capítulo 11

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Contei até cinco

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Contei até cinco. Eric entrou desembestado no quarto.

— Martha, disse que não queres ir.

— Não quero, não vou e não posso ir.

— Então é verdade que está doente? — se aproximou.

— Como assim "é verdade?" Acha mesmo que eu inventaria doenças?

Ignorando-me totalmente minha indignação, ficou de frente para mim, cruzei os braços indo até a cama.

— O que acha que é?

— Não sou formada em medicina. Se não sabe, o que não é provável, não tenho ensino superior.

— Quero dizer...  – bufou parecendo sem paciência – Qual os sintomas.

— Gripe, resfriado ou qualquer coisa que se enquadre nesse tópico, Eric.

— Por que não disse antes? - olhei incrédula para ele. Como assim não falei? Mesmo se não tivesse dito nada, ele não é cego. Martha não é cega. Meu estado é deplorável. Até meu cabelo está dodói.

Dodói, isso me fez querer rir, porém não fiz.

— Eric?  - ele está digitando algo rápido no celular.

— Sim?  - ele está de costa com o celular no ouvido agora.

— Por que me trouxe aqui se...está me prendendo? Pareço um bicho num cativeiro.

Ele terminou de fala não sei com quem e se virou.

— Eu nunca que queria te vê assim, Camille. Mas... você não obedece. Só me complica.

Pareceu cansado. Eu estou cansada disso tudo.

— Eric, não sou um animal para ser adestrado e te obedece. Sou um ser humano e agirei como um.

— Se você colaborasse Camille... você pode ser feliz. A gente podemos ser felizes.

Só eu?

— O difícil de lidar aqui não sou eu, Eric. Quando vou encurrala um animal , ele vai agir de acordo para se defender. - apontei de leve para ele.

— Concordo que não sou a melhor pessoa de se lidar, mas.... - Martha entrou com uma bandeja.

É meu pouco progresso se foi.

— Com licença. Já que não iram mais sair para jantarem, trouxe o jantar de ambos. - colocou a bandeja sobre a cama.

— Obrigado. - Eric agradeceu olhando para a porta. Sai capeta!

Não que eu queira ficar sozinha com ele. É que...os dois juntos é ainda pior que os dois separados.

— Ainda vai me trancar aqui? Nova York é tão linda...

— Realmente.

— Então... - pequei o copo com suco. – Queria muito conhecer. Você podia me levar pelo menos ao...

— Amanhã já partiremos para... - novamente Martha  entrou no quarto. Só que dessa vez um homem veio junto a ela.

Um médico. Para ser mais específica, um médico amigo do Eric. Pelo o que entendi grandes amigos.

Me examinou, passou remédios. Essas coisas de médico. Após o médico sair acompanhado por Eric Martha entrou e trancou a porta.

— Mais cedo... você insinuou uma coisa muito grave. - disparou a falar.

— Sobre o que?

— Não tenho coragem de repetir tamanha barbaridade. - cada palavra saiu com escaneo.

Rir.

— Se tocou no assunto é por que... - me interrompeu.

— Por que você vai se arrepender de ter sujado meu nome, sua vadiazinha.

Ela me chamou de quê?

A cara dela me diz que as coisas só vão pio, mas tenho que perguntar.

— E o que vai fazer? Hein?

Ela sorriu. Jogou a bandeja no chão sujando e fazendo um maior barulho. O que essa mulher quer com isso tudo? Começou a se estapiar, se arranhar. E ficava mandando eu me acalmar e parar aos berros.

Essa mulher não fez isso?
Fiquei em choque por uns segundos.

— Martha já chega! - sai da cama e a segurei pelo os pulsos. – Para com isso.

— Por favor... - chorou as súplicas.

— Camille solta ela! - Eric veio de encontro. Me afastou com um empurrão. Acabei caindo.

— Eu não fiz nada, senhor. Ela começou a me agredir. Foi tudo tão rápido. Não deu tempo nem de entender o que estava acontecendo. - ele a abraçou.

Que atriz de quinta. E a idiota aqui caiu nessa. Que mulher baixa.

— Eu o que? Não fiz nada. Ela está mentindo, Eric. - me levantei com dificuldade. Uma dor terrível no pé. Trinquei os dentes.

— Camille, fica longe. – ele falou verificando cada parte de Martha.  – Você passou dos limites.

— É sério que você acha que eu faria algo assim, Eric? – claro que ele não vai acreditar em mim – Ela que se ESTAPEOU!

Ele negou suspirando.

— Fui paciente com você esse tempo todo...e olha o que fez! - apontou para a senhora. Uma lágrima rolou sobre o meu rosto. Estou com muita raiva.

É desse jeito que ele diz que me ama, não acreditando em mim em nada. Se chover lá fora e eu disser que não fui eu que fiz chover , ele não acredita. Que casamento ridículo é esse, que  não a confiança, respeito, amor, nada. Só ódio e desconfiança.

Fechei os olhos limpando o rosto.

— Tá tudo bem. Acredite em quem quiser.

Com o pé pesado uma tonelada e doendo feito o diabo,  fui mancando até o banheiro. Droga! Pelo visto dei um jeito no meu pé. Na hora que o otário me empurrou, bati em alguma coisa que cortou meu braço. Tá sangrando. Ótimo.

Ela foi esperta. Maldita.

.... depois de um bom tempo no banheiro retornei para o quarto e tudo está perfeitamente arrumado. Verifiquei se a porta está trancada e não. Não está.

Me assustei com Eric. Ele está sentado com o computador no colo.

— Camille? - pareceu que viu um fantasma.

— Eu. - fui para a cozinha.

Procurei qualquer coisa na geladeira. Esquentei. Comi. Lavei a louça e voltei para o quarto.

Me assustei novamente com Eric saindo do banheiro. O banheiro do meu quarto.

— Eric... - comecei a falar, mas me calei com seu olhar...tão sombrio sobre mim.

— Camille, só irei dizer essa vez e espero que guarde isso na sua cabeça. Marta não é uma simples empregada. Ela significa bastante para mim.

— Mas eu... - me interrompeu.

— Você nada, Camille. - soou firme. Mas um firme que põe medo.

Ele se vestiu e saiu.

Martha significa muito para ele. Mas qual tipo de significado?







Se tiver algum erro, me desculpem. As vezes passa despercebido. Me corrijam qualquer coisa. Sintam-se à vontade para lerem minhas outras histórias. Obrigada. Beijo 💋!

DEVO AMAR-TE? (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora