Acho que...

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                                00:09

Entramos no carro e a primeira coisa que ele faz é ligar o som e Young Thug começa a tocar. Sorrio para ele.

- Você gosta? - ele pergunta meio preocupado. Balanço minha cabeça para cima e para baixo, canto o começo da música e ele ri. De repente eu estava com os lábios grudados no seu. Fui pega de surpresa, mas logo me acostumei. Pus minhas mãos em seu pescoço, o puxando para mais perto. Me deu vontade de levantar e passar para o seu banco. Será que ele ia pensar que eu estava sendo facinha? Mas algo me fazia querer mais e mais dele. Seu gosto era tão bom, tão dele. No momento que parei de pensar e iria agir, ele parou o beijo. - Casa... - sussurrou rouco e seu bafo aqueceu meu rosto. Mordi o lábio e joguei minha cabeça no encosto do banco. Respirei fundo enquanto ele manobrava para sairmos dali. Resolvi pegar uma das garrafas de vodka, que pegamos, para tomar. Fui no gargalho e Chris olhou com cara de desacreditado para mim. Dei um empurrãozinho nele. - Ei! Estou dirigindo. - ele falou rindo. Fiquei olhando para seu perfil. Acho que ele estava nervoso. Parecia pelo menos. Estava sem casaco, só com uma blusa propositalmente manchada. Seu olhar encontrou o meu e eu ri. Ele riu. Estava com vergonha.
- Vou falar de uma vez, por que se você ficar bravo não estou tão longe de casa.
- Ahn? - ele riu prestando atenção na estrada.
- Você pode me largar por aí. - sorriu sem mostrar os dentes e negou com a cabeça. Seus sorrisos eram contagiantes, não era falso nunca. Ele podia ter uma fama de pegador, porém duvido que ele sorriria com falsidade para alguém. De algum modo, eu estava conseguindo ver o seu lado sincero. - Ahn... - puxei um joelho para abraçar e comecei a roer minhas unhas - Por que você ficou tão bravo quando eu te perguntei das garotas que você já pegou? - ele bufou e imaginei ele revirando os olhos, ri.
- Ah Eva, é estranho falar com você... - virei pra ele e juntei minhas sombrancelhas, ele olhou de relance para mim e riu - Você é apenas a garota que eu tô afim e sei lá. - como ele pôde falar aquilo com tanta tranquilidade. Essa conversa vai tomar outro rumo. Suspirei fundo, não tinha mais oxigênio ali.
- Chris... - como eu vou falar isso deus? - É, então, você tá falando sério? - olhar de relance de novo. Sorriso de novo.
- Você quer fugir?
- Não! - falei rápido demais. Confusa. - Tá muito frio lá fora. - ele riu. Gargalhou. - Tá, tá falando sério?
- Você - pausa longa - É - abriu o portão da sua inacreditável, mansão. Odeio essa casa. - Muito - estacionou na sua garagem. Que pela primeira vez observei mais 4 carros muito, inutilmente, luxuosos. - Chata. - sai do meu devaneio e olhei para ele.
- Novas você me chamando de chata né... - soltei meu cinto emburrada. Sai do carro e bati a porta com um pouco mais de força. Caminhei até a porta e esperei ele sem olhar para trás.
- Ow chatinha! Essa aí é a porta do depósito. - bufei. Que raiva. Me virei mordendo o lábio, com mais força que o normal. Encarei ele, que ria. Caminhei e passei direto por ele com a porta aberta. A cozinha estava com as luzes acesas e pensei se tivesse alguém na casa. Seus pais. Irmãos? Eu não sabia nada dele, conclui.

Chris me puxou para os seus braços. Seus beijos pelo meu rosto me pagaram de surpresa. Minha mão estava no seu peito e ele caminhava me arrastando.

- Você - beijo na minha testa - Quer - na bochecha - Falar - no meu nariz - Sobre - na minha boca - Nós? - nariz com nariz. Oxigênio? Oxigênio?
- Por que você é tão romântico comigo? - essa pergunta foi boba, mas precisava ser dita. Ele me encostou no balcão e se afastou. Enquanto eu me sentava em cima do balcão, ele passava a mão no rosto.
- O que você quer? Eu não entendo você! Sinceramente! - pensei um pouco. Ele diminuiu a distância entre nós e pôs sua mão ao lado do meu corpo.
- Sinceramente... - ironizei - Eu não quero nada Chris. - ele me olhava muito sério e eu fiquei olhando os restos do seu machucado no nariz - Eu só quero curtir, eu namorei tanto tempo... Eu não quero me trancar a nada. - ele me encarava e demorou para responder. Finalmente quando ele voltou a respirar, me deu um selinho.
- Sexo amigável?
- Amigável.
- E gostoso? - meu corpo umideceu.
- Foi da última vez? - eu sussurrei, não sei por que.
- Eva, eu nunca tinha feito um segundo round após acordar com uma garota. Eu não sei explicar... - fiquei vermelha. Eu senti. Dei um sorrisinho. - Agora, você quer aqui ou...
- Pera aí! - empurrei ele - Seus pais não estão em casa? - ele parou para pensar.
- Fica tranquila, ninguém em casa... - seus beijos suplicantes começaram. Sem sorriso safado. Sem fuckboy essa noite.

Fuck the Shame - SKAM (*CONCLUÍDA*)Onde histórias criam vida. Descubra agora