Não sei

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                       SÁBADO 7:33

Eu já percebia o sol brilhando através das minhas pálpebras, mas me recusava a tentar abrir os olhos. Com preguiça, me espichei e virei, esbarrando em um corpo quente. Braços se ajeitaram na minha cintura nua. Espantei por um momento, eu poderia estar totalmente nua e sem alguma coberta, no meio da grama. Porém logo Chris arrumou o lençol pelo meu corpo. Ele estava acordado, e quando não estava se mexendo, eu tinha certeza que estava me olhando dormir. Escondi meu rosto em seu peito e abracei sua cintura.

- Eu não estava te olhando. - sua voz saiu rouca e eu sorri.
- Eu sei, tem uma vista bem melhor para você estudar. - abri meus olhos e me assustei com a claridade, mais forte do que eu imaginava. Ao me acostumar com a luz, me movi junto com a respiração dele. Vai e vem. Vem e vai.

Seus braços me largaram, me sentindo desprotegida, e ele deitou de barriga para cima. Alisei seu abdômen magro e levantei a cabeça para vê-lo. Olhava para cima, folhas verdes recém nascidas balançavam com o vento. Seu sorriso estava largo e suas covinhas eram fundas. Passei meu indicador pelo seu nariz, lentamente, até atingir sua sobrancelha, onde desci até seu olho direito. Ele fechou os olhos e engoliu em seco. Segurou minha cintura e me botou em cima de seu corpo, fazendo meu nariz ficar colado ao seu.

- Você dormiu bem? - seu lábio se moveu lentamente. Suas bochechas estavam rosadas.
- Por incrível que pareça, eu dormi melhor aqui do que na sua cama. - sorri enquanto ele gargalhou. Minha virilha sentiu seu membro ganhar vida, e no mesmo momento engoli em seco. Sem graça, continuei a passar meus dedos no seu cabelo. Ele também sorriu sem graça, sentou comigo em seu colo, segurou meu cabelo e arrumou-o nas minhas costas. Beijou meu queixo e ali ficou com os lábios.
- Mergulho matinal? - petrifiquei. Aquele lago devia ser super gelado e nós só estávamos no começo do verão. Ele sorriu com minha face pálida. Começou a se levantar comigo.
- NÃO! - tentei me libertar. Empurrei seu corpo, mas mesmo sendo magrelo era forte. Quando senti a água gelada batendo na minha bunda, agarrei seu pescoço - Por favor. Por favor! Faço qualquer coisa.
- Namora comigo? - gargalhei, mas logo senti a água gelada na minha cintura.
- Não.
- Tem certeza?
- Certeza.
- Mesmo? - ele não parava de caminhar e eu já estava tentando me acostumar com a ideia de tomar um banho de gelo.
- Certeza absoluta. - tampei o nariz na hora em que ele me soltou no ar. Tudo parecia estar em câmera lenta, aquela água gelada envolveu todo o meu corpo e parecia que todas as minhas células haviam parado de funcionar. Desesperada, nadei e emergi, já procurando o pescoço de Chris. Agarrei seu corpo, que também já estava molhado, e voltei a respirar. - Você nunca me terá como namorada depois disso. - ele gargalhou.
- Então eu ainda tinha chance? - esfreguei meus olhos e depois, percebi seus fios castanhos molhados e sua bochecha não mais vermelha.
- Acho que já esta tarde para perguntar isso. - me afastei e comecei a caminhar para a margem.
- Ah Eva! Fica mais um pouquinho! Vou ficar com frio sem você aqui. - olhei de relance com um sorriso nos lábios. Me apressei em sair, antes que ele resolva me pegar de novo.

Envolvi o lençol no meu corpo e sentei na grama para deixar o sol me aquecer. Chris estava curtindo a água congelante, e estava de costas para mim. Suas costas tinham um desenho bonito, e sua pele bronzeada deixava sua pele dourada. Ele mergulhava e voltava. Nadou até um ponto e depois voltou. Pensou muito bem em como sair do lago. Totalmente nu. Percebi que eu estava olhando demais para ele, mas ali eu realmente não estava me importando. Ele sabia e queria que eu olhasse. Me levantei enquanto ele chegava, soltei meu lençol e abri os braços. Chris me tomou e começou seus beijos suplicantes. Eu não sabia o que ele tinha, mas eu não conseguia negar. Meu desejo quase transbordava. Mesmo com nosso beijo acelerado, parecia que era pouco. Muito espaço entre nós, pouco contato. Nem a água fria fez ele perder seu calor matinal, sua mão amassava minha pele e eu apertava seu braço. Ele chutou alguma porta atrás de nós, fazendo eu perceber que havíamos percorrido o caminho todo até a casa. Nus. Ele me jogou no sofá coberto com um lençol branco e logo pairou em cima de mim.

- O que você tem?
- Ahn? - juntei as sobrancelhas.
- Você é muito. Não sei o que dizer, quero dizer...
- Chris - pousei meus dedos em sua boca - Me beija. - ele avançou.

- Comida. - eu interrompi nosso beijo enquanto ele estava encostado no balcão e eu jogada no seu corpo nu. Envolta do meu corpo, estava o lençol do sofá de couro. Corri para a frigideira com ovos e mexi o conteúdo. Chris pousava a mão nos lábios e me olhava com desejo.
- Eu podia comer só você hoje. - arregalei os olhos enquanto estava de costas para ele, servindo os pratos.
- Estou bem com meus ovinhos. - todas aquelas sacolas que ele havia trazido, eram de comida. Ele gargalhou.
- Você fica muito engraçada sem jeito. Seus comentários são os melhores - dei o prato a ele, que já segurava os garfos, dando um para mim.
- Como assim? - me sentei na bancada de frente para ele.
- Aquela vez que te mandei uma foto - apontou para a sua parte de cima - Foi engraçada sua resposta. Meio broxante, mas engraçada.
- Poise, você ri bastante comigo.
- Eu não consigo não rir. - ele me roubou um selinho e logo voltou para o seu lugar. - Ei, você quer conhecer o resto da casa? - assenti com a cabeça rápido demais. Não perderia aquilo por nada.

Quando chegamos no segundo andar havia uma sala de tv, para cada lado dela havia um corredor com portas. Ele me mostrou alguns quartos até chegarmos em um todo azul pastel, com uma cama branquinha. Havia alguns pássaros de madeira pintados de lilás pendurados em uma parede onde havia uma escrivaninha também branca.

- Esse é o meu preferido. - disse quando botei os pés dentro. Caminhei em volta estudando tudo.
- Esse era da minha vó.
- Era?
- É... Longa história.
- Tenho tem... - sentei na cama, nem mole demais nem dura demais, e logo deitei, não conseguindo me conter. - É cama é a melhor do mundo. Meu Deus! - o lençol era macio e a cor branca, com o quarto todo em tom claro, fez dar uma sensação de conforto. Chris gargalhou e sentou no meu lado.
- Ela fez esse quarto para ficar longe do meu avô quando brigassem. Mas ele nunca deixava ela ir dormir longe dele. Então quando ela só queria um pouco de paz, passava um tempo aqui. Pintando seus quadros. - me sentei novamente e fiquei perto dele.
- É a mesma vó que você precisava ajudar?
- Isso. - seu olhar ficou duro - Se você quiser podemos dormir aqui hoje.
- Tem certeza? Me parece meio invasor.
- Não, ninguém vem pra cá mesmo. - segurei seu rosto e puxei-o para o meu beijo.

Fuck the Shame - SKAM (*CONCLUÍDA*)Onde histórias criam vida. Descubra agora