Ao sublinhar a palavra amor, apenas estou ressaltando o que você já sabe, que eu te amo!Londres; Oxford Street; Sábado; 3:07 da manhã;
O Toyota azul-marinho foi perdendo a velocidade devagar, até que estivesse completamente estacionado na frente da casa branca.
As luzes da varanda estavam acesas, dando uma iluminação precária à calçada e ao pequeno jardim que antecedia as escadas de madeira. Malu olhou tudo através do vidro dando um suspiro. Seu peito estava carregado, e essa não era exatamente uma das suas sensações favoritas.
Tinha uma vontade oculta de fugir, mas o sentimento de evasão era só mais um que estava afogando-a em meio a um mar de sensações. Sentia-se feliz, compreensiva, assustada e arrependida ao mesmo tempo.
Acordou de seus pensamentos assim que sentiu a respiração pesada de Duan em seu pescoço. Virou-se pra tentar protestar ou simplesmente se despedir, quando ele juntou seus lábios novamente.
Malu permitiu a passagem da língua do garoto um pouco receosa. Não tinha certeza se realmente fizera isso por sua vontade ou apenas por educação. Retribuiu o beijo do rapaz sem a mesma voracidade que ele apresentava. Apenas por retribuir.
A mão de Duan postada na nuca dela foi descendo aos poucos, percorrendo até a altura de seu ombro direito, e do ombro até seu decote. Malu partiu o beijo assim que sentiu a trajetória que a mão do garoto pretendia percorrer.
- O que foi? - ele perguntou arfante. Sua voz estava rouca. - Eu fiz algo errado? - abriu os olhos, fitando-a preocupadamente.
Não podia perder aquela garota.
- Não, não. - Maria Luiza disse em um tom leve, tentando isentá-lo de preocupação. - É, só... - comprimiu os lábios úmidos em uma linha, encarando seus olhos verdes. - Vamos mais devagar, ok?
O garoto desceu seu olhar para o decote da menina, onde sua mão ainda estava pousada.
- Ah, claro. - falou recolhendo-a rapidamente. - Me desculpe por isso. Acho que eu...
- Se empolgou? - ela deu uma risada baixa. Suas bochechas ainda estavam mais rosadas.
- É... - ele concordou alternando o olhar das pernas da garota para seus olhos. - Mas eu não tenho culpa. - balançou os ombros. - Você faz isso comigo.
Maria Luiza gargalhou, apesar de não saber ao certo se foi por achar graça ou por nervosismo.
- Eu... - falou reticente, retomando a aparência séria. - Eu tenho que ir, Duan. Até mais.
Impulsionou-se para abrir a porta, quando uma das mãos quentes do rapaz puxou-a pelo braço, trazendo-a pra mais um beijo. Maria Luiza partiu-o rapidamente, apesar de gentil, e acenou com a cabeça.
- Tchau. - repetiu, com um sorriso cordial.
Ele respondeu ao "tchau" com um tom de voz tão baixo que foi quase imperceptível.
Quando Malu adentrou a casa, Duan largou seu corpo no banco, expirando o ar que estava preso desde o início da festa.
- Man, há quanto tempo não me sinto assim. - alargou o sorriso, colocando a mão na testa e sentindo-se tonto pelo aroma da garota que ainda preenchia o local.
Londres; Dockland; Sábado; 3:03 da manhã;
Thomás passou a mão rapidamente pelo seu criado-mudo, derrubando agressivamente tudo que se postava ali. A raiva fluía através do seu sangue, fazendo com que as pontas de seus dedos esquentassem com um simples pensamento. Mas não. Não queria pensar. Não queria pensar porque sabia que toda vez que isso acontecesse, o rosto dela lhe viria à mente.
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Ópera
Teen FictionOlhou-se no espelho, tendo certeza que estava sozinha. Examinou-se de cima a baixo: Seus cabelos claros caiam pelos seus ombros como cascatas, cobrindo as alças da pequena camisola cor-de-rosa e o meio sorriso escondido. Ah, o sorriso. Aquele sorris...