De verdade

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- Olha! - vi um risco no céu e empurrei ele para o lado - Faz um pedido! A estrela cadente de Sana.
- Mas que poh... - ele não conseguiu terminar por que eu havia calado sua boca com uma mão e a outra tampou seus olhos.
- Faz um pedido, rápido. - fechei meus olhos com toda a força. Busquei em minha mente aquilo que eu mais queria. Repeti diversas vezes no meu imaginário e abri os olhos. Inspirei com toda a força e tirei minhas mãos de Chris. Deitei de barriga para cima com a cabeça encostada na árvore.
- Eva, - Chris cochichou no meu ouvido e percebi que ele havia deitado ao meu lado - Fala pra mim. - ele estava calmo, mas sabia que a raiva não tinha passado.
- Não posso falar do meu pedido para você.
- Eu não estou falando disso. E você sabe.
- Me fale você sobre o Zac. - carta na manga, ele trancou o maxilar.
- Eu não consigo. - desviou seu olhar de mim.
- Tudo bem Chris. Pode ser difícil. Não vou fazer pressão, mas quanto menos você fala pra mim, mais eu escuto coisas de outras pessoas. Eu sei quem você é, mas não sei de onde vem e nem como. - agora eu que fico por cima dele, encaro seus olhos quase pretos demais por causa da falta de luz - Me desculpa se o que vou dizer vai te magoar ou te deixar com raiva, mas eu nunca teria coragem de te mostrar como meu namorado. Só por isso, eu já teria 50 chifres.
- Você precisa confiar.
- Você não age confiável. Você não me deu motivos para confiar, não me deixa conhecer. As conversas nunca são longas com você. - bufei. Estava tudo engasgado. Uma parte. Eu tinha mais tantas dúvidas.
- Mas eu te dei motivos para você gostar de mim. E, simplesmente você sempre foge. Me ter às escuras é o melhor para você. - movi para longe dele. Sentei e pus minha cabeça entre as mãos. Tudo estava indo tão bem sem o Chris. Se eu não tivesse ajudado ele aquela noite da briga, se eu tivesse dito não... Tudo estava indo tão bem. Mas agora, se eu largar tudo, não sei. Fiquei tão acostumada com ele. Tão acostumada em sorrir para seus sorrisos e depois ser beijada e depois ser levantada e depois e depois e depois e depois ser "amada". - Eva,
- Para! - impedi seu aproximamento, com a mão em seu peito. - Eu realmente quero ir pra casa. Agora.
- Para de fugir.
- Eu não estou fugindo! - falei com raiva nos olhos.
- Eu te dando o meu amor.
- O seu amor não é de verdade!
- Confia.
- Não.
- Eu gosto de você de verdade. Meus momentos com você são de verdade. É de verdade dessa vez. - pela primeira vez encaro seus olhos, marejados, piscam para impedir o derramamento. Pressiono meus dentes, contendo minhas emoções. - Gosto de você. - olho para o céu. Minha cabeça está um turbilhão. Jonas, Noora, Sana, Zac, Isac. Chris, Chris, Chris. Eu preciso descobrir o que é isso. Fecho meu olhos. Quando abro de novo, estou a centímetros do rosto dele. Meu reflexo no seu olho. Faço carinho em suas têmporas.
- Por que você tá assim?
- Você é a parte mais feliz do meu dia. Eu não posso falar que estou apaixonado, porque eu não sei o que é isso. Não sei o que é o amor. Mas se é o que eu sinto por você, ele é forte, doloroso e satisfatório ao mesmo tempo. - vi seu primeiro sorriso triste.
- Eu não quero que você sorria assim.
- Não posso conter meus sorrisos, você tem que me aceitar.
- Mas você está sorrindo triste agora. Não quero ser motivo para você sorrir assim.
- Você é motivo para qualquer sorriso meu. - assim, ele me beijou. Apertei seu corpo com meu abraço. Seus lábios encontraram meu pescoço livre e trilharam todos os caminhos. Minhas mãos, trêmulas, tiraram seu casaco e a blusa com lentidão. Não estávamos com pressa. Me afastei dos seus lábios para olhar seu corpo. Ele deitou e eu trilhei beijos molhados por todo seu peito. Sua mão fria, precisou de ajuda com minha blusa e minha calça. Ele sentiu meu corpo dos pés à cabeça. Sua mão não tinha mais lugar novo para explorar, mas ele se atentou a passar lentamente por completo. Deitada no lençol, seu beijo lento e carente na minha boca sugaram meu gemido quando ele se encaixou em mim. Minhas mãos agarraram o lençol e a grama em baixo dele. Hoje existia um Chris diferente, sexo com sentimento exalado, muito mais intenso. O mais intenso de todos. Agarrei sua lombar para lembrá-lo de ir mais rápido, mais, mais, mais. Em meio à escuridão, nossos corpos emanaram luz. O som de êxtase pode ter quebrado as barreiras do som suavemente. O corpo de Chris caiu sobre o meu, não reclamei. Eu não podia estar em lugar melhor. Sua temperatura corporal era perfeita para noite fria de primavera. - Você quer ir pra casa? - ele falou baixo e rouco no meu ouvido. Dei um tapa na sua bunda e ele se contraiu. Eu ri.
- Só se você quiser.
- Então a gente vai ficar aqui pra sempre.

Fuck the Shame - SKAM (*CONCLUÍDA*)Onde histórias criam vida. Descubra agora