Capítulo 31

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Agora que Jonathan estava tomando as rédeas da parte financeira da livraria e Savannah saíra da fossa que estava, Lisa estava mais tranquila, pois não precisariam fechar o local e consequentemente ela não voltaria para sua cidade natal. As coisas com Anna ainda estavam estranhas desde a festa, não haviam terminado, entretanto também só falavam o necessário. Lisa suspirava a todo instante, cabisbaixa. Não podia forçar Anna contar a verdade para sua família, mas também não queria viver em um relacionamento nas sombras por toda vida. Queria casar, criar filhos, o pacote completo.

Ela estava na dispensa, procurando mais alguns pacotes de café, quando Anna a agarrou pela cintura, imprensando-a na parede.

- O que...o que está fazendo? - Assustada com tal atitude, tentou se soltar, mas foi em vão. Anna aplicava toda sua força, segurando os pulsos da ruiva.

- Vamos resolver isso de uma vez por todas, não consigo mais aguentar sua frieza. - Falou com tristeza. Lisa respirou fundo e desviou o olhar.

- Eu pensei sobre nós ultimamente e acho que já tenho a solução. - Anna a soltou e esperou.

- Tem? - Perguntou curiosa, mas ela também tinha uma solução. Fora atrás de Lisa decidida, ela ia contar a verdade para avó e independente da opinião dela, ficaria ao lado de Lisa.

- Isso não está dando certo mais, Anna. Eu demorei a reconhecer, porque eu amo você, mas como diz o ditado: quando um não quer, dois não brigam né? - Debochou, tentando esconder a tristeza. Era seu mecanismo de defesa e Anna já sabia disso, não levou como ofensa. Ela sorriu para a ruiva, mas não um sorriso normal e sim o de uma predadora. Lisa nunca havia visto Anna daquela maneira e sentiu seu coração acelerar.

- Pois eu tenho uma solução ainda melhor, Lisa. E eu vou te mostrar ela agora mesmo! - Tomou coragem e segurou o rosto de Lisa, lhe dando um beijo de tirar o fôlego. Mas antes que a ruiva pudesse dar conta da situação, Anna a puxou pela mão e praticamente expulsara todos os clientes do local, fechando a livraria às pressas.

- Anna, ficou louca? Não podemos fechar a livraria no meio do expediente, Jonathan vai nos matar se souber! - Exclamou exasperada, enquanto era arrastada pela calçada. - Quer andar mais devagar? Eu vou acabar caindo com essa sua pressa de ir em sei lá onde... - bufou.

- Ele não vai ficar bravo, porque ele gosta de fazer Savannah feliz e ela vai ficar muito feliz com o que eu irei fazer agora. - Atravessou a rua, ainda de mãos dadas com Lisa.

As pessoas estranharam o comportamento apressado das duas, mas logo voltaram aos seus afazeres de sempre. A cidade já estava ficando acostumada às loucuras que aconteciam relacionadas as novas moradoras.

Anna parou em frente a uma casa simples, com um grande e bem aparado gramado na frente. Haviam canteiros de flores de todos os tipos e o cheiro que penetrou no nariz de Lisa era maravilhoso. A casa parecia de boneca e tinha um pequeno balanço na varanda. A cor branca e azul bebê deixava tudo ainda mais delicado. Anna bateu na porta, e logo ouviram passos.

- Anna, essa é a sua casa. Porque está batendo a porta na sua própria casa? - Sussurrou ainda com raiva.

- Porque essa não é mais a minha casa, é a casa da minha avó. - Sussurrou de volta, com um tom divertido.

Dona Helena abriu a porta sorridente quando viu a neta e Lisa ficou branca como papel, a ponto de desmaiar. Estava mais confusa do que nunca, queria saber de uma vez por todas o que estava fazendo ali.

- Finalmente, achei que eu ia morrer e você não ia mais vir me visitar. - Brincou Helena e Anna sorriu.

- Você é impossível vovó. - Sacudiu a cabeça, sabia que a avó estava brincando, pois estivera ali na noite passada para retirar seus últimos pertences.

Em Nome do Amor - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora