Pov Lica.
- Onde estava, Heloísa? - Minha mãe pergunta assim que entro em casa e passo pela sala.
- Boa noite, mãe. - Digo e engulo em seco.
- Responde sua mãe. - Meu pai manda, aparecendo na sala com uma xícara na mão.
- Com uma amiga. - Minto.
- Você não tem amigas. - Meu pai diz, abaixo a cabeça.
- Edgar. - Minha mãe o repreende.
- Posso ir pro quarto, mamãe? - Pergunto ainda cabisbaixa.
- Claro que sim, minha filha. - Vem até mim e me abraça. - Mais uma e ele descobre. - Sussurra só pra mim ouvir.
- Desculpa. - Peço no mesmo tom.
- Vamos, Heloísa. - Meu pai diz, me afasto de minha mãe. - Boa noite, mamãe. - Olho pro meu pai. - Boa noite, papai. - Digo, ele apenas me olha; me retiro da sala e sigo para meu quarto.
Minha mãe sabe do meu relacionamento com Samantha; nunca tive segredos com ela e também, ela sempre soube da minha sexualidade; me assumi de verdade pra ela aos 14 e ela entendeu, me apoiou, me apoia mas o problema é meu pai...
Edgar Gutierrez... Dono do Colégio Grupo, onde estudo e sempre estudei... Ele vive me controlando, ditando regras, me proibindo da maioria das coisas interessantes da vida e talvez seja por isso que sou assim, tão estranha...
Não tenho muitos amigos, na verdade, só tenho três, Clara, Jota e Juca; meus três anjos, as pessoas que me fazem suportar tudo isso, claro, Samantha e minha mãe também são essências.
Samantha... A conheci por acaso, fui em uma festa com Clara e ela não parava de olhar pra mim, no começo me senti completamente desconfortável, já que estava fantasiada de tudo menos de mim mesma.
Ela pediu meu telefone, eu passei, me surpreendi com sua ligação me chamando pra tomar um café e depois disso, tudo aconteceu naturalmente...
Escuto meu celular tocar, o pego e atendo sem nem ao menos ver quem é.
Ligação On.
- Conheci uma garota. - Reconheci a voz de Jota. - Ela é incrível, Lica, ela manja dos games, é inteligente. - Continua.
- Oi pra você também. - Me sento em minha cama e dou risada.
- Vamos amanhã comigo no Cora. - Pede.
- Cora? - Questiono confusa.
- Cora Coralina. - Responde.
- A escola pública? - Pergunto.
- Sim, a Ellen estuda lá. - Responde.
- Ellen? Então esse é o nome dela? - Questiono sugestiva.
- Para. - Pede; aposto que está envergonhado do outro lado da linha. - Vai comigo? - Pergunta.
- Claro que sim. - Respondo.
- Ok, então nos vemos amanhã. - Ele diz.
- Nos vemos amanhã. - Digo e desligo.
Ligação Off.
Deixo o celular na cama e sigo para o banheiro, onde tomo um longo e relaxante banho.
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17 não é 18.
Fiksi Penggemar" ... - Fala sério, Samantha; você já tem 21. - Felipe diz. - Ela vai fazer 17 mês que vem. - Digo e bufo, volto a caminhar, os três atrás de mim. - 17 não é 18. - MB diz... ".