Consequências de uma paixão

Igual

Para Stiles e Lydia o dia tinha amanhecido acinzentado.

A luz do sol era escura, negra, e não existia cor em absolutamente nada.

Ambos choraram tudo o que podiam, desfrutando a solidão em conjunto com a dor.

Não queriam ir para a escola, até porque faltavam apenas algumas semanas para o fim das aulas e eles precisariam se ver.

Porém, não conseguiram faltar.

Apesar de toda a decepção que sentiam, o amor oprimido implorava para que se vissem. Por mais difícil que fosse a distância tão pequena e tão grande ao mesmo tempo, trocar uma palavra sequer ou até mesmo um mero olhar, eles queriam aquilo.

Todo o sofrimento não oprimia o amor, apenas se sobressaltava na maioria do tempo.

Por isso, na manhã de aula, eles se arrumaram e realmente foram para a escola.

Lydia Martin

Estava arrumando meu cabelo em uma trança espinha de peixe para tentar disfarçar que meus fios estavam mal cuidados.

Estou a um ponto de desistir de ir para lá.

Não quero olhar para Stiles. Não quero.

Dormi duas horas essa noite, e parecia que a todo instante que eu piscava as lágrimas tentavam descer pelo meu rosto.

Só que agora eu realmente acredito que a minha fonte secou.

Chorei tudo o que eu tinha direito, sofri o que podia.

Agora chega.

Stiles errou, eu não mereço pagar por isso.

Coloquei um shorts jeans curto, tentando me sentir melhor com isso. Sempre me sentia desejada e linda quando deixava as pernas à mostra, e achei que aquele era um ótimo momento para usar.

Só faltam duas semanas para as aulas acabarem, e até lá eu realmente vou precisar conviver com Stiles.

Depois disso, estarei livre de toda essa merda.

Stiles Stilinski

Eu estava pronto.

Minha mochila estava nas costas, a típica flanela vermelha no meu corpo e meus tênis surrados nos pés.

Estava parado na área da frente da casa, calculando se realmente valeria a pena ir mesmo à aula.

Não quero enxergar toda a tristeza de Lydia quando trocarmos um mero olhar.

Ficar longe dela é a pior coisa que poderia acontecer, e ali na sala, nós estamos perto e longe ao mesmo tempo. Sentamos um do lado do outro na aula de História, e é o nosso primeiro horário de hoje.

Chorei o suficiente ontem, e graças a minha mãe, consegui dormir a noite inteira.

Ela ficou ao meu lado o tempo todo, e também soube me dar espaço quando precisei. Me deixando sozinho em intervalos de tempo.

Não me questionou nada, apenas tentou me convencer que as coisas ficariam melhores. Que o tempo iria curar qualquer dor que eu sentisse.

Me acariciou quando deitei na cama, em silêncio, me reconfortando com a quietude daquele ato.

Ela não me obrigou a ir para o colégio, nem se intrometeu em nada disso. Esclareceu que eu poderia fazer minhas escolhas já que sou praticamente de maior.