Quando os caminhões saíram pelo portão, o Bruno simulou um atropelamento para que pudéssemos dar início ao plano. Enquanto ele os distraía, a Malu persuadiu dois funcionários a voltarem para a fábrica e ficarem lá, enquanto a Helô e a Nice tomaram seus lugares no baú do caminhão. Logo, todos estávamos lá dentro, arrumando espaço dentro das caixas para entrarmos no hospital.
A caixa era apertada e o trajeto era longo, então após alguns instantes minha lombar já era inexistente e o desconforto era tão grande que eu – mesmo a contragosto – fiquei feliz quando o caminhão parou no hospital. A primeira parte do plano estava concluída, afinal.
Esperamos até que todos saíssem das caixas e pudéssemos nos reunir novamente.
- Entrar foi moleza – expliquei, enquanto tentava me esticar. - Agora vem a parte difícil. Todos sabem o que fazer, certo?
- Certo – respondeu a Helô, voltando a modificar nossos rostos.
Seguimos pelo corredor, saindo da ala dos refeitórios e indo em direção aos quartos. O cheiro desse lugar me dava ânsias e só de lembrar tudo o que passei aqui, tinha vontade de sair correndo.
- Você precisa me prometer que vai fazer o que eu te pedi – insistiu a Malu, nos meus pensamentos.
Olhei para ela e a vi me encarando com um olhar suplicante.
- Eu não vou prometer o que eu não posso cumprir – respondi, tentando dar fim a esse assunto ridículo.
- Querendo ou não você vai acabar fazendo o que eu digo – tornou, zangada. – Eu só preferia que isso acontecesse por bem.
- Se você fizer isso, eu vou ficar muito chateado com você – ameacei.
- Acho que eu posso conviver com isso – respondeu, hostil.
Muito zangado, continuei meu caminho sem olhá-la. O que ela estava me pedindo estava além do meu alcance. Como eu poderia abandoná-la novamente? Eu já tinha perdido as contas de quantas vezes eu tinha a deixado para trás e não cometeria esse erro novamente. Não se eu pudesse ter a droga do direito de escolher. Coisa que ela queria tirar de mim.
- Os dois namoradinhos podem parar de brigar por telepatia e se concentrar na droga do plano? - perguntou o Bruno, com cara de tédio.
- Como é que é? - indagou a Malu, indignada.
- Vocês dois poderiam ser mais discretos da próxima vez – aconselhou a Helô, rindo.
Sem responder nada, continuamos nosso caminho.
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Plano arriscado + clima tenso + briga de casal. Tem como essa combinação dar certo?
Votem e comentem bastante, e façam essa autora muito feliz :D
Beijos
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A Terceira Criança - Livro 2
Science-FictionATENÇÃO! Este livro é a continuação de A Segunda Geração e sua sinopse possui spoilers do primeiro livro. Oito meses após sua última visita ao hospital e com uma vida completamente diferente, Malu descobre que o hospital tem planos gananciosos para...