Destruído

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Malia estava sozinha na cozinha barulhenta, absorta em sua vodca. Desejava que a bebida a fizesse perder a memória, curasse os machucados do coração ferido.

Se sentia cansada, triste, usada, substituída.

Se esforçava para esquecer o garoto que era apaixonada, mas era praticamente impossível.

Especialmente quando sabia que ele estava ali, no mesmo local que ela e ainda por cima com Lydia.

Hale se sentiu em partes culpada pelo o que fez com a ruiva, triste por ter tomado a atitude impensada. Mas em sua batalha interna, ela concluiu que uma hora ou outra faria algo parecido.

Podia não ser justo com Lydia, mas era justo com Stiles. Malia sabia que machucá-la doía muito mais no garoto do que na ruiva.

Ela só queira o bem dele. Se Stiles tivesse dito que não queria mais ficar com ela, explicado que estava gostando de Lydia, ela entenderia.

O que machucava era saber que ela era como um objeto. Ele precisou gemer por alguém que não estava ali, enquanto era Malia que estava entregue à ele.

Proporcionando prazer para o corpo que tanto amava, que admirava. Agora só restavam cinzas.

Doía como a morte. A sensação de aflição, de substituição.

Ela odiava amá-lo, o odiou por ter feito aquilo. Se odiou por não conseguir parar de amá-lo.

Quando Malia enxergou Stiles entrando na casa de mãos dadas com a ruiva, quis chorar. Todo aquele pesadelo e sofrimento voltaram em questões de segundos ligeiros.

As lágrimas surgiram sem permissão, preencheram os olhos focados. O coração parou de bater.

Todas as sensações que ele causava foram substituídas por pânico e dor, sofrimento.

Foi doloroso porque ela queria que fosse ela. Depois de tudo que ela havia feito por ele, todo o carinho, o sentimento duradouro, o sexo, tudo, ela quem merecia estar com ele.

Mas Stiles não tinha consideração por ela, ou pelo menos era isso que ela achava. Não importava o quanto ele dissesse que era mentira, ou quantas vezes repetisse que gostou dela.

Aos ouvidos receosos eram apenas lorotas ditas em voz alta.

Para a felicidade de Malia, ele não a viu quando entrou com Lydia. Isso foi favorável para que a Hale limpasse as lágrimas e desse um gole violento em sua bebida.

Quando percebeu McCall e Stilinski indo à cozinha, se retirou rapidamente para as escadarias, fugindo com sucesso dos garotos.

Subiu para o segundo andar. Se deparou com diversos casais que praticamente transavam com roupa e não se importavam.

Diversos quartos estavam trancados e de um em especial, vinham gritos histéricos de tesão. Malia quis rir da situação desconfortável.

Não se lembrava da ultima vez que sentiu vontade de sorrir, passou os últimos dias chorando. Os olhos bonitos estavam marcados por olheiras fundas.

Os ossos do tórax estavam saltados da pele morena, as unhas roídas de ansiedade e nervosismo.

Não podia descer para a cozinha e nem se enturmar no meio das pessoas que dançavam, queria fugir.

Se odiou por se acuar, se esconder. Não conseguiu encontrar coragem para encarar aqueles olhos castanhos lindos.

Sabia que não suportaria ficar longe dele e precisar odiá-lo daquela maneira. Olhar para ele seria como ver o paraíso enquanto os pés ardiam no inferno.

Consequências de uma paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora