DOMINGO 21:34
- Alô, Eva?
- Noora? - ela havia me acordado. Cocei o olho e tentei não dormir de novo.
- Acabou Eva.
- Hmm? - eu tava sonhando será?
- William foi para Londres, ele... - era a primeira vez que ouvia ela chorar. - Ele desistiu da gente. Posso ir pra sua casa?
- Clar...
- Espera... - ouvi sua risada - Ahn, ele está aqui. Depois te explico. - ela desliga e eu fico sem entender nada. Escondo meu celular embaixo do travesseiro e tento voltar para o meu sonho.TERÇA 13:01
Eu, Sana, Vilde e Chris estávamos falando sobre o Russbus. Sana parecia estar viajando. Eu estava viajando. Chris chupava seu pirulito, estava viajando. Apenas Vilde se importava com aquilo. Alguém esbarrou no meu ombro e eu já me virei na defensiva. Ele estava sorrindo. Estava com o mesmo moletom branco de sábado. Mas aquele uniforme laranja de prisão me lembrou do seu jeito fuckboy.
- Hallo... - ele saiu andando e deu uma virada/encarada para mim no meio do caminho. Eu não sei porquê mas sorri. Aquilo era engraçado. Eu nunca havia transado com alguém por diversão, tipo casual. Foi melhor do que eu pensava. Imagina: ter o prazer e não precisar se preocupar no dia seguinte. Friendship goals.
- Vocês transaram? - Vilde chamou minha atenção. Me virei para elas e mordi o lábio.
- Tá louca? - dei uma gargalhada. Por que eu estava mentindo mesmo? - Já falei pra vocês que não aconteceu nada comigo e com ele. E já expliquei a história.
- Sabe que enquanto você estava bêbada, ele podia ter usado de você, né? - Sana sendo Sana.
- Gente, nada aconteceu. - engatei um braço meu na Chris - Vamos em que festa... - Noora. Noora e William vindo de mãos dadas na nossa direção. Tudo estava em câmera lenta. Todos no pátio olhavam para ele. Atração principal da semana. Vilde. Só vi sua boca se abrir em um O. Eles pararam perto da gente. William deu um beijo em Noora e entrou no prédio. Ela estava com um sorriso bobo quando chegou na nossa rodinha.
- Oi gente...
- Oi. - todas falaram juntas meio em choque. Noora riu.
- Eu tenho que contar pra vocês. - todas assentiram e se aproximaram. Sem elas perceberem, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Noora: " Vilde está bem com isso?". Ela olhou para o celular e depois olhou para mim. Acenou positivamente com a cabeça e falou sem emitir som com a boca: depois. Noora contou sobre a relação dela com william e que quase perdeu ele por causa do irmão idiota dele. Nem percebemos que o sinal havia batido e todos tinham entrado para aula. Chris percebeu e chamou nossa atenção.17:53
- Bom resto de semana para vocês! - o professor de matemática liberou todos mais cedo. A sala toda se arrumava para sair. Percebi uma sombra e quando olhei: Sr. Souter. - Eva, será que podemos conversar?
- Hummm, vai demorar muito? Meu ônibus... - ele arrumou seu paletó que parecia ter uns 300 anos.
- Não, não. Só queria lhe dizer, - ele se sentou na cadeira na minha frente - Sabe... Você sempre tirava notas ótimas. Era uma das melhores da sala e agora...
- É. Eu sei... Acho que eu descobri que matemática não é para mim.
- Como? - ele riu e negou com a cabeça. - É só você se esforçar mais. Volte a sentar na frente. Volte a tirar dúvidas. - a porta abre com tudo e assusta a nos dois. PChris entra marrento e da um sorrisinho malicioso quando me vê.
- Eu tenho que ir professor... - me levanto e faço meu caminho para a porta.
- Eu via um futuro para você. - Sr. Souter me fez parar por um segundo com essa frase. Chacoalhei minha cabeça e voltei a andar. Não queria ficar naquela sala mais tempo ainda sendo julgada. Passei pelo Penetrator ignorando ele. Certeza que ele ficou putinho, só que eu não queria mostrar ao professor que saí só por causa do Chris. Ele apenas foi uma desculpa para eu sair daquela conversa chata. Tentei ir o mais rápido possível para deixar o fuckboy para trás. Quando ia falar alguma desculpa., Chris pega meu pulso, virando-me e me deixando na posição que ele gosta. Estamos muito perto. Seu perfume é bom, muito bom. Ele movimento seu nariz pelo meu rosto. Contato. Minha boca se abre. Minha mente se ilumina.
