Capítulo 8

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Jonathan saiu como um furacão de dentro da livraria, não estava com raiva do ataque da Savannah ou suas palavras, disso ele gostou e muito... Ela ficava uma delícia quando soltava a fera que existia nela. Nem mesmo a cobertura de buttercream espalhada por todo seu rosto e entrando por dentro do seu nariz o incomodou. O que o havia tirado do eixo foi ter ficado excitado com o beijo que lhe deu. Teve que sair quase correndo de dentro da loja para que ninguém pudesse perceber o quão duro ele estava.

Do lado de fora da livraria se encostou na parede limpando seu rosto com um lenço que tirou do bolso até que a presença de alguém lhe chamou a atenção.

- Se veio me dar algum sermão pode cair fora. – disse grosseiramente ignorando o senhor que parou ao seu lado.

- Eu até poderia te dar algum sermão meu filho, afinal de contas, aquela mulher que você agarrou e humilhou publicamente é a minha filha. – Henrique agora o encarava com a sobrancelha levantada e os braços cruzados.

No fundo havia se divertido com a atitude de Jonathan pois nunca havia visto tal comportamento em Savannah. Ele achara incrível a maneira como a filha o havia enfrentado, totalmente petulante e sem medo nenhum do jeito bruto de Jonathan.

- Me desculpe senhor, mas o que acontece entre Savannah e eu não é da sua conta. – com o olhar gélido, Jonathan encarava Henrique.

- Engraço como você mantém a postura defensiva comigo Jonathan. – disse tranquilo – Eu respeito muito as decisões da minha filha, se me conhecesse você saberia. Só achei, de fato, um tanto...interessante a atitude dela com você. – riu balançando a cabeça – Ela é mais parecida com a mãe dela do que eu pensava. – encostou na parede ao lado de Jonathan acendendo um charuto e oferecendo para o mesmo que recusou.

Jon se mantinha calado, não estava entendendo nada daquela atitude do pai de Savannah. Qualquer outro pai chegaria afrontando-o e batendo de frente, mas o pai de Savannah não, ele tinha que ser tão excêntrico quanto a filha.

- Aliás, eu sou Henrique. – estendeu a mão para cumprimentá-lo.

- Jonathan, Jonathan Campbell. – retribui o gesto e desviou o olhar para a rua. – Acho que estamos meio crescidinhos para isso Henrique, por favor vá direto ao ponto pois eu tenho mais o que fazer. – resmungou grosseiramente.

- Pois bem, também gosto das coisas sem rodeios... – soltou baforadas do charuto. – Não a machuque. – disse perigosamente.

- O que disse? Eu não encostei um dedo na sua filha... – foi interrompido.

- Você entendeu o que eu quis dizer, não machuque o coração da minha filha Jonathan porque ele pode não suportar ser quebrado mais uma vez. – segurou o charuto entre os dedos observando atentamente a rua.

Jonathan não queria perguntar, mas a curiosidade estava batendo mais alto. Ele não queria se interessar por Savannah, não queria se meter mais uma vez em sua vida, mas era tarde demais...ele já estava envolvido.

- O que você quer dizer com mais uma vez? – tentou soar desinteressado mas pelo sorriso que recebeu de Henrique percebeu que havia falhado.

- Savie passou por coisas que pessoas duronas e desconfiadas como você não aguentariam Jonathan. Apesar de terem errado com ela, foi ela quem sofreu pelo erro de outra pessoa, foi ela quem teve que ouvir coisas desagradáveis e desnecessárias, julgamentos de quem só observava a cena de fora. – Henrique começava a se exaltar, só o pensamento de algum outro homem machucar a sua menininha o deixava doente. – Porque você acha, Campbell, que uma linda mulher se mudaria pra um lugar a quilômetros de distância de um local em que ela cresceu e conhece a todos? – tragou novamente seu charuto e coçou a testa impaciente – Porque você acha que minha doce... – recebeu um olhar descrente de Jonathan pelo adjetivo – sim Campbell, minha filha é uma menina doce e gentil mas pelo visto ela muda quando está com você. Continuando, porque acha que ela se isolaria em uma cidade onde não conhece ninguém?

Em Nome do Amor - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora