_ Qual seu nome? Por que só agora você decidiu procurá-lo? Garoto, não tente me fazer de boba.
_ A senhora acha que eu sou o que? Um golpista? Minha mãe me educou para ser um homem de bem, honesto e sincero. Eu não ganharia nada vindo aqui mentir para você, também não quero nada dele a não ser para perguntar o por que ele nos abandonou?
_ Me conte tudo desde inicio.
_ Bem, minha mãe conheceu seu marido quando eles ainda faziam o colegial. Ele teve um relacionamento de mais ou menos uns três meses e quando ela disse que estava grávida, ele a humilhou diante de todos os colegas de sala. Falou que jamais namoraria uma favelada, que tudo era uma invenção da cabeça dela. Durante todo esse tempo minha mãe não se entregou a homem algum, ele foi o primeiro e único homem da vida dela.
_ Onde está sua mãe?
_ Minha mãe teve um câncer, e morreu há um mês. Por isso estou aqui pra conhecê-lo.
Bia levantou do sofá e andou até a sacada, suspirou fundo, olhou a cidade e o movimento de pessoas e carros na rua.
_ Garoto, vem cá.
João Paulo caminhou até ela. Bia olhou no fundo dos olhos dele e disse:
_ Você, vai ficar aqui até ele voltar do encontro religioso em Sobral. Agora é questão de honra pra mim que ele reconheça sua paternidade. Chamo-me Bia, seja bem vindo a sua nova casa.
_ A senhora e muito gentil, não merece ter um pilantra como marido, me chamo João Paulo.
Bia passou a mão no cabelo e fez um coque e disse _ Ele, não é esse monstro que você ta pintando, Wellington, é um homem bom, honesto. Quando você o conhecer vai mudar sua maneira de pensar em relação a ele.
_ Me desculpe, mas não posso ficar, vou deixar meu numero com a senhora e quando ele voltar da viagem, me liga que venho falar com ele.
Bia pegou o celular que estava no bolso do Jens que vestia e anotou o telefone.
_ Agora preciso ir, muito obrigado por tudo.
_ De nada, vou acompanhá-lo até a porta.
João Paulo agradeceu mais uma vez e foi embora, Bia o observou até entrar no elevador e pensou: como pude todo esse tempo dormir na mesma cama com Wellington e não saber nada sobre o passado dele? Por que será que ele me escondeu que teve um filho?
Ela fechou a porta e sentou no sofá e continuou a procura de respostas.
Enquanto isso em Sobral... Após o almoço eu vesti uma calça Jeans, calcei uma bota de couro, coloquei um boné e fui até o estábulo. Ao entrar lembrei-me de Sávio e das vezes em que estivemos juntos. de repente meu pensamento é interrompido por uma voz se aproximando.
_ Vai querer um cavalo?
_ Sávio? o que você está fazendo aqui?
_ Como você pode ver, continuo aqui. e quero que você volte para mim, eu amo você. Enviei varias mensagens para você, mais nunca obtive resposta, mais eu nunca iria desistir de você, Sol. Vai cavalgar? Qual cavalo você vai querer?
_ O de sempre. Quero cavalgar no Raio negro. A propósito aquela cabana próxima ao lago ainda existe? Sávio.
_ Está intacta, do jeito que você deixou, aquela cabana eu jamais a destruirei, a cabana sempre vai me lembrar você . Vou preparar o cavalo pra você - Sávio saiu em busca de uma sela para colocar no cavalo e percebi o quanto ele estava frio comigo, nem se quer deu um abraço.
Minutos depois Sávio chegou com o animal pronto para que eu pudesse cavalgar. Nos olhamos fixamente, foi então que percebi que Sávio ainda sentia um forte desejo por ele. Passou um filme em minha cabeça, relembrei o momento em que me entreguei pela segunda vez a Sávio.
Subi no cavalo e sai cavalgando pela estrada de terra vermelha, olhava a paisagem, os animais por trás da cerca de arames farpado, mas meus pensamento estava voltado para Wellington, como eu poderia amar tanto aquele homem a qual fugia do meu amor? Felipe também veio a sua mente, sua cabeça estava confusa e agora revendo Sávio por que teve uma rápida paixão, um homem que realizou seus desejos mais íntimos.
