Somos só você e eu!

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POV - Narrador

   - É realmente uma proposta muito tentadora e por mais que eu queira aceitar, não posso - Cosima esfregava uma mão na outra demonstrando todo o nervosismo presente em si - Eu realmente quero fazer diferente, quero fazer dar certo, então ...

   - Ah, claro! ... Ér...ir com calma né? - Cormier assentiu - Eu entendo ... - as palavras de Cosima diziam uma coisa, mas seus olhos diziam outra. Ela estava triste e um pouco desapontada.

   - Cosima, escute! - Delphine se aproximou de Niehaus outra vez e levantou seu rosto para seus olhos se encontrarem - Eu não quero, não posso e nem vou machucar você outra vez. Eu quero mais que qualquer coisa na minha vida passar a noite aqui com você, mesmo que seja apenas para te observar dormir, mas não dá, ainda não ...

   - E por que não? - indagou.

   - Porque eu não mereço isso, porque eu preciso fazer muito mais se quiser que você seja minha um dia - Delphine sorriu e Cosima retribuiu - Eu quero fazer isso devagar, não quero ter pressa. Não precisamos ter pressa. Temos todo tempo do mundo para isso, pois eu não vou desistir e nem recuar, esteja ciente disso - os sorrisos já alcançavam os olhos os espremendo.

   - A última coisa que eu quero é que você recue ...

   - Ótimo! - deu um beijo na bochecha de Cosima e se afastou. Parou na porta e antes de sair disse - Até mais, Cosima! Tenha uma boa noite - a contragosto fechou a porta e foi embora.

   - Boa noite Delphine - proferiu mesmo a outra não podendo mais lhe ouvir.

****

   O sábado amanheceu feliz. O sol já brilhava forte no céu, as nuvens simplesmente não se faziam presentes e todos os pássaros decidiram cantar naquela manhã. 

   O mundo parecia estar todo em silêncio. Nem mesmo os carros chamavam a atenção das pessoas que despertavam de seus sonhos.

   Cosima despertou devagar. Abriu vagorosamente os olhos tentando se acostumar com a claridade que teimava em ferir suas pupilas. Aos poucos foi se acostumando com a luz e conseguiu, por fim, manter os olhos abertos constantemente. 

   Seus olhos fitavam o teto e sua mente estava na noite anterior. As palavras de Delphine saltitavam em sua mente, tanto as que acalentaram seu coração quanto as que o fizeram doer. 

   Niehaus levantou de sua cama em um movimento rápido e desprovido de preguiça. Seguiu para a cozinha afim de aplacar aquele vazio que sentia em seu estômago.

   Colocou água em um bule e ligou o fogão. Cosima amava ser prática, mas nada se comparava a um café feito como se lembrara que sua mãe fazia. Enquanto esperava a água ferver, Niehaus separava algumas torradas, o requeijão, o queijo e algumas frutas para compor sua refeição.

   Niehaus desligou o fogo e passou o café trazendo aquele cheiro maravilhoso que ela tanto amava e que a fazia lembrar do tempo em que era acordada por aquele aroma todos os dias. Se sentou na banqueta que havia na cozinha e no instante em que estava servindo o tão almejado café, sentiu algo estranho acontecendo dentro de sua caixa torácica. Cosima sentiu, apenas por alguns segundos, uma batida diferente da de seu coração bater no lado direito de seu peito e parou na mesma hora o que fazia voltando toda sua atenção para o que acabara de sentir, mas o ocorrido não se repetiu e ela prosseguiu com sua refeição.

   Acontece que aquela sensação, aqueles mesmo segundos não haviam sido uma exclusividade de Niehaus. Do outro lado da cidade Cormier vivenciou o mesmo. As batidas intercaladas com as de seu coração pulsando no lado direito do peito. Delphine parou o caminho que percorria assim que sentiu a primeira, mas elas pararam quase que no mesmo instante em que tentou se concentrar nelas, assim como foi com Cosima, então a loira prosseguiu com seus planos.

Les Trois Visages de L'amour Onde histórias criam vida. Descubra agora