- Senhoritas Harris e White. – uma senhora branca e franzina, de óculos fundo de garrafa, disse examinando-as de cima a baixo.- Senhora Paskin. – elas disseram quase juntas, dando um sorriso forçado.
- Pensei que a norma da escola fosse saias três dedos acima do joelho, e não dois palmos. – arqueou uma das sobrancelhas finas. As meninas se entreolharam.
- O que podemos fazer se nossos dedos são gordos? – Kimberly fez bico.
- O diretor vai adorar a explicação. – tirou uma caderneta e um lápis da bolsa, começando a anotar algo.
- Ah, qual é, senhora Paskin. Até parece que não se lembra quando tinha a nossa idade. – Brittany Harris disse aproximando-se da mulher. – Mas eu sei de algo que vai fazer a senhora lembrar. – tirou da bolsa cor-de-rosa uma nota de cinqüenta libras.
- Você não vai me comprar desse jeito, senhorita. Espero que amanhã as duas tenham 'afinado' os dedos, senão estarão na detenção. – ela deu um sorriso satisfeito, virando de costas e seguindo seu caminho, enquanto as garotas davam o dedo, sem que ela visse.
- Ridícula. – Brittany murmurou enquanto as atenções de Kimberly estavam pra outro lado.
- Ai. Meu. Deus. – disse sentindo as pernas bambearem. – Brit... Brit! – cutucou a amiga com movimentos frenéticos repetidos.
- O quê que é, inferno? – disse passando as duas mãos nos cabelos. Kimberly levantou o dedo na direção de um casal que passava, fazendo o queixo de Brittany cair e sua vista embaçar.
- Ah não. – disse sentindo dificuldade em falar. – Mas isso não é possível. O que...? Quem...?
- Isso deve ser loucura da nossa cabeça. Ela não pode estar...
- Cala a boca, Kimberly. – a loira disse dando uma risada um pouco histérica. – Óbvio que não é ela. Olhe a cor do cabelo.
- É. Não é ela. – concordou nervosa. – Não pode ser...
- Amor! Que bom te ver. – Cristopher disse abraçando a namorada, no corredor do segundo andar. – Já está melhor?
- Você fala como se não tivéssemos nos visto ontem mesmo. – riu baixo. – Estou, sim.
- Que bom. Eu fico muito preocupado com você... – começaram a andar. Ele abraçando-a pelos ombros, e ela abraçando-o pela cintura.
- Eu posso ter esquecido uma semana da minha vida. Mas de você eu nunca vou esquecer. – sorriu de leve, encostando a cabeça em seu peito.
- Eu entraria em depressão se isso acontecesse. – sorriu maroto.
- Já olhou em que sala vai ficar?
- Na D, como sempre. – ele revirou os olhos. – E você?
- Devo ter ficado na B de novo. Mas tenho que conferir. – balançou os ombros, observando um casal que passava ao lado deles. Sentiu as pernas tremerem e os olhos esquentarem. O coração disparou, impulsionando-a a andar apressada atrás dos dois.
- Hey, Mel, o que você está...? – Cristopher perguntou, vendo a namorada desvencilhar-se de seus braços e correr em uma determinada direção.
Uma lágrima ameaçou sair pelos olhos de Melanie, quando ela estendeu as mãos trêmulas e puxou a garota de cabelos longos e escuros pelo ombro, fortemente.
- Hey, você... – disse sentindo a voz falhar.
Os olhos das duas se cruzaram. Melanie com olhos vermelhos e mareados, a menina com os olhos surpresos e assustados.
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Ópera
Ficção AdolescenteOlhou-se no espelho, tendo certeza que estava sozinha. Examinou-se de cima a baixo: Seus cabelos claros caiam pelos seus ombros como cascatas, cobrindo as alças da pequena camisola cor-de-rosa e o meio sorriso escondido. Ah, o sorriso. Aquele sorris...