Corri mais ou menos uns dois km e parei próximo ao lago, desci do animal e o amarrei no tronco de uma árvore, fui até a beira do lago, contemplei a paisagem, ouvia apenas o cantar dos pássaros e som do vento nas árvores. Me despi e entrei no lago, mergulhei varias vezes e quando me preparava para sair da água, ouviu a voz de Sávio.
_ Será que posso te acompanhar neste banho?
_ Você, pode tomar banho a vontade, mas não posso fazer companhia a você, tenho que voltar para casa antes que a chuva chegue. Como você pode ver as nuvens estão carregadas - sai da água e Sávio pegou forte em meu braço.
_ Me larga, Sávio - olhei com uma expressão de raiva para ele e disse:
_ Você acha que vai escapar de mim? Mas dessa vez não vai.
Sávio me beijou a força. Porém eu o empurrei.
_ O que você pensa que ta fazendo?
_ Eu sei que você ainda me ama. Eu vejo em seus olhos o desejo que você tem por mim.
Eu passei a mão na cabeça e disse _ Eu não amo você. De onde tirou essa ideia? Desculpe Sávio, mas sou apaixonado por outro homem, não sinto mais nada por você. Nossa história acabou no dia em que vi você e a patrícia se beijando.
Daniel deixou as lágrimas escorrerem em seu rosto.
_ Te esperei durante todo esse tempo, como você foi capaz de fazer isso comigo?
Solano passou a mão no rosto de Daniel enxugando as lágrimas.
_ Eu não pedi pra você esperar por mim, eu sabia que sua família jamais aceitaria que ficássemos juntos. Meu pai me mataria, minha família não sabe da minha opção sexual. Eu não quero mais viver nesta fazenda cuidando de gado e vivendo uma vida miserável. Meus sonhos vão além dessa fazenda.
_ Você, destruiu minha vida Solano. Deixei de me casar esperando o dia em que você voltasse e ficasse comigo, você nem imagina as noites que fiquei em claro pensando em você, você não tem ideia o quanto eu chorei sentindo sua falta. Na época você ainda era adolescente. somos adultos, somos capazes de enfrentar nossa família. Por favor, fica comigo.
_ Não posso, eu amo outro homem.
_ Faz amor comigo, prometo te fazer esquecer esse outro homem.
Sávio se ajoelhou implorando para que eu ficasse com ele. Sem saber o que fazer diante daquela situação, acabei cedendo e o abracei forte. Nos beijamos por quase cinco minutos sem parar. Sávio me deitou na areia eu já estava despido e se despiu também, começamos a fazer amor lentamente. De repente começa a trovejar e em seguida nossos corpos são molhados pelos pingos de chuva que acabara de chegar. Mesmo fazendo amor com ele, eu não conseguia tirar Wellington de sua mente. Eu sabia que o que estava fazendo não era certo, mas achava que devia isso a Sávio, afinal eu dei esperanças quando passei aqueles dias em sua casa. O momento foi de uma troca de caricia mútua, onde o prazer do sexo era a única coisa que importava naquele momento.
A tarde já estava findando e nos continuávamos na beira do lago, mas já estávamos vestidos e saciados de prazer. Sávio sentou no tronco de uma cajazeira e eu sentei no meio das pernas dele. A chuva havia parado, mas nossas roupas estavam molhadas.
_ O que vamos explicar quando chegarmos a casa com as roupas molhadas?
Ele beijou levemente minha orelha e disse _ Vamos falar a verdade, acho que chegou a hora de você contar para nossa família que estamos juntos. Vou ta do seu lado.
_ Eu não entendo. Você nunca me esqueceu?
Ele suspirou funto, beijou novamente meus lábios e respondeu...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Adorável Diarista
RomanceO amor pode acontecer onde menos esperamos. Solano não sabia mais o que fazer para continuar morando em Fortaleza. Estava desempregado e com o aluguel atrasado. Ele só tinha alguns dias na casa onde morava até ser despejado. Foi então que surgiu um...