Lydia estava prestes a chorar, controlando com esforço as lágrimas que inundavam seus olhos e ameaçavam rolar por seu rosto a qualquer momento.
Ela realmente estava se despedindo.
Algo dentro dela gritava esclarecendo que era o melhor a fazer, que era certo. Até onde Stiles empataria a sua vida?
Não estava certo, não podia ser daquele jeito.
Ela precisava dar um fim a tudo, escolher seguir em frente. Já tinha ido longe demais para os dois, até quando iria doer?
Nenhum merecia aquilo, e se ela não conseguia esquecer porque Stiles precisava pagar por aquilo? Estaria preso nela para sempre?
Já não suportava toda a dor diária que sentia, o tanto que a saudade a incomodava. Queria mais do que qualquer coisa simplesmente esquecer, dizer que estava tudo bem e que podiam voltar de onde tinham parado.
Mas não conseguia. Seu coração berrava para não ser machucado de novo, gritava com ela ao ponto de sua cabeça doer.
Stiles já tinha se desculpado inúmeras vezes, deixando claro que a amava e que jamais esqueceria a garota. Porque era tão difícil acreditar naquilo? Lydia lutou muito para se convencer, mas o tempo todo era bombardeada com frases pessimistas em sua mente.
Colocou todas as respostas que Stilinski precisava naquele papel onde riscava suas dores e sentimentos. Quase furava a folha com a força que sua mão exercia na pequena caneta, descontando todo o incômodo que sentia.
Segurou novamente as lágrimas pesadas, fungando baixinho para ter controle. Estava na biblioteca que mesmo após o fim das aulas permanecia aberta para as recuperações anuais que aconteciam.
Existiam alguns alunos em mesas afastadas, mas a ruiva estava sozinha na sua. Respirou fundo enquanto escrevia, tentando colocar as palavras certas e claras o suficiente.
Doía tanto, era como estar se afogando. Não existia ar, não existia esperança. Era escuro, fundo, sufocante, perturbador.
Escreveu a última linha prestes a desabar, pronta para se derramar em lágrimas no instante que abandonasse a caneta.
As mãos pequenas e relutantes estavam trêmulas, demonstrando nervosismo e um desespero contido. As palavras estavam falhadas, e quando Martin encarou o texto enorme acreditou que estava lendo grego.
Não conseguiu entender absolutamente nada, seus olhos correram toda a folha com cansaço e depravação.
Sentiu o tormento que agitou seu íntimo e a fez desistir, largando a caneta com um suspiro derrotado. Agarrou o papel com pressa e o dobrou com rapidez desfrutando a angustia que se manifestava diretamente em seus olhos.
Seus dedos trêmulos moldaram a folha e então ela o reservou em cima da mesa, soltando um novo suspiro cansado.
Fechou os olhos novamente, respirando alto enquanto pensava quieta. Estava feito. Não sabia se sentia alívio ou se a dor tinha tomado ainda mais espaço em seu corpo. Não sabia o que pensar.
Achava estar fazendo certo. Tinha se convencido.
– Lydia.
Alguém chamou e a ruiva focou a visão imediatamente na direção que ouviu, se virando de encontro a voz que era feminina.
Se deparou com Malia que estava parada à poucos metros. Ela soltou um sopro abalado da boca e então se aproximou rápido, sentando-se ao lado da ruiva que tinha o rosto vazio.
Martin esperou em silêncio, observando a expressão preocupada da morena. Ela lambeu os lábios e fitou os olhos verdes e tristes com uma preocupação evidente.

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Consequências de uma paixão
RomanceOs pais de Stiles Stilinski e Lydia Martin são amigos à muitos anos, o que fez com que os dois crescessem no mesmo ambiente. Entretanto, os adolescentes nunca criaram afeto emocional desde que se desentenderam por um pequeno incidente ocorrido ainda...