- Que isso seu louco? - empurro ele, passo a mão pelo meu rosto tentando acordar. - Alguém pode ver a gente!
- Eva... - ele enfia as mãos no bolso do moletom e da uma bufada, olha para o teto e depois para mim. - Eu te levo para casa. - ele começa a andar e nem espera minha resposta. Acho que eu tenho que ir. Arrumo minha mochila no ombro e o sigo.Seu Toyota sedã prata está o mais longe possível da escola, isso quer dizer que o silêncio constrangedor era a principal/única coisa que existia entre a gente enquanto ele caminhava um pouco mais à frente do que eu. Quando eu entrei no carro vi que por dentro ele estava todo limpinho e cheiroso. Os bancos eram clarinhos e de couro. Sorri com meu pensamento sobre achar que quando entrasse ali, haveria uma montanha de camisinhas. Eu estava completamente errada.
- O que foi? - despertei e olhei para ele, que me fitava curioso com uma mão no meu banco e outra no volante. Puxei as mangas do meu casaco.
- Ahn... - descansei minha cabeça no banco - Qual foi o número máximo de meninas que você pegou tipo, em um mês?
- Meu deus... - ele revirou os olhos e mudou de posição: tirou a mão do meu banco e se concentrou para manobrar o carro.
- Eu não entendo porque você não gosta de falar sobre isso. Você sempre fica bravinho. E eu acho...
- Meu deus Eva! Você é muito chata.
- Eu só tô querendo começar uma conversa! - paramos em um sinal vermelho e ele se virou para mim.
- Você quer começar uma conversa sobre as garotas que eu já peguei? - ele levanta a sombrancelha.
- Ahn - aponto para o sinal verde e ele acelera - Sim... Estou tentando construir uma amizade aqui. - ele da um riso abafado.
- Pois eu não estou afim!
- Você não quer uma amizade? - ele virou bruscamente em uma curva - Ouuu!
- Acho que eu vou parar de te responder. - bufei e cruzei os braços.
- Então você deveria ter ido embora sem pensar em me dar carona! - ele para na frente de um café, tira o cinto e chega com seu rosto perto de mim.
- Você tá com fome? - pergunta dócil.
- Você é bipolar? Tem algum tipo de problema? - ele revira os olhos e sai do carro. Decido ficar ali. Vejo ele pelo vidro, ele não se vira uma vez para cá. Eu não entendo ele. Minha vontade era de sair e ir andando até em casa, mas quando olhei para fora havia começado a nevar. Chegar congelada em casa não era uma opção.
- Toma. - levei um susto com a chegada repentina do Penetrator. Ele me deu um copo de café e acelerou o carro.
- Hmmm... - ele deu uma olhada de lado para mim - Eu não gosto de café. - ele riu e negou com a cabeça.
- Então deixa aí Eva. - ele estava realmente de saco cheio. Fiquei em silêncio o caminho todo até chegarmos na frente da minha casa. É eu acho que ele tinha o caminho na cabeça já. Me aproximei para dar um beijo na sua bochecha e ele se afastou.
- Por que você está bravo mesmo? - minha paciência estava se esgotando.
- Você vacila muito.
- Chris, para de falar em códigos! Me fala qual o problema. Eu odeio gente assim!
- Porque? Seu namoradinho Jonas é assim? - eu juntei as sombrancelhas e fiquei ereta.
- Qual é... Pra que comparar? Você é bem diferente dele! Aliás não tem nada a ver. Eu e você só transamos. Só! - já estava me arrumando para sair - Eu pensei que podíamos ser amigos, mas é muito difícil quando um dos dois é um babaca! Aliás: fuckboy! - sai do seu carro e marchei firme para casa.
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Fuck the Shame - SKAM (*CONCLUÍDA*)
FanficBaseada na série norueguesa Skam, Eva acaba de ficar solteira, conquistou amizades verdadeiras; tudo parecia estar bem, só havia um problema: Penetrator Chris. Originalmente publicada no spiritfanfics