Sua vista estava embaralhada e seus sentidos confusos, apesar disso não a impedir setir uma forte pressão no braço... Uma pressão forte o bastante pra arrancá-la do alcanço do veículo.- Você está querendo morrer? É isso? - o garoto disse alto, com desespero na voz. Maria Luiza abriu devagar seus olhos - os quais tinha espremido - para olhá-lo.
Thomás estava ofegante, como se tivesse corrido para salvá-la. Soltou a mão de seu braço rapidamente, como se o fato de tocá-la o queimasse.
- O... Obrigada. - disse falha, com os lábios trêmulos.
- Não por isso. - o rapaz respondeu secamente, colocando as mãos dentro do bolso e analisando-a, antes de virar de costas e seguir novamente pro Audi preto.
As pessoas em volta pararam para ver a cena e fofocar qualquer coisa umas com as outras.
- Hey, Malu. Desculpe. Estacionei em lugar proibido e quase levei uma multa do car... - olhou-a entrar no carro, com as pernas tremendo. - O que aconteceu? - disse baixo, apertando a mão no volante. Ela tinha descoberto? Alguém tinha feito algo pra ela? Talvezaquele cara...
- Ah. Nada. - passou a mão esquerda nos cabelos suados.
- Eu sei que não foi 'nada'. Você precisa me contar.
- Que eu quase fui atropelada, Rod? - fixou seu olhar no dele.
- Atropelada? - juntou as
sobrancelhas. - Quando? Onde? Por... Quem? - sentiu a raiva passar pelo seu corpo.
- Agora, na frente da escola. Mas também... Não foi culpa do motorista, eu entrei na rua sem olhar...
- Mas você está bem, não é? Desviou a tempo...
- Eu não desviei, na verdade. - o primo fez cara de confuso. - Aquele cara me salvou. Stein. - Rodrigo arqueou as sobrancelhas.
- Stein? Thomás Stein? - perguntou incrédulo, dando risadas de nervosismo.
- Eu sei que não gosta dele. Mas ele salvou a minha vida. - colocou o cinto de segurança.
- Difícil acreditar...
Londres; Dockland; Segunda-feira; 4:03 da tarde;
- Merda. Merda. Merda. - bateu a cabeça de leve na porta de madeira, repetidamente. O cachorro que estava em cima da cama levantou seu olhar para observá-lo. - Merda de vida. - suspirou. - Por quê? Por que ela tinha que aparecer? Essa garota. Por que eu tive que tocá-la? Merda.
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Ópera
Teen FictionOlhou-se no espelho, tendo certeza que estava sozinha. Examinou-se de cima a baixo: Seus cabelos claros caiam pelos seus ombros como cascatas, cobrindo as alças da pequena camisola cor-de-rosa e o meio sorriso escondido. Ah, o sorriso. Aquele sorris...