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Últimos segundos de..."adolescência". Último ano de colegial concluído. Uma etapa da minha vida a menos para me preocupar. Sorrir com o pensamento. Foi difícil, mas é aquilo, uma fase.
Agora minha vida de verdade começa. Fora desse lugar. O mundo a ser explorado. Pareço uma boba falando, porém é o que eu mais desejo, conhecer o máximo que eu puder do mundo.
Dez anos vivendo em um internato. Sem sair um dia sequer. Não conheço a vida social na sociedade, em si. As vezes, muita das vezes, bate uma tristeza, não tive uma vida digamos que "comum". O internato é um lugar bonito. Mas para mim era uma prisão.
Fui largada aqui por "meus" pais que só pensam em dinheiro. Não sei como os valores deles são tão chulos.
Filha única e unicamente abandonada. Tinha apenas oito anos quando resolveram se "livrar" de mim. Antes disso era presa em casa. Trocou uma prisão por outra. Aqui pelo menos fiz amigas. Amigas essas que levarei para toda minha vida. Foram elas, que me seguraram, para não perder o juízo. É nelas que me inspiro. E elas quem edificaram minha personalidade. A palavra certa, é gratidão. A despedida foi difícil. Cada uma para uma direção diferente, mas com uma promessa de sempre sermos inseparáveis.
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Um carro preto, está a minha espera de frente ao internato. Tudo o que era para ser resolvido, durante esses dez anos pelo meus responsáveis, sempre foi feito através de e-mails, não me espantei que a última vez seria diferente, mas, 1% de esperança brilhou no fundo.
Parei um pouco relutante, o motorista pós minha única e minúscula mala no porta malas e em seguida abriu a porta de trás. O olhei receiosa.
— Senhorita. - fez uma breve reverência.
— Obrigada. - dei-lhe um meio sorriso.
O percurso foi silencioso. As poucas vezes que tentei puxar assunto fui cortada. Frases do tipo, "não tenho autorização" ou então, "durma que o caminho é longo".
Caminho longo?
Faz tempo mas ainda me lembro o percurso para casa dos meus progenitores. E não é tão longe. Londres é logo ali.
