bufou de raiva.
- Quando você pensa que não pode piorar... – lamentou-se. Como supostamente deveria chegar em casa agora? Seu ônibus a deixava a várias quadras de casa, o que deixaria o trajeto impossível com a chuva que começara a cair.
- Venha. – a ordem saiu da boca do estranho que rapidamente retirou todas as sacolas de sua mão.
- O que pensa que está fazendo seu idiota? Me devolve as minhas sacolas agora! – ela disse indignada, tentando acompanhar os passos do cowboy. – Você não me ouviu seu grosso? Me devolva as minhas coisas! – ao ouvi-la Jonathan a puxou pela mão. Novamente estava lá, a eletricidade. Savannah estremeceu ao tocar sua mão áspera, mas ao mesmo tempo forte.
Ele colocou as sacolas nos bancos de trás. A chuva agora era extremamente forte, deixando os dois totalmente encharcados. Savannah ainda estava parada, estática, na porta do carro. Jonathan se aproximou como um predador, colocando ambas as mãos, um em cada lado do seu corpo.
- Eu não estou pensando em roubar suas coisas, pelo contrário. Se eu quisesse eu teria o meu próprio mercado! Agora pare de agir como uma criança mimada e entre no carro! – ele rugiu, abrindo a porta da caminhonete e a empurrando brutamente no mesmo. – Aproveite baby, eu geralmente não abro a porta do carro pra garotas. – provocou ao entrar no carro.
A respiração de Savannah saia em lufadas, ela estava possessa com o atrevimento daquele sujeito! Cerrando os dentes ela observava as gotas escorrerem pela janela, enquanto Jonathan dava partida.
- Se você não me falar onde mora, vou ter que te levar pra minha casa. E querida, eu realmente não quero sua presença lá! – ele provocou, ela estava calada, o que deixava o ambiente muito estranho.
Com poucas palavras, Savannah indicou a direção da sua casa. Enquanto dirigia, Jonathan tentava amansar a fera.
- Então, como se chama? – ele perguntou curioso, enquanto dava olhares rápidos a Savannah. Mesmo com o cabelo molhado, grudado no corpo, a maquiagem um pouco fora de ordem, ela continuava linda. Ele reprimiu o pensamento e fechou a cara.
- Ah, agora você quer saber meu nome? Você é um louco! – ela continuava olhando pra chuva e cruzou os braços pra aplacar o frio. – Savannah. – disse simplesmente. Mordeu a língua, reprimindo a vontade de perguntar-lhe seu nome.
- Eu sou Jonathan, Jonathan Campbell. – ele a olhou novamente e reparou que a menção do seu nome não causou a reação que geralmente causava nas mulheres. – Então, Savannah... – disse degustando seu nome, o que causou uma pontada bem no meio das pernas dela – Você é daqui?
Ela mordeu o lábio, pensando se deveria responder ao estranho. Bem, quem está na chuva...que irônico! – pensou reprimindo um sorriso e o resto da frase subentendida.
- Não, Jonathan...- respondeu falando seu nome na mesma entonação. – Eu me mudei há alguns dias. – passou as mãos pelos braços, na inútil tentativa de se aquecer.
- Tome. – disse puxando um casaco no banco de trás.
Ela pegou o casaco e o colocou novamente no banco de trás. Observou a carranca de Jonathan, algumas gotas escorriam pelo seu pescoço e adentraram a camisa aberta, que mostrava um peito moreno com cabelos pretos. Ela fincou as unhas na pele imediatamente quando pensou que queria tocar aquela fina penugem e lamber aquele tórax. Jonathan observou calado sua reação, imaginando se seria tão repugnante assim ela utilizar seu casaco.
- Sabe, eu não tenho nenhuma doença contagiosa... – murmurou com raiva.
Savannah piscou, saindo do seu transe.
- Oh, não! Não é isso, é que já chegamos. Minha casa é essa aqui. – ela rapidamente saiu da caminhonete e começou a retirar suas sacolas.
Jonathan a ajudou levar até a porta, a chuva os embalava enquanto eles se encaravam. Savannah pensou ter visto um traço de diversão passar pelos olhos verdes, mas devia estar enganada. Jonathan a tratou mal desde que se esbarraram, devia se sentir culpado por ser tão grosso e por isso resolveu dar uma ajuda.
- Jonathan... – ela sussurrou, ele se aproximou. Os narizes quase grudando, as respirações rápidas e rasas se tornaram uma só. A atmosfera havia mudado drasticamente.
- Sim, Savannah... – sua voz soou sexy. Ele passou o indicador pelo rosto dela, segurando seu lábio inferior junto com o polegar. Ele gostaria que fossem seus dentes naquele momento. Oh oh, um gigante letreiro vermelho piscava em seu subconsciente dizendo "problema"! – De nada. – ele se afastou rapidamente, antes que tomasse aquele corpo em seus braços. Entrou em seu carro e foi embora, sem olhar pra trás. Suas mãos tremias, ele torcia pra nunca mais encontrar com a "dona encrenca". Totalmente frustrado, ele precisava descarregar toda sua energia e tirar do pensamento uma pequena mulher teimosa, arisca que cheirava a morangos.
Discando um número no celular rapidamente, logo foi atendido.
- Chego em quinze minutos, esteja preparada Melissa. – e desligou.
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Em Nome do Amor - Livro 1
ChickLitSavannah Scott era uma doce bibliotecária que foi deixada no altar pelo seu noivo Phil. Após ser enganada, Savie foge da cidade se sentindo envergonhada e humilhada. Com o dinheiro da sua lua de mel abre uma pequena livraria no interior do Texas, re...