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Contei até cinco. Eric entrou desembestado no quarto.
— Martha, disse que não queres ir.
— Não quero, não vou e não posso ir.
— Então é verdade que está doente? — se aproximou.
— Como assim "é verdade?" Acha mesmo que eu inventaria doenças?
Ignorando-me totalmente minha indignação, ficou de frente para mim, cruzei os braços indo até a cama.
— O que acha que é?
— Não sou formada em medicina. Se não sabe, o que não é provável, não tenho ensino superior.
— Quero dizer... – bufou parecendo sem paciência – Qual os sintomas.
— Gripe, resfriado ou qualquer coisa que se enquadre nesse tópico, Eric.
— Por que não disse antes? - olhei incrédula para ele. Como assim não falei? Mesmo se não tivesse dito nada, ele não é cego. Martha não é cega. Meu estado é deplorável. Até meu cabelo está dodói.
Dodói, isso me fez querer rir, porém não fiz.
— Eric? - ele está digitando algo rápido no celular.
— Sim? - ele está de costa com o celular no ouvido agora.
— Por que me trouxe aqui se...está me prendendo? Pareço um bicho num cativeiro.
Ele terminou de fala não sei com quem e se virou.
— Eu nunca que queria te vê assim, Camille. Mas... você não obedece. Só me complica.
Pareceu cansado. Eu estou cansada disso tudo.
— Eric, não sou um animal para ser adestrado e te obedece. Sou um ser humano e agirei como um.
— Se você colaborasse Camille... você pode ser feliz. A gente podemos ser felizes.
Só eu?
— O difícil de lidar aqui não sou eu, Eric. Quando vou encurrala um animal , ele vai agir de acordo para se defender. - apontei de leve para ele.
— Concordo que não sou a melhor pessoa de se lidar, mas.... - Martha entrou com uma bandeja.
É meu pouco progresso se foi.
— Com licença. Já que não iram mais sair para jantarem, trouxe o jantar de ambos. - colocou a bandeja sobre a cama.
— Obrigado. - Eric agradeceu olhando para a porta. Sai capeta!
Não que eu queira ficar sozinha com ele. É que...os dois juntos é ainda pior que os dois separados.
— Ainda vai me trancar aqui? Nova York é tão linda...
— Realmente.
— Então... - pequei o copo com suco. – Queria muito conhecer. Você podia me levar pelo menos ao...
— Amanhã já partiremos para... - novamente Martha entrou no quarto. Só que dessa vez um homem veio junto a ela.
Um médico. Para ser mais específica, um médico amigo do Eric. Pelo o que entendi grandes amigos.
Me examinou, passou remédios. Essas coisas de médico. Após o médico sair acompanhado por Eric Martha entrou e trancou a porta.
— Mais cedo... você insinuou uma coisa muito grave. - disparou a falar.
— Sobre o que?
— Não tenho coragem de repetir tamanha barbaridade. - cada palavra saiu com escaneo.
Rir.
— Se tocou no assunto é por que... - me interrompeu.
— Por que você vai se arrepender de ter sujado meu nome, sua vadiazinha.
Ela me chamou de quê?
A cara dela me diz que as coisas só vão pio, mas tenho que perguntar.
— E o que vai fazer? Hein?
Ela sorriu. Jogou a bandeja no chão sujando e fazendo um maior barulho. O que essa mulher quer com isso tudo? Começou a se estapiar, se arranhar. E ficava mandando eu me acalmar e parar aos berros.
Essa mulher não fez isso? Fiquei em choque por uns segundos.
— Martha já chega! - sai da cama e a segurei pelo os pulsos. – Para com isso.
— Por favor... - chorou as súplicas.
— Camille solta ela! - Eric veio de encontro. Me afastou com um empurrão. Acabei caindo.
— Eu não fiz nada, senhor. Ela começou a me agredir. Foi tudo tão rápido. Não deu tempo nem de entender o que estava acontecendo. - ele a abraçou.
Que atriz de quinta. E a idiota aqui caiu nessa. Que mulher baixa.
— Eu o que? Não fiz nada. Ela está mentindo, Eric. - me levantei com dificuldade. Uma dor terrível no pé. Trinquei os dentes.
— Camille, fica longe. – ele falou verificando cada parte de Martha. – Você passou dos limites.
— É sério que você acha que eu faria algo assim, Eric? – claro que ele não vai acreditar em mim – Ela que se ESTAPEOU!
Ele negou suspirando.
— Fui paciente com você esse tempo todo...e olha o que fez! - apontou para a senhora. Uma lágrima rolou sobre o meu rosto. Estou com muita raiva.
É desse jeito que ele diz que me ama, não acreditando em mim em nada. Se chover lá fora e eu disser que não fui eu que fiz chover , ele não acredita. Que casamento ridículo é esse, que não a confiança, respeito, amor, nada. Só ódio e desconfiança.
Fechei os olhos limpando o rosto.
— Tá tudo bem. Acredite em quem quiser.
Com o pé pesado uma tonelada e doendo feito o diabo, fui mancando até o banheiro. Droga! Pelo visto dei um jeito no meu pé. Na hora que o otário me empurrou, bati em alguma coisa que cortou meu braço. Tá sangrando. Ótimo.
Ela foi esperta. Maldita.
.... depois de um bom tempo no banheiro retornei para o quarto e tudo está perfeitamente arrumado. Verifiquei se a porta está trancada e não. Não está.
Me assustei com Eric. Ele está sentado com o computador no colo.
— Camille? - pareceu que viu um fantasma.
— Eu. - fui para a cozinha.
Procurei qualquer coisa na geladeira. Esquentei. Comi. Lavei a louça e voltei para o quarto.
Me assustei novamente com Eric saindo do banheiro. O banheiro do meu quarto.
— Eric... - comecei a falar, mas me calei com seu olhar...tão sombrio sobre mim.
— Camille, só irei dizer essa vez e espero que guarde isso na sua cabeça. Marta não é uma simples empregada. Ela significa bastante para mim.
— Mas eu... - me interrompeu.
— Você nada, Camille. - soou firme. Mas um firme que põe medo.
Ele se vestiu e saiu.
Martha significa muito para ele. Mas qual tipo de significado?
Se tiver algum erro, me desculpem. As vezes passa despercebido. Me corrijam qualquer coisa. Sintam-se à vontade para lerem minhas outras histórias. Obrigada. Beijo 💋!