Capítulo 28

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Ele saiu furioso do quarto, dessa vez estava grato por Savannah não poder ver sua expressão, mas Lisa e Anna viram e seguiram caladas.

- Jonathan, o que aconteceu dessa vez? - Henrique se aproximou e lhe entregou um copo de café. Jonathan agradeceu, enquanto tirava o celular do bolso.

- Savannah disse que no dia do acidente tentou frear, mas os freios não funcionaram. - bufou furioso - Alguém alterou o carro da Savie e eu vou descobrir. Coitado do culpado porque provavelmente vou matá-lo com as minhas próprias mãos. - Jonathan tremia de raiva, respirou fundo tentando se conter.

- Meu Deus, quem seria capaz de fazer uma coisa dessas com a minha filha? - Henrique tampou a boca, nunca pensou que depois de tudo que a filha passou com o ex, acidente e o aborto, ainda teria que lidar com um psicopata solto, tentando machucá-la.

- Eu tenho meus suspeitos, mas não posso acusar ninguém sem provas. Não se preocupe com isso, Savannah será vingada. - apertou o ombro do sogro com respeito - Aliás, com tudo que aconteceu, ainda não tive tempo de te pedir a mão da Savie...

- Campbell, depois de tudo que vocês passaram ainda estão juntos... Quem sou eu pra impedir a felicidade da minha filha? - sorriu - Pelo menos eu sei, que no meio de toda essa tragédia ela encontrou alguém para estar do lado dela, independente do que aconteça.

- Obrigado Henrique, eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance pra ver Savannah feliz.

- Eu sei rapaz, agora vá pegar esse cafajeste que feriu a minha filha... - pediu e entrou novamente no quarto.

Jonathan atendeu o sogro prontamente e ligou para a delegacia, exigindo a presença do delegado naquele instante. Depois, ligou para Carlos para contar do ocorrido e o capataz rapidamente foi para o hospital, deixando Berta aflita e sozinha em casa.

- Campbella, será que posso falar com você? - chamou o médico de Savannah.

- Claro doutor, pode falar. - desviou a atenção do celular, guardando-o no bolso e tomando o resto do café em sua mão.

- Vou dar alta à Savannah essa tarde. - falou animado.

- Sério? Ela realmente vai poder ir embora? Isso é ótimo! - disse animado, o que mais queria era sair daquele local e levar Savannah para um lugar mais familiar.

- Sim, ela já está recuperada do acidente e perfeitamente bem para ir pra casa. Obvio que vamos seguir com as sessões com um psicólogo e fazer exames periodicamente, pra checar a visão.

- Bom, Deus sabe que precisava de pelo menos uma notícia boa em meio essa merda toda. - soltou um suspiro cansado - Vou avisá-la então, obrigado. - apertou a mão do médico, que saiu para atender um chamado urgente.

Voltando ao quarto, observou que Savannah parecia abatida mas pensou que talvez a notícia que lhe daria pudesse melhorar seu estado.

- Baby, voltei. - Savannah sorriu ao som da sua voz - Tenho uma novidade muito boa... - falou com suspense.

Lisa, Anna e Henrique estavam sentados no apertado sofá do quarto e com os rostos ansiosos.

- Boa? Ai... Me diz logo Jhon, não me mate de curiosidade. - pediu, ficando animada.

- O doutor disse que hoje pela tarde você vai poder ir pra casa, meu anjo... - colocou um pouco do cabelo de Savannah atrás da orelha.

Ele ouviu as palmas e os assobios de comemoração dos três atrás de si, mas franziu a testa quando viu que os olhos de Savannah estavam arregalados de medo.

- Pra casa? Como assim Jonathan? Eu ainda não posso ir pra casa, eu não estou bem... - rejeitou a novidade.

Ela não queria ir embora, não se sentia preparada pra enfrentar o mundo lá fora, o preconceito, o julgamento novamente. Ela não poderia ver, mas saberia que as pessoas a olhariam com pena. Estava acontecendo tudo novamente, ela não poderia passar por isso uma segunda vez. Seus olhos encheram de água e ela virou de lado, ficando de costas para Jonathan.

- Amor, pensei que você iria ficar feliz... - Jonathan deu a volta na cama, ficando em frente à ela, segurando o pequeno rosto em suas mãos. - É claro que está bem, daqui há alguns dias você vai tirar o gesso do braço e estará novinha em folha. Os pontos irão cicatrizar e...

- MAS QUE INFERNO, ACHO QUE QUEM BATEU A CABEÇA DEVE TER SIDO VOCÊ! EU ESTOU CEGA JONATHAN, CEGA! EU ESTOU LONGE DE ESTAR BEM E NOVINHA EM FOLHA... - explodiu, com o peito arfando. - Me deixem sozinha, por favor... - fechou os olhos e ouviu os passos se afastando e o barulho da porta fechando. - Isso inclui você também, Herrera. - completou quando ainda podia sentir o cheiro dele por perto.

- Não adianta, você não vai conseguir. - falou Jonathan rudemente.

- Conseguir o quê? Que você saia do quarto? Posso muito bem pedir à uma enfermeira, ninguém nega nada a uma pessoa cega... - disse com sarcasmo.

- Conseguir me afastar de você, Savannah. Dessa vez eu não vou te dar espaço pra pensar, pra imaginar ou cogitar qualquer coisa. - segurou sua mão e observou a aliança de noivado, ainda reluzente. - Isso aqui é a prova da minha fidelidade à você, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte possa nos separar... - sussurrou no ouvido de Savannah, que suspirou.

Ela podia sentir que Jonathan honraria cada palavra desses votos, embora ainda não estivessem casados. Porque afinal, ele já estava cumprindo. Ele limpou a lágrima solitária que rolou pelo rosto dela e aproximou sua boca na dela. Lentamente abriu espaço com sua língua e sentiu a língua quente e macia dela. Ambos suspiraram, fazia tanto tempo que não se beijavam, que estavam nas nuvens. Savannah estava sedenta, queria estar novamente nos braços de Jonathan. Era o único que podia fazê-la sentir-se amada e desejada, até mesmo naquelas condições. Eles se separaram quando o ar faltou e Jonathan encostou sua testa na dela, olhando diretamente nos lindos olhos azuis.

- Eu amo você meu amor, sempre vou amar.

- Eu também te amo Jonathan, mas você terá que ser paciente...

- Eu sempre fui, minha moranguinho. - ambos riram e pela primeira vez, Savannah sentiu paz em voltar para casa.

Em Nome do Amor - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora