– Então quer dizer que aquela que eu vi ontem de noite... Não era a Jéssica? – Perguntou Henry pausando o jogo boquiaberto com o que havia escutado.
– Não, não era. – Respondeu João recostando no sofá e encarando as manchas do teto.
– Que coisa louca... Quem era então? Eu sinceramente achei que era ela...
– O problema é que eu também achei... Não prestei atenção... – Sentia a culpa o torturando e era pesado.
– Mas quem poderia ser? – perguntou Henry. – É alguém bem semelhante, tanto em tamanho quanto de porte físico...
– Tenho uma suspeita... – Respondeu João, notando que Henry percebeu quem era a suspeita que ele imaginava.
– Não... Não é possível. Ela não faria isso... – Dava para ver a confusão passar pelo rosto surpreso do garoto. Algo raro de acontecer, mas durou pouco. – O que temos de parar e pensar agora é: Isso conta como traição? Quer dizer... Era a sua cunhada e ela estava vestida como a Jés...
– É sério? Eu aqui me corroendo na culpa e você fazendo piada? – Perguntou João tentando ficar sério o máximo possível. Era uma conversa tensa.
– Se a gente não ver o lado engraçado da coisa, se perde nessas situações não planejadas, meu brother. – Henry exibia um sorriso. – Antes que você pergunte, sim, tirei essa frase de algum lugar.
– Eu não iria perguntar, porque essa foi tão ruim que era bem capaz de você ser o criador...
– Mas diz aí... Como foi? – Perguntou Henry, mudando levemente o foco do assunto.
– Como foi o que? – Perguntou João na esperança de que aquela pergunta fosse mal interpretada por ele.
– Você sabe... – Respondeu Henry com um sorriso de canto, indicando que a pergunta foi interpretada no sentido certo.
– Você só pode estar de brincadeira... – Disse João se levantando e balançando a cabeça em negativa.
– O que foi feito, está feito... O fato de você dizer que foi bom ou ruim não vai mudar isso. – Disse Henry em mais uma de suas falas capazes de surpreender pelo simples motivo de fazer sentido.
– Ta... – Disse se dando por vencido. – Foi... Quente – Quase podia sentir as sensações que sentiu na noite passada. Mesmo que tenha sido algo errado, ele não podia dizer que foi ruim.
– Então foi algo bom... – Henry também se levantou, se esticando para alongar os músculos. – Qual é o seu próximo passo agora, 'Romeu'?
– Eu não sei... Tudo vai depender da conversa que eu tiver com ela...
– E você pretende conversar com ela sobre a noite de ontem? Não seria melhor... Esquecer?
– Eu preciso. Não vou conseguir esquecer desse jeito... – João sentia um aperto no peito, pois sabia que seria difícil conseguir esconder aquilo de Jéssica. Victória sempre estaria por perto para lembrá-lo.
– Pode ser que a Victória não converse sobre essas coisas... Sei lá, não parece do tipo que remói essas coisas. Pra falar a verdade, ela parece não remoer nada...
Henry tinha razão, mas João já havia decidido. Esperaria o turno de sua cunhada começar e iria atrás dela. Precisava saber, só não sabia o que. Mas precisava.
A tarde passou rápida sem maior evolução neste assunto. João pretendia ver Jéssica só pela noite, não sabia qual seria sua reação ao vê-la em sua frente depois de tê-la traído com sua própria irmã. Não sabia como seu namoro seria a partir dali, mesmo que Jés nunca soubesse, ele saberia e isso bastaria para o fim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cidade do Éden
Romance*Romance Erótico* No livro um de Cidade do Éden: Jéssica tenta se descobrir e se libertar, Victória só quer saciar seu desejo e se divertir e João ficará dividido entre as duas irmãs nesse triângulo amoroso quente. A temperatura nunca esteve tão al...