Capítulo 22

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Scott apertou o pescoço de Tom.

Maria Luiza teria ficado muito preocupada se não tivesse percebido o quão tonto o zagueiro já parecia estar. Não foi difícil para Stein acertá-lo no nariz e ficar por cima do menino, socando-o, por fim, até que esse não tivesse mais consciência.

Thomás postou suas mãos no pescoço de Scott, não de forma firme, como se ele se perguntasse se deveria ou não dar um fim em sua vida.

Malu levantou devagar, seguindo até ele e observando que, enquanto Tom ponderava entre matar ou não Scott, algumas lágrimas escorriam de seus olhos e gotejavam na ponta de seu nariz.

Tanto suas mãos, Maria Luiza observou, quanto as de Tom, estavam sujas de sangue. Sangue do rapaz inconsciente no meio da sala.

- Não o mate. - Malu disse caindo ao seu lado.

Tom, com as mãos trêmulas envolvendo o pescoço de Scott, olhou para ela.

- Eu tenho que fazer isso, Malu. - ele respondeu com a voz fraca.

Maria Luiza esticou uma de suas mãos até os cabelos de Thomás, que estavam caindo em seu rosto. Vagarosamente, passou a mão por seus cabelos e orelha, repetindo um carinho que já tinha lhe feito.

- Você não é um assassino, Tom.

- Eu não era. - ele concordou. - Mas olhe suas pernas, Maria Luiza! Quem eu seria se deixasse vivo o cara que fez isso com você?

Maria Luiza desceu seus olhos até as pernas descobertas, onde estavam algumas marcas roxas. Surpreendeu-se por não ter reparado antes.

Ela voltou a olhar o menino, virando seu queixo pra ela.

- Você seria o meu Tom. Não se torne igual a ele. - apontou Scott com a cabeça. - Você é muito melhor que isso.

Maria Luiza envolveu com sua mão livre um dos punhos de Tom, puxando-o delicadamente para cima e afastando-o do pescoço de Scott.

- Marques, eu fiquei com tanto medo de te perder. - ele disse, envolvendo-a em um abraço caloroso e permitindo que algumas lágrimas caíssem.

- Eu também tive medo de te perder, Tom. - Maria Luiza também se permitiu chorar. - Apesar de sempre saber que você viria.

Ficaram um tempo abraçados, até ouvirem um barulho alto vindo da direção da porta.

Era Rod, que tinha caído sentado e apoiado suas costas no batente. Havia tanto sangue entre sua boca e nariz que era impossível dizer qual pertencia a quê.

- Rod?! - Malu gritou, desvencilhando-se do abraço de Tom e indo em direção ao primo. - Molengo... - ela se ajoelhou a seu lado, ainda chorando. - Não acredito que você também veio. Rod... Você... Você estava brigando por mim?!

Ele olhou para a prima e sorriu. Seus dentes usualmente brancos agora estavam manchados de sangue.

- Por quem mais eu brigaria?

Maria Luiza abraçou-o com força, chorando mais alto que nunca antes.

Ver Rod e Tom feridos daquele jeito era o bastante para despedaçar seu coração inteiro.Rod com o nariz e a boca arrasados e Tom com um enorme corte em uma das sobrancelhas, originado do primeiro soco que recebera de Scott.

- Confesso que não achei que você fosse vencer o Bennet. - Tom disse se aproximando dos dois, com um sorriso no rosto.

Rod também sorriu e respondeu:

- Confesso que também não, mas tive sorte de ter um vaso de plantas a meu alcance. - ele riu, Tom também. - Não bato em alguém assim desde que o mica quebrou minha bicicleta. Incrível, não?

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