Acordou com o barulho frenético do celular despertando. Os primeiros raios de sol ultrapassavam a janela fechada e davam meia claridade para o quarto, antes uma penumbra. Sua cabeça rodava ou era o mundo? Talvez fosse um pouco dos dois. Um dos motivos era o sono, dormiu duas horas antes de o despertador começar a fazer o seu trabalho de todos os dias úteis, o outro motivo estava ao seu lado deitada de bruços, completamente nua, coberta apenas com um lençol até a metade das costas.
Pegou o celular, desligou o despertador ainda sonolento, coçando os olhos. Havia dez ligações perdidas vindas de sua casa. Provavelmente a mãe estaria uma fera quando ele chegasse.
Sentou na beirada da cama e pôde ver as roupas jogadas no chão, uma bagunça da qual ele nem se lembrava de ter feito. Demorou até assimilar tudo o que tinha acontecido ali naquela cama e perceber que era real, não foi simplesmente um sonho quente novamente. Sorriu para as paredes, até se lembrar do porque do celular o despertar.
– Jés. – Chamou carinhosamente, quase com um sussurro, bem próximo do ouvido da namorada enquanto acariciava os cabelos dela. Já era quase hora de irem para a escola, mas não parecia uma manhã típica de segunda. – Jés.
– Oi... – Respondeu Jéssica, com a voz ainda sonolenta, sem se virar na cama e sem abrir os olhos. João esperou até que a namorada falasse mais, mas ela voltou a adormecer. Era um sono profundo, com a respiração pesada. Era como se ela estivesse muitas horas sem dormir.
João então se levantou e pôs-se a catar suas peças de roupas espalhadas pelo quarto e as vestiu uma a uma, com certa dificuldade. As peças grudavam em seu corpo suado, teria de qualquer forma que voltar para casa e só depois ir para mais um dia de escola. Deu um beijo nas costas da namorada e não a chamou mais. Ela tinha a aparência angelical, tranquila, serena... Por um momento ele se perguntou se podia existir um paraíso pós-morte ou se o paraíso era ali naquele instante.
Deu outro beijo, mas dessa vez na testa, de uma Jéssica ainda adormecida em sono profundo e saiu, girando a maçaneta lentamente sem fazer qualquer tipo de ruído, para não acordar nem a namorada e nem a irmã dela. Mas no momento em que estava fechando a porta do quarto de Jéssica, uma outra porta se abria, de frente. Era Victória, o cabelo estava bagunçado, bocejava. Vestia uma regata branca que chegava só até a metade de sua barriga, estava sem sutiã, e um fio dental branco era a única peça na parte de baixo do corpo.
– Err... – João procurava palavras. Achava aquele momento constrangedor. Tinha medo da reação de sua cunhada ao descobrir que ele havia dormido ali, a intenção era sair tão silenciosamente quanto entrara.
– Bom dia, cunhadinho. – Ela cumprimentou tranquilamente ao invés da fúria que João esperava. Ostentava um sorriso malicioso no rosto olhando para a expressão de flagrado de João e para a porta recém–fechada por ele. Ela se manteve parada debaixo do batente de seu quarto, do outro lado do corredor. – Pelo jeito a noite foi boa...
Droga... pensou vasculhando a mente atrás de algo para dizer. Era embaraçoso, ainda mais porque ela estava com pouca roupa. Assim como no dia anterior. Ele sentia que estava atrapalhando a intimidade das irmãs.
– Não é isso que... – Começou a dizer.
–... Que estou pensando? – Completou Victória ainda sorrindo. Se desprendeu do batente e atravessou o corredor. Ela era um pouco mais alta que Jéssica, mas mesmo assim menor que João. Andava sempre de um jeito decidido, como se estivesse prestes a desafiar quem quer que fosse. Ela pegou em uma das bochechas de João e apertou. – Relaxa bobinho... A careta desta casa não sou eu. Não precisa se explicar. Fofo.
A cunhada se dirigiu ao banheiro no fim do corredor ainda sorrindo, João reparou no corpo curvilíneo de Victória dos pés até a cabeça, o fio dental branco era tão fino quanto um pedaço de barbante, pensou ele exageradamente na ocasião. A imagem dela nua no dia anterior ainda pairava em sua mente, ela era leve, tão leve que a nudez parecia lhe ser algo natural e as roupas não. A visão dela nua novamente rondando sua cabeça lhe causou uma ereção assim como foi no momento em que a viu. Jéssica mal percebeu, mas sua reação de surpresa no fundo, no fundo era de atração.
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Cidade do Éden
Romance*Romance Erótico* No livro um de Cidade do Éden: Jéssica tenta se descobrir e se libertar, Victória só quer saciar seu desejo e se divertir e João ficará dividido entre as duas irmãs nesse triângulo amoroso quente. A temperatura nunca esteve tão al...