Fuck the Shame - SKAM (*CONCLUÍDA*)

Nada demais

                     SÁBADO 12:59

- Hmmmmm - eu estava pensando alguma coisa para falar. Queria acabar com aquele silêncio constrangedor enquanto nos encarávamos. Estávamos na minha cama. Ele apoiado em um dos seus cotovelos e eu encostada na cabeceira com as pernas apoiadas nele. Eu já estava devidamente vestida, mas ele insistia em deixar a barriga de fora. O dia estava chuvoso. Ok, não iria falar sobre o tempo. Não queria falar sobre o que tinha acontecido de novo. Meu deus. - Por que você tirou o gesso mesmo? - ele revirou os olhos e sorriu.
- Aquele negócio tava me irritando. Eu não conseguia fazer nada. Daí o William me ajudou a tirar.
- Uhumm - fitei minhas mãos e comecei a bater unha.
- Você não gostou? - minha respiração. Onde estava a minha respiração? Olhei para ele incrédula. Bufei forte. Achei o ar. Apenas neguei com a cabeça. - Por que você tá estranha assim então? Eu pensei que você tivesse sentido o mesmo que eu.
- Ahn? O que você sentiu? - voltei a encarar ele.
- Hummm - tinha muitos  "hummm" na nossa conversa. - Não sei... Tipo... Pra mim foi bom, tipo... - ele riu e negou com a cabeça - Tipo muito bom.
- Uhmmm - voltei a fitar meus dedos brincando. Fiquei vermelha, tinha certeza. - Você geralmente fica esse tempo todo na casa das garotas que você transa? - ele fechou a cara. Porra. Ele se levantou, catou sua blusa do chão e se voltou para mim.
- Lembra aquele moletom meu que você pegou e saiu da minha casa de fininho? - positivo com a cabeça - Me da logo ele. - que caralho tinha acontecido com ele? Eu não conseguia pensar nada rápido para falar, então apenas levantei e peguei no meu cabide. Na hora que fui entregar, ele puxou com tudo da minha mão. Levantei as sombrancelhas. Eu estava chocada. - Posso sair pela porta pelo menos? - ele estava quase explodindo. Eu quase quis rir da situação, mas se eu fizesse ele iria explodir de certeza.
- Chris, que porra...
- É lá em cima né? - ele começou a subir as escadas sem me deixar falar. Aham, vai acreditando que você vai me deixar falando sozinha.
- Qual é garoto? Se toca! - fui atrás dele. Esbarrei no seu peito no final da escada. Era a hora. - Você é muito bipolar sabia? Eu nem falei nada demais! - ele estava com cara de bunda.
- Você é vacilona Eva. - se virou e continuou seu caminho até a porta.
- Como é? - falei desacreditada. Ele se virou de novo.
- Primeiro você vai embora da minha casa sem avisar nada e agora fica toda estranha, querendo que eu vá embora. Qual é? Você só quer me usar? - agora eu ri. Ri irônica para o que ele falava.
- Chris... - levantei a mão, demonstrando que estava errada - Penetrator Chris. - ele revirou os olhos - Eu pensei que fosse você que usava as garotas. Na real sempre pensei isso. E eu não estou usando ninguém, apenas achei que você não se importasse. Aliás esse teatrinho todo serve para que? Você não se importa mesmo. Olha a quantidade de meninas que você já magoou! Não finja aquilo que você não sente. - palmas para mim. Por favor, palmas.
- Fala aí uma garota que eu magoei! - ele estava me desafiando. Mas dessa vez fiquei quieta. - Pois é Eva... Não fala o que você não sabe.
- Não importa Chris! Todas entram nessa com você porque sabem que vai ser só diversão. - ele se aproximou de mim e abaixou o olhar.
- Você...
- Sim Chris. Relaxa. Eu só achei estranho você ficar tanto tempo. Pensei que você ia embora e tals... Pode ficar se quiser. Você é um bom amigo. - agora era a vez dele de levantar as sombrancelhas.
- Tenho que resolver uns negócios mesmo. - revirei os olhos e ele me tascou um beijo. Aquela língua... só podia ser melhor amiga da minha. Ele beijava muito bem. - Até mais chatinha. - e lá ele se foi. Aquilo tinha sido muito estranho. Mas acho que ele se tocou que aquilo não tinha sido nada demais. Talvez eu pudesse tirar o nada dessa frase, mas isso eu iria manter a 7 chaves na minha mente.