Capítulo 4

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Londres; Greewich; Domingo; 12:08;

Melanie estava sentada na sala, vendo "Como se fosse a primeira vez" com Cristopher, quando Caroline abriu a porta do apartamento, com os olhos arregalados e leves olheiras.

- Passou a noite com o Ethan? – perguntou sem desviar os olhos da tela, colocando uma mão cheia de pipoca na boca.

- Passei. – a amiga respondeu com a voz baixa. Cristopher desviou seu olhar do filme por um segundo, para olhar a menina.

- Que cara é essa, Carol? – perguntou juntando as sobrancelhas. Melanie olhou-a preocupada com o comentário do namorado. Estava pálida, e seus movimentos mais lentos. – Parece até que viu um fantasma.

- Talvez eu tenha visto. – se jogou sentada numa cadeira marrom, do lado do sofá.

- O que quer dizer?

- O que eu quero dizer, Mel, é que eu a vi. – disse pausadamente. Os outros dois perderam completamente a atenção na televisão com a frase.

- Você sabe que isso é impossível. – a voz de Melanie falhou.

- Desde ontem eu não sei de mais nada. – soltou um suspiro pesado.

- Onde você a viu? – Cristopher se manifestou.

- Na porta do Mark's.

- Não devia ser ela. Com certeza não era. – a garota sentiu um nó na garganta, ao relembrar. O namorado abraçou-a pelos ombros.

- Eu tenho certeza, Mel. – Caroline balançou a cabeça pros lados. – Só podia ser...

Londres; Dockland; Domingo; 1:03 da tarde;

- Alô? – Thomás disse sentado na cama, com o celular na mão. Seus braços tremiam levemente, e não tinha conseguido pregar os olhos aquela noite.

O cachorro Spike estava em cima da cama, olhando curioso as reações do dono.

- Porra, dude. – Duan disse do outro lado da linha, como se estivesse sendo acordado pelo rapaz. – Já é a terceira vez que você liga essa manhã, desse jeito vai queimar meu filme com as garotas.

- Eu não ligo pras garotas com quem você está ou não. – respondeu sério.

- Então o que infernos você quer a essa hora da madrugada? – resmungou.

- Tem o telefone do Marques?

- Marques? – pensou por alguns segundos. – Quê? Aquele perdedor da turma D?

- Você tem ou não? – matinha a voz dura.

- Lógico que não, Tom. Pirou? – deu uma risada um tanto irônica do outro lado da linha. – Não acredito que você me ligou a essa hora pra pedir o telefone de um cara. Você está mal mesmo, hein? Mas eu sei como resolver o seu problema. Hoje mesmo a Brittany aparece por aí.

- À merda com a Brittany. – irritou-se, passando a mão pelos cabelos. – Eu não estou com saco pra ela. Quero o telefone do Marques. Só.

- Mais gay a cada dia que passa. – Duan revirou os olhos.

- Que seja. Tchau, dude.

- Fica com Deus, margarida. Olha lá o que vai fazer, hein? – Thomás desligou o celular, colocando-o no criado-mudo e caindo deitado de barriga pra cima, focando o teto.

Onde ela estaria, e mais importante, quem era ela?

Londres; Oxford Street; Segunda-feira; 6:30 da manhã;

Rod tinha passado a noite inteira inquieto. Aquela segunda era o primeiro dia de aula na polêmica Highgate High School. Não que já não estivesse acostumado com as polêmicas e os mistérios, mas naquele ano em especial, ele tinha Maria Luiza. E ter a prima consigo só podia significar uma coisa: Problemas. Mas o que poderia fazer? Mandá-la desistir do sonho de estudar na Inglaterra e voltar pro Brasil? Não seria viável. Ainda mais, com que explicação?

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