Consequências de uma paixão

Negação

Assim que o incômodo na garganta de Stiles passou, ele olhou completamente confuso para Lydia, tentando assimilar o que havia ouvido.

A ruiva estava com os olhos arregalados completamente incrédula da fala do pai.

O silêncio pairou o cômodo e a tensão era palpável. A ideia de Stiles e Lydia morarem juntos era tão absurda que eles não conseguiam cogitar.

Os dois haviam esquecido completamente do quanto estavam atraídos um pelo o outro, o único sentimento que dominava as mentes era repulsa.

- Isso não vai acontecer. – Lydia declarou ríspida em completa negação – Querem viajar? Tudo bem, mas não me forcem a ficar com ele durante esse tempo.

Por algum motivo, Stiles se sentiu ofendido pela forma como a ruiva falou.

- Tem razão, não suportaria nem uma hora na mesma casa que ela. – Stiles provocou olhando a garota, que o encarou pronta para revidar.

- Isso é uma péssima ideia. Vai que o Stilinski esbarra em mim e me deixa caída chorando em algum cômodo da casa. – Lydia disse se referindo ao acidente infantil, Stiles deu uma risada irônica olhando no fundo dos olhos verdes.

Cada vez mais existia paciência na voz dos dois, porém, as cabeças ferviam de ódio. Os adultos escutavam tristes, eles já esperavam as reações.

- Sim, depois só irão encontrar o corpo dela em decomposição. Onde aprendeu a ser tão dramática, Lydia?

- Onde aprendeu a ser tão babac... – Lydia foi interrompida por John.

- Já chega! – Ele alterou levemente a voz, atraindo o olhar da ruiva calada.

- Vocês precisam esquecer isso e serem amigos. – Cláudia incentivou triste.

Lydia revirou os olhos e cruzou os braços perante o peito, se encostando na cadeira. Desviou completamente os olhos de Stiles, o ódio transbordava pelo corpo acuado.

Stiles ignorou o decote atraente de Lydia e revirou os olhos para a mãe, impaciente.

Os dois se afundaram nos pensamentos. Pior do que morarem juntos seria aguentar as provocações um do outro. E inclusive, a tensão sexual, que eles sabiam que existia.

- Vocês não são mais crianças, precisam entender que nós estamos tomando uma decisão. Vai ser bom para todos, vocês precisam se entender e se ajudarem.

- Posso ajudar a carregar o corpo dele depois que eu o envenenar.

- Lydia! – Natalie repreendeu a filha, que bufou em resposta.

Os dois eram extremamente infantis quando brigavam perante os adultos, eles odiavam se sentir daquela maneira, mas mais ainda odiavam ter que aturar um ao outro.

- Vocês tem três dias para se acertarem, a viagem já está marcada. – John declarou.

Stiles e Lydia se olharam indignados, prontos para protestarem com o homem.

- Você disse que era uma oferta, pai. Não que já estava tudo pronto! – Lydia reclamou enfurecida.

- Mas... – a voz de Stiles morreu.

Desesperado e aflito, ele recorreu aos pais.

- Vocês realmente acreditam que eu e Lydia não vamos nos matar? Acham que sobrevivemos a um dia? – ele perguntou olhando de um para o outro.

- Quem está sendo o dramático agora? – Lydia perguntou de uma maneira teatral.

- Fica quieta, ruiva.