Les fleurs sont le reflet de la l'âme humaine

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POV - Narrador

          Seis meses atrás 

   - Senhor, hoje pela manhã deixaram esse convite para que eu o entregasse - disse lhe estendendo a mão e entregando o envelope.

   - Do que se trata? Disseram alguma coisa? - indagou o loiro alto enquanto olhava para o lindo céu daquela noite.

   - A única coisa que disseram foi que era um evento dos grandes, aberto para todos os adoradores da arte e que a organizadora desse evento carrega um dos sobrenomes mais importantes e conhecidos de Toronto - o homem dispensou a mulher e abriu o envelope. Assim que o fez avistou algo que capturou sua atenção: o título da exposição.

      "Les fleurs sont le reflet de la l'âme humaine" 

   A muito não via ou lia algo referente a como as flores podem dizer muito mais que palavras desconexas ou frases montadas. A última vez que ouvira algo do tipo foi a muito tempo e ele mesmo fora o responsável por proferir tais palavras. 

   O loiro analisou aquele convite como analisava suas telas prontas e apreciou a arte exposta nele. Algo implícito ali lhe atraía, mas ele não sabia o que poderia ser. Ao final daquele encarte havia um nome, nome esse que fez algo dentro de si saltar e sua curiosidade despertar. Aquele nome lhe fazia lembrar uma pessoa que a anos não via, mas que mesmo de longe lhe fazia sorrir.

       "Delphine Cormier"

   Assim que seus olhos captaram aquela assinatura e o endereço onde iria ocorrer aquela exposição ele teve a certeza de que era ela, sabia que a encontraria. A hora havia chegado, o momento certo, enfim, bateu em sua porta.

   - Jasmine, prepare minhas malas e meus quadros, vou fazer uma viagem para Toronto - o esbelto homem residia no Canadá, mas não em Toronto. Sua casa ficava em Quebec, afastada da capital, onde ninguém que ele não quisesse pudesse acha-lo.

       Dias atuais

   Cormier estava cada dia mais triste, cada dia mais magra. Em nenhum dia em que Cosima estava no hospital Delphine se deu ao trabalho de ir até o Dyad, sabia das notícias por Alex ou por Scott. Soube por eles que Marion ainda estava longe e que para seu azar Beatrice estaria a frente do Dyad até a volta de Bowles.

   Na sexta-feira que antecedia a grande homenagem para seu pai, Delphine decidiu passar no Dyad, ao menos para ver como ia a pesquisa em que estava a frente e para ter certeza de que Beatrice não estava colocando tudo que construiu até hoje a perder.

   Ela passou pelo saguão e seguiu diretamente para sua sala. Entrou, ligou seu computador e começou a responder e-mails e assinar protocolos e todas as outras burocracias que exigiam sua atenção. De repente, Cormier se sentiu incomodada, como se algo ou alguém a observasse. Ela levantou seus olhos até a porta de sua sala e encontrou a linda e alta morena encostada no vidro com os braços cruzados a olhando.

   - Ora, ora, ora pensei que os rumores sobre Delphine Cormier estar de volta eram falsos - proferiu Beatrice em tom sarcástico.

   - Me poupe de seu sarcasmo, Beatrice e me diga logo o que quer - Delphine voltou sua atenção para seus afazeres.

   - Eu só estou aproveitando para te olhar enquanto posso, Cormier, por que logo isso não será mais possível.

   - A é? E por que? Você vai embora afinal? - indagou usando seu sorriso mais sacana.

   - Na verdade não, mas estou ansiosa para o dia em que verei você ir embora - Morris proferiu tais palavras com um sorriso de lado nos lábios e saiu em seguida. Cormier observou aquela cena mantendo sua expressão intacta. Após a saída da morena, Delphine serviu uma boa e generosa dose de whisky e a virou de uma só vez. No exato momento em que iria lhe servir a segunda, percebeu que estava sendo observada novamente, mas dessa vez era uma pessoa mais agradável.

Les Trois Visages de L'amour Onde histórias criam vida. Descubra agora