Victória

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– Bom dia, Cidade do Éden. Já fizeram os seus pedidos? As compras? Faltam apenas cinco dias, hein?! – Disse o locutor, a voz saía do gravador localizado em cima da cômoda, que tremia com as batidas das gavetas. – O relógio marca onze horas, está fazendo trinta graus e o Fruto Proibido está apenas começando.

– Onde foi que coloquei? – Victória se perguntava enquanto coçava a cabeça tão forte, que parecia esperar que aquilo fosse ajudá-la a encontrar o que estava procurando.

Seu quarto se encontrava um pouco menos ajeitado naquele momento. As portas do guarda-roupas estavam abertas, algumas coisas aos pés do móvel, como produtos de beleza e de higiene, e roupas emboladas. A cama um caos em lençóis e cobertor. Agora o alvo era a cômoda. Toda aquela revolução acontecia pelo simples motivo de ela não conseguir achar um de seus óleos e um plugin recém comprados para a sua caixa de objetos perversos.

– Desisto... – Disse erguendo as mãos para o alto como se estivesse se rendendo. – Uma hora eu acho essa merda.

Parou com as mãos na cintura no centro do quarto, olhando a bagunça recém criada por ela mesma. Debatia naquele momento se arrumava o quarto ou iria atrás de outra coisa para baixar seu calor, decidiu por não fazer nem uma coisa e nem outra, iria assistir TV ou comer, ou sair para procurar emprego já que ficar em casa já estava a entediando...

– Foda-se... – Disse pulando delicadamente as roupas jogadas à sua frente. Passou pela porta de seu quarto e seguiu reto para o quarto de Jéssica, curiosamente a irmã ainda dormia. – Jés, você quer... – Parou a pergunta no meio quando viu a irmã e João deitados nus lado a lado na cama. Agora não conseguiria mais controlar seu calor.

Victória chegou até o lado da cama no qual estava seu cunhado, passou a ponta dos dedos pelo seu peitoral, traçando um caminho com as unhas, a pele lentamente foi se arrepiando, mas João não esboçava qualquer reação que indicasse que iria despertar, Victória se perguntou o que poderia fazer sem que o garoto acordasse. Escorregou a mão espalmada mais para baixo, bem devagar, como se temesse cada centímetro avançado. João se mexeu algumas vezes, timidamente, enquanto ela terminava de passar a mão pela barriga dele, até chegar onde queria. Victória mantia o olhar fixo nos olhos de João.

– Será que endurece? – Perguntou para o silêncio do quarto, falando sozinha. Jéssica ainda permanecia dormindo. Então ela começou a movimentar a mão, o masturbando... Lentamente sentiu a ereção acontecer, sorriu de contentamento sem saber o que faria depois, mas enquanto o segurava duro, João acordou.

– Mas... O quê... – Ele olhou para Victória assustado e surpreso ao mesmo tempo.

– Shhhh. Você quer acordar ela? – Perguntou Victória sussurrando, tampando a boca de João. – Agora levanta daí, com calma. Preciso de ajuda em uma coisinha...

Ainda com a boca tampada, João se limitou apenas a balançar a cabeça. Ainda não tinha tentado se livrar das mãos de Victória, nem da que estava em cima, nem da que estava embaixo. Ela sabia que ele estava gostando.

– Levanta! Se não faço aqui mesmo e com certeza ela vai acordar... – Ela ordenou com mais firmeza, com a voz mais dura e um semblante mais fechado. Não acreditava que aquilo pudesse dar certo de alguma forma, mas lentamente João foi se levantando e ela tirou a mão dele.

Saíram do quarto e atravessaram o corredor em silêncio.

– Porque você faz isso? – João perguntou ao chegarem ao caos.

– Sabe quando vocês homens acordam de pau duro? Rola algo semelhante comigo, a diferença é que não tenho pau, como você já pôde notar. É como uma vontade louca de gozar. – Victória explicava de costas para ele enquanto retirava o que ainda tinha de bagunça em cima de sua cama. – Não achei o brinquedo que eu queria, você vai ser o substituto. Agora, cala a boca e deita. Vou ser rápida e você poderá voltar para a cama de sua amada...

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