capítulo 15

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Ao descer do carro sai correndo

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Ao descer do carro sai correndo. No primeiro degrau, fui alcançada com um puxão forte.

— Onde pensa que vai? - Eric segurou-me pelos os cabelos.

— Aiiii. Me larga. - trinquei os dentes me debatendo. Ele me tirou como se fosse uma boneca de pano, com a mão ainda nos meus cabelos.

— VOCÊ É MINHA MULHER. COMPORTE-SE COMO TAL!

O primeiro impacto foi o pior, minha vista ficou turva, nem deu tempo de tomar fôlego quando bateu outra vez, mais uma, duas, três, quatro, cinco, seis ... E seguiu-se. Sem a menor compaixão. Me largou, não conseguindo me sustentar de pé, cai, um barulho seco. Eric ficou sobre mim, beijou-me os lábios. Sem forças para lutar, fiquei...

Fiquei lá no chão. Feito um cachorro espancado por vândalos. E era assim que estou me sentindo.

Tudo doía. Até a alma. Minha respiração saindo numa espécie de chiado. Tudo dói é só mesmo tempo não consigo sentir nada. Mal consigo pensar.

Deus...eu não mereço isso.

E lá fiquei ...sem ninguém. Uma alma viva não veio me socorrer.

Levantei-me, não me perguntem como...só sei que... estou no lado de fora. Na verdade me arrastei. Era como se espinhos, arames estivessem fincados em mim. Em cada lugarzinho do meu corpo, do meu ser doía.
Já é noite. E uma noite gelada. Daquelas que não enchegava um palmo a sua frente por causa da neblina.

Cuspir sangue. Cuspir minha dor silenciosamente através do choro. Nenhum gemido ou murmúrio saiu da minha garganta.

Cambaleei... sobre a grama molhada...até a beira de um lago. O espelho d'água mostrou-me quem sou no momento. Tanto externamente, quanto internamente. Um ser machucado. Sofrido. Sem esperança de dias melhores.

Me permitir gemer. Gemir de dor...dor da alma, dor da carne. Retirei minhas roupas. O vento frio somprou sobre minha pele fazendo-me arrepiar-me. Apenas dois passos foram dados até entrar no lago.
Gritei com o choque térmico da água gelada sobre minha pele. Trinquei os dentes, mergulhando mais a fundo.

Após cinco minutos já não sentia mais dor. Respirei cansada a beira do lago. Deitei ali... respiração ofegante. Mente limpa (no momento).

Olhei as estrelas. Em meio a tudo isso, elas continuam lá. Brilhante. Tantas guerras em toda parte e elas continuam lá. O céu é o mesmo em qualquer lugar. Por que as pessoas também não são as mesmas em qualquer situação? Talvez seja por puro egoísmo.

— Não te pedi muito, Camille. Só que fosse minha mulher. - se fez a voz dele ao meu lado. Fechei os olhos para não vê-lo.

— Devo agradecer? - saiu como um sussurro rouco.

— Não. Deves aprender. - me pegou no colo como se eu fosse nada. Na realidade sou um nada.

Ele mesmo cuidou das feridas. Me ajudou a me vestir a tomar alguns remédios. Maldito sangue frio. Esse homem é um monstro.

...

Todos os dias, todas as noites, passei trancada no quarto.

A noite sonhava com ele me espancando de novo. Era tão real. Acordava gritando e lá estava o maldito para me acalmar. Chegava a me abraçar. Como queria morrer ali. Ele deveria ter me matado.

Três semanas se passaram...

Mas um mês se fez....

Tinha acabado de acordar quando bateram na porta. Respirei fundo já prevendo de quem se trata. Meus pés tocaram o chão levemente frio.

— Trancou a porta?

Eric tinha a testa franzida. Como se algo o preocupace. Dei dois passos para trás, entrelaçando meus dedos entre si.

— Desculpa.

— Camille...  - entrou no quarto olhando tudo ali.

Droga! Ele vai surtar. Mas dessa vez ele não pode culpar o álcool como fez a um mês atrás.

DEVO AMAR-TE? (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora