João

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Lá fora chovia, uma chuva fraca que aumentava o calor depois de sua passagem. O barulho das gotas pesadas caindo no telhado era o som ambiente daquela noite. Pouco a pouco o sono ia lhe furtando para seus braços. Ele sabia que, do outro lado da tela, a namorada também estava prestes a dormir a qualquer momento. Ambos tinham hábitos parecidos, tanto os diurnos quanto os noturnos, não faziam qualquer outra atividade à noite que não fosse dormir. E assim dormiam juntos, mesmo que a algumas ruas de distância um do outro. Aos poucos os olhos iam se fechando...

Estava sentado em algum lugar, com as mãos atadas atrás de um encosto. Não conseguia ver nada, mesmo estando com os olhos abertos. Percebeu um tecido fino preso ao seu rosto, parecia ser uma venda. Era agoniante. Não sabia quando e onde estava, muito menos o porquê de estar ali.

Lá fora, podia ouvir, a chuva caía tamborilando no que pareciam ser telhas, pelo barulho que produzia. Podia sentir o petricor tal como uma brisa fresca que chegava em corrente em sua direção. Percebeu que estava com o peito nu, assim como seus pés, mas estava vestido da cintura para baixo. Achava tudo muito estranho, mas gostava daquilo. Algo naquele suspense o excitava.

Sentiu um toque leve, tão leve quanto uma pluma. Fazia cócegas pelo caminho que trilhava em seu peitoral, mas tinha algo de sensual naquilo. Ouviu risadas, que pareciam distantes e próximas ao mesmo tempo. Era baixa e provocante, carregada de malícia. Em seguida uma mão quente, macia e delicada, também fazia um passeio pelo seu corpo. A risada continuava.

– Quem é? – Perguntou para o escuro na esperança de desvendar todo aquele mistério.

– Você sabe quem eu sou... – Respondeu uma voz feminina enquanto a dona dela girava ao seu redor. Sabia que conhecia aquela voz, mas não conseguia lembrar a quem pertencia. – Eu sou seu maior desejo. Você quer isso tanto quanto eu...

– Sim... eu quero. – Respondeu, sabendo que aquilo era mais do que querer. Era quase uma ânsia ou necessidade.

Sentiu beijos molhados descendo pelo seu peitoral. Um perfume levemente adocicado pairava no ar. 'Eu já senti esse cheiro antes', pensou, mas ainda assim não a reconhecia.

Após o botão ser desabotoado, lentamente sua calça ia descendo junto com sua roupa de baixo. Logo ele se sentia inteiramente nu, sentado naquela cadeira e ainda vendado.

Sentiu algo pingar em seu membro, era quente, julgou ser algum tipo de óleo, em seguida a mão dela começou a lhe masturbar. Subia e descia, apertava e soltava. João já sentia desde o primeiro toque que logo chegaria ao clímax de seu prazer. Quando sentia o orgasmo chegando, de súbito ela parou.

– Ainda não... – Ela disse sussurrando em seu ouvido. Sentiu novamente o corpo se arrepiar por inteiro. Depois sentiu o cabelo dela contra seu peito, descendo até que seu membro estivesse totalmente envolto pela sua boca. Era úmida, quente e macia. Sua língua dançava, ia e voltava, ela sabia o que estava fazendo. Em seguida ela sentou-se em seu colo, sentia a pele nua dela de encontro a sua. – Agora você vai ter o que mais deseja.

Eis a surpresa que provavelmente o acordou, a garota à sua frente retirou por completo sua venda. Ele esperava ver Jéssica em sua frente, mas era Victória que sorria maliciosamente enquanto o ajeitava para dentro dela. João despertou antes que pudessem terminar o que haviam começado. Antes que ele pudesse sentir como era estar dentro de sua cunhada.

Acordou ainda na penumbra com o corpo ensopado de suor, ereto e sozinho. Eram cinco da manhã, levantou, bebeu um copo d'água, respirou. Quando voltou a dormir, não teve mais nenhum outro sonho.

...

– Como você pode gostar mais dos três primeiros episódios? – Perguntou João indignado. Aquele era mais um dia de maratonas que serviam de aquecimento para um novo filme.

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