Capítulo 3

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Londres; Wimbledon; Sábado; 3:17 da tarde;

- Como foi lá, Mel? – Cristopher disse vendo a garota sair pela porta branca do hospital. – O que ele disse? – observou a namorada com o olhar baixo e carregado, com o rosto um pouco vermelho.

- Ah, Cris... – ela suspirou pesadamente, abraçando o rapaz.

O médico saiu logo em seguida, fazendo sinal pra ele, como se o cumprimentasse.

- O que foi, meu bem? Qual o diagnóstico? – estava realmente preocupado, enquanto sentia sua blusa molhar devagar, com as lágrimas quentes dela.

- Eu queria me lembrar. Mas eu...

- Ele disse que você não vai recobrar memória? – apertou ainda mais seus braços contra ela.

- As chances são... Difíceis. – soluçou. – Eu não consigo me lembrar de mais nada que aconteceu aquela semana. Eu preciso lembrar...

- Não se force, amor. Talvez seja melhor mesmo você não se lembrar...

- Cristopher! – ela disse esganiçado, virando os olhos pra ele. – Você diz isso porque não foi um dos dudes. Imagina você saber a resposta pra tudo e simplesmente não se lembrar...? – voltou a chorar e a encostar a cabeça em seu peito.

- Você não tem certeza se realmente sabe de alguma coisa, Mel... – afagou seus cabelos.

- Eu sinto que sim.

Londres; Oxford Street; Sábado; 6:30 a tarde;

- Malu? – Rod disse batendo duas vezes a porta do novo quarto da menina.

Ela estava sentada na cama, com o notebook no colo e com fones de ouvido. Vestia uma roupa larga.

- Diga, molengo. – chamou-o pelo apelido de pequeno, fazendo com que ele fizesse careta.

- Tá afim de sair hoje? – encostou o corpo no batente da porta, com um sorriso simpático estampado.

- Ah, que bom que perguntou. – deu um suspiro de alívio. – Acho que eu não ia agüentar passar o sábado em casa. Sou doida pra conhecer a noite londrina. – piscou mais rapidamente, animada.

- Tem um pub aqui perto... Acho que você nunca ouviu falar. – balançou os ombros de leve, analisando a prima de cima a baixo.

- Não, mas topo. – ela tirou os fones de ouvido, apertando um botão no computador que desligou-o. – Que horas saímos?

- Lá pelas oito e meia acho que está bom. – olhou o relógio de pulso. – Todo sábado tem apresentação de bandas, e normalmente começa as oito.

- Ótimo. – bateu palminhas. - Agora tchau, molengo. Tenho que me arrumar. – mandou beijinho no ar pro primo, que sorriu ao vê-la fazer isso. Rod desgrudou do batente da porta e dirigiu-se pra seu próprio quarto.

Londres; Greenwich; Sábado; 7:50 da noite;

Caroline limpou o rosto com a toalha, após tê-lo lavado várias vezes. Não acreditava que tinha dormido com Austin novamente, ainda mais namorando com Ethan.

Morava junto com a amiga Mel em um pequeno apartamento alugado, e tinha passado a tarde inteira entre choros e sorrisos bobos, sem saber ao certo o que deveria sentir.

Mel tinha chegando junto com Cristopher (seu namorado há dois anos), ao apartamento. Estava em prantos por não conseguir se lembrar de nada que se passou aquela semana. Se pelo menos tivesse lhe restado uma imagem, ou uma pista... Mas o acidente não lhe permitiria recobrar a memória. Tudo o que se passava pela sua cabeça quando pensava naquela noite eram faróis acesos e uma buzina alta. Apenas.

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