Em Nome do Amor - Livro 1

Capítulo 20

No bar do Tim, o caos estava instalado a medida que a noite corria. Jonathan estava descontrolado e nada, nem ninguém conseguia acalmá-lo. Por pior que ele já estivesse quando chegou, a situação piorou quando encontrou visitas indesejadas.
Ele chegara no início da tarde e logo se sentou na banqueta do balcão.

- E ai Campbell, anda sumido... - falou Tim erguendo os olhos do copo que secava.

Jonathan simplesmente acenou com a cabeça e sem dizer mais nada, acenou com a mão por uma cerveja. Tim rapidamente a colocou em cima do balcão com uma porção de amendoim.

- Sabe Tim, as mulheres são completamente estranhas... - disse entre um gole e outro - quando elas são traídas de verdade, geralmente perdoam o canalha e o aceitam rapidinho. - bufou - Mas quando não é verdade, quando você é um cara legal e fiel, é incrível a capacidade delas de acreditarem rapidamente em mentiras de pessoas que elas nem conhecem. - riu sem humor e pediu mais uma cerveja.

Tim trocou a garrafa e parou o processo de secar os copos, apoiando-se no balcão.

- Olha Jon, nos conhecemos a muito tempo, você sabe. Todo mundo aqui sabe da vida que você levava antes de namorar... - olhou para a porta atrás de Jonathan, que acabara de ser aberta - se eu fosse Savannah, também ficaria com o pé atrás por tantas mulheres assim atrás de você. E pelo que parece lá vem mais um problema... - riu, balançando a cabeça.

Jonathan se virou e entendeu do que Tim falava. Melissa acabara de entrar no bar, e ainda não tinha reparado nele, até aquele momento. Ela sorriu quando o viu e andou confiante em sua direção. Vestia um short jeans desfiado bem curto e vulgar, com um top cropped e botas. Querendo ou não, ela atraía olhares pelo bar, mais pela vulgaridade do que pela beleza.

- Vou precisar de algo mais forte... - bufou e antes que Tim pudesse guardar a garrafa de uísque, Jonathan fora mais rápido e a colocou em sua frente. - Não me deixe fazer nenhuma besteira. - pediu ao amigo, que assentiu com a cabeça.

- Boa noite Ponchito... - falou Melissa com uma voz falsamente doce, sentando-se ao seu lado.

Jonathan não respondeu e bebeu mais uma dose. Melissa fora ali para achar uma companhia e curtir a noite, para sua sorte a pessoa que ela mais desejava no mundo estava ali, sozinho e deprimido. Então ela não perdeu tempo em investir uma vez mais em Jonathan, mesmo que só essa noite. Agora, ela sabia, ele estava livre da dona da livraria metida a besta e nada a deixara mais feliz, do que aquela notícia. Ela sabia que Ponho não resistiria ficar amarrado por muito tempo, era tudo questão de paciência. E uma coisa que ela adquirira ao longo dos anos, fora paciência. A vingança de Savannah estava planejada e agora era só esperar o tempo certo para colocar o plano em ação. Ela nunca iria esquecer da vergonha e humilhação que passara em frente à população. Segurou com força a garrafa de cerveja, como se quisesse quebrá-la e ignorou a raiva que começara a borbulhar dentro de si, toda vez que pensava naquela noite. Hoje vai ser diferente...ela pensou.

- Então Jonathan, soube que está solteiro novamente - falou soando despretensiosa e tomando um gole de cerveja.

Jonathan a olhou com o canto do olho e resolveu mais uma vez ignorá-la, assim como o copo que estava se servindo. Empurrando-o para Tim, que observava os dois calados, ele resolvera tomar a bebida direto da garrafa em longos goles. Sentiu o álcool descer queimando, quente, como se algo dentro dele ainda queimasse, assim como a chama do seu amor que permanecia acesa.

- Sabia que você não conseguiria ficar preso por muito tempo... - falou, colocando a mão sobre seu ombro com a intenção de acariciá-lo mas ao mesmo instante do contato, foi repelida pela grande mão de Jonathan.

- Não-me-toque. - falou baixo e pausadamente, ainda sem olhá-la.

Melissa fechou a cara mas ainda não havia desistido. Resolveu mudar de estratégia e se aproveitou de que Jonathan estava disposto a beber, então ela o "acompanharia" até ele se soltar. Pediu mais uma garrafa de uísque a Tim e empurrou para Jon, que contentiva a beber em silêncio.