Capítulo 5

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O jantar não ocorria como esperado, já que Savannah e Jonathan se comportavam como duas pessoas normais até aquele momento. Calados, eles se olhavam nos olhos a cada garfada de macarronada – a melhor que Jonathan já provara, na opinião dele – e a cada gole de vinho.

- Hum...hum... – ele limpou a garganta, chamando a atenção de Savannah. – Então, Savannah, como você veio parar aqui? Você tem família ou algo assim?

Ela parou com o garfo a caminho da boca e o colocou novamente no prato, como explicaria o que a levou ali? Não, ela não podia contar e suportar mais uma vez olhares de piedade em cima de si. Ainda mais de um arrogante e grosseiro cowboy que provavelmente debocharia dela até a eternidade. Então ela pensou rápido e achou que o caminho mais seguro a seguir com Jonathan era a provocação.

- Porque o interesse Jonathan? Por um acaso você quer ser meu "stalker" pessoal? – ela sorriu irônica.

Ele se levantou abruptamente, com a mandíbula cerrada, Savannah podia ver seus olhos faiscarem de raiva.

- Qual o seu problema, princesinha da cidade? Eu só te fiz uma simples pergunta, afinal, estou na casa de uma estranha, jantando com ela. Quem me garante que VOCE não veio até aqui stalkear alguém hein?! – ele cruzou os braços, os músculos salientes na camisa desviaram a atenção de Savannah momentaneamente.

Ela sacudiu a cabeça e se levantou também, se aproximando de Jonathan e lhe cutucando com o dedo.

- Qual o MEU problema? Você que veio na minha casa sem ser convidado seu ogro dos infernos, se intrometeu no MEU ferimento e eu aqui, querendo ser legal, ainda te convido pra jantar e é assim que você me trata? Me acusando de ser alguma louca perseguidora? Já era de se esperar vindo de um brutamontes como você. – ela respondeu com o tom de voz cinco vezes maior que o normal, suas mãos não paravam de se movimentar com sua fala e seu rosto já estava vermelho de ira.

- Pois você está me parecendo uma potranca xucra e cabeça dura! Não é de admirar que está aqui sozinha no meio do nada, nem o último homem da face da terra iria querer uma mulher tão... – ele fechou os punhos com força e respirou fundo – insuportável! – disse com os dentes cerrados.

Naquele momento algo se quebrou dentro de Savannah. Ela sentiu, ou literalmente ouviu, seu frágil coração recentemente colado ser estilhaçado mais uma vez com as palavras de Jonathan. Dando um passo pra trás ela abraçou a si mesma e todo seu escudo caiu.

- É isso mesmo que você acha, Jonathan? – ela deu um sorriso triste e seguiu para a porta, segurando o choro e todo seu orgulho, jamais choraria diante dele e de ninguém mais. – Então, acho que está tarde, você poderia por favor se retirar? – ela disse baixinho.

Jonathan piscou várias vezes, não querendo acreditar na súbita mudança de comportamento de Savannah. Que? Como? Mas que inferno...? – ele pensou.

- Savie, por favor, me desculpe pelo que eu disse...eu só... – ele foi interrompido por ela.

- Por favor, eu preciso acordar cedo amanhã. Vamos esquecer isso, esquecer que nos conhecemos, está bem? – ela respondeu suavemente e se abraçou mais forte.

Derrotado, Jonathan assentiu com a cabeça e passou ela porta. Savie respirou fundo e o chamou novamente.

- O motivo de eu vir pra cá era esquecer o que você, infelizmente, acabou de me lembrar. – dito isso ela fechou a porta e se enrolou no sofá como uma bola e assim deixou as lágrimas rolarem.

Jonathan ficou parado tentando entender o que poderia ter acontecido com Savannah, agora sua curiosidade o tinha pegado de jeito. Ele seguiu para sua caminhonete e bateu com toda força a porta que, surpreendentemente, ainda seguia intacta. Apoiou a cabeça no volante, repassou todos os momentos em sua mente, outra e outra vez. Ele só tinha feito uma simples pergunta pra aquela mulher, umazinha. E nem tinha perguntado com deboche. Quando tudo ficou fora de controle? – ele se perguntou.

Em Nome do Amor - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora