Em Nome do Amor - Livro 1

Capítulo 21

O caminho mais curto era a casa de Savannah, por isso ela resolveu levar Jonathan para lá. Ela sabia que era um erro e que se arrependeria no dia seguinte, mas ele estava tão mal que não havia outra escolha. Não se atreveria deixá-lo sozinho na fazenda nesse estado, apesar de ter raiva dele, ainda o amava e se preocupava, querendo ou não.

Dirigia com cuidado e de vez em quando lhe dava olhares furtivos, o rosto demonstrava quanta raiva sentia naquele momento, tanto pela palhaçada que Jonathan criou no bar, quanto pela infeliz da Melissa tentando impedi-la de sair de lá com ele. Quase sorriu ao lembrar que mesmo bêbado, ele ainda a dispensara. Ela pode perceber que o rosto da outra ficara lívido quando mencionou que mesmo bêbado ele não a quis. Mas o sorriso desapareceu quando lembrou-se da traição, afinal, uma coisa não anulava a outra.

Estacionou o carro e deu a volta para abrir a porta de Jonathan, que estava em um estado meio embriagado e meio sonolento. Ela apoiou um de seus braços em seu ombro e o ajudou a tirar do carro, fechando a porta com o pé. O peso dele, a fizera se inclinar para o lado diversas vezes, mas com muito esforço conseguiu levá-lo para dentro, sentiu-se fraca pelo esforço mas aliviada por tê-lo trazido pra casa. Tirou seu chapéu, jogando-o no sofá e caminhou com ele novamente até chegarem ao seu banheiro.

- Savie, meu amor... Vamos tomar banho juntos? - Jonathan sorriu safado e tentou agarrá-la. Savannah revirou os olhos e começou a desabotoar sua camisa.

- Sim, claro que vou. Por isso você precisa colaborar, ok? - falou com certa ironia, que naquele estado, Jonathan não percebera e somente assentiu feliz com a cabeça.

Terminou de tirar toda a roupa de Jonathan, o deixando somente de cueca. Ele estava suado e o cheiro de bebida estava impregnado em sua pele. Aquilo embrulhou o estômago de Savannah de tal forma, que ela se perguntou como ele chegara naquele estado.

Ligou o chuveiro e ajustou para a água mais gelada que tinha e sorriu pra si mesma, sentindo um genuíno prazer em vê-lo pagar, mesmo que pouco, pelo vexame.

- Não, água gelada não Savie... - choramingou Jonathan quando entrou no box.

- Água gelada sim, quem mandou beber como se não houvesse amanhã? - falou grossa, tentando empurrá-lo para a água.

Finalmente, Jonathan cedeu e deixou a água gelada cair sobre si. Ele tremia e mal conseguia pronunciar alguma palavra. Tão tonto estava, que não se aguentava em pé, então com ajuda de Savannah, sentou-se no chão do box em baixo do chuveiro.

Savie ficou em pé, o observando, enquanto ele tremia e olhava para ela com os olhos piedosos. Por um momento quase o tirou de lá e o aconchegou em seus braços, mas aquele era o melhor remédio para acabar com a bebedeira.

- Me perdoa Savie, vol-volta pra mim... - ele pediu tremendo, enquanto apoiava a cabeça na parede.

Ela fechou os olhos e abraçou a si mesma. Várias vezes no carro, Jonathan lhe pedira a mesma coisa. Era insuportável ouvir aquele apelo, porque seu coração, burro e estúpido, só queria ceder e dizer que sim. Mas sua cabeça não conseguia entrar em acordo, insistia em lembrá-la da diferença financeira entre ambos, quanto da traição que ela pensara ter sofrido por parte dele. Jonathan lhe estendeu a mão e ela cedeu, ajoelhando-se no chão a sua frente.

- Eu posso estar bêbado, e dizem que bêbados não mentem... Estou aqui te dizendo mais uma vez, que eu não trai você baby, eu nunca pensei em trair você... - falou baixinho, as lágrimas escorriam por seu rosto e se misturavam as gotas de água gelada, que agora já se acostumara, beijou a mão dela demoradamente e encostou-a no seu peito gelado.

Savannah desligou o chuveiro, não aguentava mais assisti-lo com tanto frio daquela forma. Seu rosto já estava banhado com lágrimas e quando sentiu o beijo de Jon em sua mão, tremeu. Aqueles lábios macios e gentis em contato com sua pele, lhe deixaram com as pernas bambas.