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Segurei mais uma honda de choro, garganta apertada, olhos lacrimejados. Esta num espaço fechado com ele, me da um certo desespero. Não irei chorar, principalmente na frente do Eric.
— Que cara é essa? - falando no diabo.
— A única que tenho! - retruquei.
— Você é muito respondona. - retrucou de volta segurando meu queixo entre os dedos.
— Quer que eu fique feliz, com a porcaria da minha vida?
— Devia me agradecer. Muitas mulheres se matariam para estarem no seu lugar. - disse me soltando com um solavanco.
— É um favor que fazem a si mesmas. Está do seu lado por livre arbítrio é coisa de louco! - respondi o que realmente acho.
— Nada do que você disser, vai mudar a sua situação.
— É para eu agradecer? - o olhei com ironia.
— Por favor. - abriu os braços até onde dava.
Fiquei olhando para ele, o mesmo esta sério, com um ar de "estou esperando".
— Esta falando sério?
— Já me viu brincar alguma vez?
— E com a minha vida serve?
— AGRADEÇA! - gritou. Dei um pulo de susto.
— Você me comprou. Não vou lhe agradecer por isso. - falei empinando o nariz.
Fui firme, mas por dentro, estou prestes a ter um desmaio.
— AGRADEÇA!
A veia do seu pescoço está mostrando sua raiva. Vou apanhar novamente.
— NÃO! - falei no mesmo tom.
Eric socou o vidro da janela o quebrando-o. Foi tão rápido. Gritei de pavor.
Esse homem é doente.
— Agora. - havia tanto ódio em seus olhos.
— Obrigada. - sussurrei com lágrimas molhando o meu rosto apavorado.
Ele mesmo cuidou da mão enrolando a gravata com força, o tecido até rangeu.
....a festa é no jardim de casa. Já posso falar assim. Minha casa. A neve só deixou o lugar mais bonito. Vendo toda essa gente, comemorando um casamento que não é...não conheço 98% das pessoas que estão aqui, elas agem como se isso fosse verdade. Nada aqui é de verdade. Nenhuma das relações entre elas.
— O que você fez? - Martha perguntou-me quando nos viu sair do carro.
— Eu não fiz nada. Ele que é um louco de pedra. - solucei.
— Menina tola, tem que tomar cuidado com o que diz. Eric é muito sensível.
— Sensível? Tem certeza que estamos falando da mesma pessoa? Ele é um monstro, Martha. Não sei o que tem, para o defender tanto. Você só pode ser da laia dele. - sai.
